Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

quinta-feira, janeiro 29, 2004

Como soltar gases: o guia prático(1/2)

Depois de alguns dissabores com um certo conselho que eu dei um lindo dia, venho aqui lembrar os nossos leitores que existem DOIS orifícios de escape de gases... Não se limitem a um, porra, sejam versáteis.

Aliás, o orifício situado acima do queixo e debaixo do nariz é um espectáculo no que se refere às fantásticas sonoridades possiveis de alcançar nos eventos apropriados (baptizados, exames, usem a imaginação).

Capítulo 1: Como forçar o arroto
Começar é a parte mais difícil, mas assim que dominar a técnica, a evolução será imparável. Se não sabe puxar arrotos, sujiro que compre ou uma garrafa de Sprite, ou uma de Coca-Cola (a do Pingo Doce tem grande efeito sobre TODOS os gases, usar com precaução), e que se sente direito numa cadeira ou um sofá. Beba uma golada e procure engolir tudo de uma vez. Sentirá, para além da bebida, uma massa de ar a passar pela faringe e pelo esófago.
Agora vem a parte difícil, que é forçar essa massa de ar para cima outra vez. Para isso contraia o abdómen com muita força e essa massa deve subir outra vez, provocando o arroto. Junte também os braços à frente do(s) peito(s) e, à medida que faz força, puxe-os para trás e ponha o peito para fora. À medida que vai ganhando experiência, procure controlar a força aplicada e deixar de usar a bebida.
A técnica de puxar o ar sem bebida é similar, encha a boca de ar e engula em seco, o resto do movimento é igual. Com a prática, procure deixar de encher a boca de ar, dá muito nas vistas.

Capítulo 2: Como dar o som
A técnica para dar o som correcto ao arroto é muito parecido com o canto coral e com o canto gregoriano. Infelizmente, já tem que dominar muito bem a força que faz sobre o arroto para a poder aplicar.
Você controla o som através de dois instrumentos: com a boca controla o arroto ao longo da escala cromática (Dó, Ré, Mi...) e com o abdómen controla a potência do mesmo.
Uma potência máxima nem sempre é recomendado pois, para além de diminuir a longevidade do arroto, também diminui a controlabilidade do tom, o que por sua vez diminui a espectacularidade.

Capítulo 3: Como escolher o arroto indicado
Esta parte é essencial para obter os efeitos pretendidos com a execução do arroto. Tenha em atenção a acústica do local onde está, o ruído de fundo e a proximidade, atenção e actividade do(s) receptor(es) do arroto.
Por exemplo, se está num restaurante de fast-food com uns amigos e quer simplesmente fazê-los saltar, espere que os olhos deles se concentrem na comida, dê uma golada rápida, mas discreta, na bebida, para obter potência extra e execute um arroto com uma grande potência inicial, sem se preocupar muito com a longevidade, e, de preferência, comece num tom médio-grave e parta para um médio-agudo. Assim deverá contornar o ruído de fundo existente, fazer os seus amigos cuspir a salada e ,provavelmente, atrair alguns olhares das mesas vizinhas.

Capítulo 4: Como disfarçar
Depois de adquirir a técnica, provavelmente não conseguirá arrotar discretamente, pelo que se coloca o problema de como disfarçar o arroto. Desde já, forçar o ar para o estômago não é solução pois, como foi referido anteriormente, é provável que ele suba outra vez alguns minutos depois, e em força.
Esta é uma área em que toda a sua imaginação é bem-vinda, embora algumas soluções clássicas sejam bastante eficientes quando há algum ruído de fundo, por exemplo: fechar a boca e tapá-la discretamente com a mão, abafa bastante o arroto, no entanto o ruído provocado pela garganta ainda é significativo; arrotar a um tom bastante agudo e com uma potência baixa pode provocar arrotos de uma longevidade bastante elevada mas é bastante discreto para poder ser disfarçado como um bocejo. Mais uma vez, a mão à frente da boca é indispensável e não faça caretas.

Capítulo 5: "Já sou o melhor! Consigo dizer o a-e-i-o-u a arrotar!"
Não se conforme com pouco, evolua sempre em termos de longevidade, potência e controlo de tom. Depois poderá também tentar coisas novas como, por exemplo, arrotar debaixo de água ou tentar arrotar pelo nariz.
Nota: dizer o a-e-i-o-u a arrotar não é grande marca: um jovem bracarense com 13 anos disse o abecedário inteiro num só arroto.

Caramelo

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