Acordo

Bocejo.
Pestanejo.
Levanto-me. Não tenho que sair de casa, posso continuar a expulsar a preguiçosa preguiça, lentamente.
O leite com café que tomo na cozinha ajuda-me na tarefa.
Entretanto, na televisão, já ligada, passam notícias de novas mortes no Iraque, de militares portugueses feridos, e de um qualquer arguido num qualquer processo, que vai retomar o trabalho (ficar-me-ia melhor escrever, talvez, emprego, porque trabalho é coisa difícil de encontrar entre as classes mais favorecidas, em Portugal).


O café já me ajudou a acordar. Penso que a única diferença entre esta Segunda-feira e muitas outras reside no facto de não ser obrigado a ir para a escola. Infelizmente, continua-se a morrer, mundo fora, e isso devia ser inaceitável, pelo menos se as mortes não forem devidas a causas naturais...

Vou aproveitar o dia para praticar desporto. Já há muito tempo que abandonei tal e tão saudável prática, enquanto espero que o mundo gire, rodopie, e as coisas mudem, com intervenções como uma que houve, já lá vão 30 anos, num pequeno país. Pena mesmo só pensar que o que se ganhou com Abril se tem vindo a perder com o passar dos anos e dos governos, mais ou menos à direita...

Pintelho