Uma questão de cultura
Ontém a noite foi dura, mas com alguma coragem e força de vontade, consegui estar aqui a esta hora, a escrever.
Às dez da noite estava marcado um concerto num bar cujo nome já é suspeito, o "Point Fino".
Às dez e meia lá entrei, atrasado e convicto que estava a chegar perfeitamente a horas.
Erro meu. Os concertos começaram já depois da meia-noite.
Passo a descrever a situação: Uma das bandas que ia tocar, os "Deeper Fall" é muito fraca, a todos os níveis, e eu esperava que os Labianca, banda de uns colegas meus com quem eu cheguei a ensaiar, abrissem a noite, para não ter que aturar os outros crentes a fingir que tocavam.
Foi ao contrário.
Naquele antro com 15 metros quadrados (casas-de-banho incluídas) de área, estavam algumas caras conhecidas, não muitas, e dois amigos, apenas, o que tornou a espera longa.
O calor, insuportável mesmo para quem vestia uma camisola de mangas curtas (ou seja, toda a gente), não deixava ninguém animado e convidava à bebida, o que, para alguém que não sente grande empatia com o álcool, foi difícil de superar à base de sumos.
Isto tudo para chegar a uma conversa a que assisti de um grau cultural elevadíssimo, que não posso deixar de partilhar.
Em frente a uma máquina de jogos, um teenager típico e tipicamente egocêntrico, daqueles que ainda acredita naquela colisa do "Só eu é que sei!" falava com um colega meu.
A conversa começou por ser sobre futebol, ai tu jogas no Trandeiras, eu no Maximinensem sou titular e tu?, eu depois do primeiro treino fui logo a titular de guarda-redes, comi os outros gajos todos...
Como num passe de mágica, as coisas mudam, ai sabes que fui de férias com uns amigos, ao encontro, foi muito fixe.
Agora notem o que é fixe: "Levámos uma pedra de ganza assim, deste tamanho!" "Um sabonete?" "Ya!" "Hei que férias altamente!" "Fumávamos aí uns seis por dia, e o caralho da pedra não acabou!" "Que louco!" "Depois no último dia fumámos em jejum, e aquilo bateu mal ao outro gajo e ele vomitou para as costas do Não-sei-quem e a mãe do não-sei-quem ia a conduzir e pensou que era um espirro e eu avisei-a que ele se estava a sentir mal, ela sacou do travão de mão, fez alto peão e depois queria-o levar ao hospital e ele cheio de medo porque pensava que iam descobrir, e não foi!" "Que férias loucas! Olha eu uma vez fumei um charro, atirei-me a uma gaja, fomos p'rá cama, depois ela perguntou-me se eu era de lá da terra dela eu disse que não e ela que melhor, que assim já não ia haver problemas com outro pessoal!".
E foi isto. Fui salvo pelo Soundcheckdos Deeper Fall que foram assobiados por alguns elementos do público que não sabem respeitar o trabalho alheiio. Mas houve crowd-surfing, para animar a malta!
Labianca foi o que esperava.
Para terminar o princípio de noite, à saída do bar, sendo que um amigo meu tinha de ir a casa trocar de roupa para ir para a discoteca, os colegas mandaram-no ir a pé para se despachar, enquanto eles iam de carro. Mas será impressão minha ou o carro é mais rápido que os pés?
E assim foi o princípio de noite... Após tamanhas bestialidades, optei por não ir à discoteca, também por ter pouca gente conhecida naquela noite, e fui para casa, às duas da manhã, a pensar na conversa travada entre os dois jovens, enquanto olhavam para o ecrã da máquina, que passava demonstrações dos vários jogos que tinha, todos de porrada a sete, sem uma história digna!
Pintelho
|
Ontém a noite foi dura, mas com alguma coragem e força de vontade, consegui estar aqui a esta hora, a escrever.
Às dez da noite estava marcado um concerto num bar cujo nome já é suspeito, o "Point Fino".
Às dez e meia lá entrei, atrasado e convicto que estava a chegar perfeitamente a horas.
Erro meu. Os concertos começaram já depois da meia-noite.
Passo a descrever a situação: Uma das bandas que ia tocar, os "Deeper Fall" é muito fraca, a todos os níveis, e eu esperava que os Labianca, banda de uns colegas meus com quem eu cheguei a ensaiar, abrissem a noite, para não ter que aturar os outros crentes a fingir que tocavam.
Foi ao contrário.
Naquele antro com 15 metros quadrados (casas-de-banho incluídas) de área, estavam algumas caras conhecidas, não muitas, e dois amigos, apenas, o que tornou a espera longa.
O calor, insuportável mesmo para quem vestia uma camisola de mangas curtas (ou seja, toda a gente), não deixava ninguém animado e convidava à bebida, o que, para alguém que não sente grande empatia com o álcool, foi difícil de superar à base de sumos.
Isto tudo para chegar a uma conversa a que assisti de um grau cultural elevadíssimo, que não posso deixar de partilhar.
Em frente a uma máquina de jogos, um teenager típico e tipicamente egocêntrico, daqueles que ainda acredita naquela colisa do "Só eu é que sei!" falava com um colega meu.
A conversa começou por ser sobre futebol, ai tu jogas no Trandeiras, eu no Maximinensem sou titular e tu?, eu depois do primeiro treino fui logo a titular de guarda-redes, comi os outros gajos todos...
Como num passe de mágica, as coisas mudam, ai sabes que fui de férias com uns amigos, ao encontro, foi muito fixe.
Agora notem o que é fixe: "Levámos uma pedra de ganza assim, deste tamanho!" "Um sabonete?" "Ya!" "Hei que férias altamente!" "Fumávamos aí uns seis por dia, e o caralho da pedra não acabou!" "Que louco!" "Depois no último dia fumámos em jejum, e aquilo bateu mal ao outro gajo e ele vomitou para as costas do Não-sei-quem e a mãe do não-sei-quem ia a conduzir e pensou que era um espirro e eu avisei-a que ele se estava a sentir mal, ela sacou do travão de mão, fez alto peão e depois queria-o levar ao hospital e ele cheio de medo porque pensava que iam descobrir, e não foi!" "Que férias loucas! Olha eu uma vez fumei um charro, atirei-me a uma gaja, fomos p'rá cama, depois ela perguntou-me se eu era de lá da terra dela eu disse que não e ela que melhor, que assim já não ia haver problemas com outro pessoal!".
E foi isto. Fui salvo pelo Soundcheckdos Deeper Fall que foram assobiados por alguns elementos do público que não sabem respeitar o trabalho alheiio. Mas houve crowd-surfing, para animar a malta!
Labianca foi o que esperava.
Para terminar o princípio de noite, à saída do bar, sendo que um amigo meu tinha de ir a casa trocar de roupa para ir para a discoteca, os colegas mandaram-no ir a pé para se despachar, enquanto eles iam de carro. Mas será impressão minha ou o carro é mais rápido que os pés?
E assim foi o princípio de noite... Após tamanhas bestialidades, optei por não ir à discoteca, também por ter pouca gente conhecida naquela noite, e fui para casa, às duas da manhã, a pensar na conversa travada entre os dois jovens, enquanto olhavam para o ecrã da máquina, que passava demonstrações dos vários jogos que tinha, todos de porrada a sete, sem uma história digna!
Pintelho
<< Home