Confabulação
A confabulação é uma paramnésia durante a qual o paciente substitui lacunas na memória por recordações falsas. Pode ser devida a lesões no lobo frontal, no prosencéfalo basal, ou a um aneurisma na Artéria Cerebral Anterior, sendo frequente no síndrome de Korsakoff.
Até aqui, digo eu, é só um fenómeno curioso, e os pacientes de Korsakoff têm questões bem mais graves a tratar. O problema está no facto de eu me ter posto a pensar.
Pronto, borrei a pintura toda.
Nem sei se quero publicar a minha teoria. É tão completamente arrasadora para Pintelhas e Pintelhos de todo o mundo... Pode mudar a vida de tanta gente que pensa ser saudável... Mas vou escrever a teoria em português. Assim, pelo menos, não estrago a vida de quem não percebe esta língua de poetas mirolhos e esquizofrénicos.
Vou explicar a teoria no masculino heterossexual por motivos óbvios - é a categoria em que me incluo - mas cada um pode fazer os ajustes no sexo das personagems - gostava de saber como é que podem ser tão preversos ao ponto de ver pilas a aumentar... acham que me referia a isso? - de modo a reflectir a sua situação de vida.
Eis então que, após uma introdução bem mais comprida que a teoria em si - quase como a diferença entre uma erecta e uma flácida - me vou decidir a teorizar.
Pintelhas e Pintelhos. De cada vez que se lembrarem daquela miúda com uns lábios carnudos que passou por vocês outro dia na rua, que até vos fez olhinhos, e acabarem - porque acabamos, quase invariavelmente - a confabular o que ela traria por baixo daquele casaco demasiado volumoso - e não me refiro à roupa -, tenham medo. Tenham muito medo. Porque aquilo que parece simples imaginação ao comum dos mortais não o é. Senão atentem.
Num outro dia voltam a passar por ela na rua, ainda toda encasacada, e ela volta a sorrir. Tudo bem, até aqui. Está quase garantida. E desta vez já não pôe em causa a autenticidade daquele corpo que lhe imaginaram. Aquele peito com a medida e forma certas, aquelas pernas torneadas, aquele rabo "ai-meu-deus"... Ela é assim, para vocês. Confabulação consumada.
No dia seguinte a química funciona, muito bem, até ao momento em que lhe despem o casaco e o voltam a querer vestir imediatamente. Meus amigos, a confabulação é perigosa, é uma paramnésia que pode matar - de susto, ao descobrir a realidade - e devemos fazer cuidado...
Ainda assim, digo-o eu, em desespero de causa, devemos entrar numa de meninos-super-intelectuais, dizer que sofremos uma amnésia anterógrada generalizada, que os tubérculos mamilares estão a ser destruídos lentamente - ela não sabe o que são os tubérculos mamilares e a expressão deve ser suficientemente assustadora e, se a protagonista for uma Pintelha, mais ainda - e que nem sabemos o que estamos ali a fazer. Maldita memória esta...
Mas acalmem-se Pintelhos e Pintelhas, que nem tudo são más notícias. Existe a reduplicação. Fascinante reduplicação. Nesta perturbação os contextos conhecidos tendem a não serem tratados nem identificados como tal, mantendo-se a aprendizagem intacta. E que poderá ser melhor que, de cada vez que fazemos sexo com a Pintelha, fazê-lo como se fosse pela primeira vez, mas com uma performance cada vez melhor? É o sonho de qualquer um...
Esta perturbação é devida usualmente a hemorragias causadoras de lesões difusas no hemisfério direito.
Força pessoal. Tudo a andar à pedrada até conseguir o efeito desejado. Mas cuidado com a confabulação!
Pintelho
Até aqui, digo eu, é só um fenómeno curioso, e os pacientes de Korsakoff têm questões bem mais graves a tratar. O problema está no facto de eu me ter posto a pensar.
Pronto, borrei a pintura toda.
Nem sei se quero publicar a minha teoria. É tão completamente arrasadora para Pintelhas e Pintelhos de todo o mundo... Pode mudar a vida de tanta gente que pensa ser saudável... Mas vou escrever a teoria em português. Assim, pelo menos, não estrago a vida de quem não percebe esta língua de poetas mirolhos e esquizofrénicos.
Vou explicar a teoria no masculino heterossexual por motivos óbvios - é a categoria em que me incluo - mas cada um pode fazer os ajustes no sexo das personagems - gostava de saber como é que podem ser tão preversos ao ponto de ver pilas a aumentar... acham que me referia a isso? - de modo a reflectir a sua situação de vida.
Eis então que, após uma introdução bem mais comprida que a teoria em si - quase como a diferença entre uma erecta e uma flácida - me vou decidir a teorizar.
Pintelhas e Pintelhos. De cada vez que se lembrarem daquela miúda com uns lábios carnudos que passou por vocês outro dia na rua, que até vos fez olhinhos, e acabarem - porque acabamos, quase invariavelmente - a confabular o que ela traria por baixo daquele casaco demasiado volumoso - e não me refiro à roupa -, tenham medo. Tenham muito medo. Porque aquilo que parece simples imaginação ao comum dos mortais não o é. Senão atentem.
Num outro dia voltam a passar por ela na rua, ainda toda encasacada, e ela volta a sorrir. Tudo bem, até aqui. Está quase garantida. E desta vez já não pôe em causa a autenticidade daquele corpo que lhe imaginaram. Aquele peito com a medida e forma certas, aquelas pernas torneadas, aquele rabo "ai-meu-deus"... Ela é assim, para vocês. Confabulação consumada.
No dia seguinte a química funciona, muito bem, até ao momento em que lhe despem o casaco e o voltam a querer vestir imediatamente. Meus amigos, a confabulação é perigosa, é uma paramnésia que pode matar - de susto, ao descobrir a realidade - e devemos fazer cuidado...
Ainda assim, digo-o eu, em desespero de causa, devemos entrar numa de meninos-super-intelectuais, dizer que sofremos uma amnésia anterógrada generalizada, que os tubérculos mamilares estão a ser destruídos lentamente - ela não sabe o que são os tubérculos mamilares e a expressão deve ser suficientemente assustadora e, se a protagonista for uma Pintelha, mais ainda - e que nem sabemos o que estamos ali a fazer. Maldita memória esta...
Mas acalmem-se Pintelhos e Pintelhas, que nem tudo são más notícias. Existe a reduplicação. Fascinante reduplicação. Nesta perturbação os contextos conhecidos tendem a não serem tratados nem identificados como tal, mantendo-se a aprendizagem intacta. E que poderá ser melhor que, de cada vez que fazemos sexo com a Pintelha, fazê-lo como se fosse pela primeira vez, mas com uma performance cada vez melhor? É o sonho de qualquer um...
Esta perturbação é devida usualmente a hemorragias causadoras de lesões difusas no hemisfério direito.
Força pessoal. Tudo a andar à pedrada até conseguir o efeito desejado. Mas cuidado com a confabulação!
Pintelho
<< Home