Aos que dizem que os bebés são inofensivos


Foi hoje. Foi hoje que descobri que isso é uma redonda mentira. Exactamente quando brincava com uma menina de dezoito meses.

-Eu xou um wiaum... Grrrrrrrrrrrrrrr grrrrrrrrr zsdddddgggggggg....
-Não és nada, és um passarinho, não se vê logo?!
-Xou naum... Xou wiaum!! Grrrr... Burrrrr.... Cllrgggg...
-Pronto, 'tá bem, leoa, anda cá... Anda cá que eu vou-te morder essa barriguinha windah!

E lá se dirigiu a pequena leoa, com passo ainda meio inseguro, como um passarinho que tenta conhecer o mundo, com as garras expostas e as pequenas dentuças arreganhadas, em pose predatória.

-Grrrrrrrrrrrrrrr... Vou ti pápá...
-Anda, anda!

Shmiiiiiiiiiiiif. Um arranhão, com cinco garras afiadas. Bem afiadas! Na minha mão direita. A garra mais afiada deixou um trilho de cerca de cinco centímetros, cujo significado é evidente: cuidado com o monstrinho que te fez isto, que é bem capaz de te matar!

"Nunca mais me meto com ela!", pensei no momento...
Passadas horas voltei a enfrentar a leoa! Não há hipótese. Não há no mundo beleza inocente maior que a das crianças.
Agora, a leoa linda já era um passarinho, daqueles que cantam e nos alegram a vida, e tornam a nossa visão do mundo mais bela e colorida!


Pintelho