Cortar a relva
Um crime. Um verdadeiro crime. É o que é. É, pois!
Cortar a relva é uma actividade bárbara. Não crêem no que eu escrevo? Mas nunca vos disseram que "Se leram num blogue, deve ser verdade!"? Tudo bem, pronto, eu vou-vos provar a necessidade de irradicar esta terrível e temível actividade.
Antes de mais, há que estabelecer um paralelismo entre dois mundos: o mundo púbico e o mundo da relva. Simples. Se a relva for a pintelheira, a máquina de cortar relva será a depiladora. Partimos por aí.
Agora os argumentos. Se os exprimir e apresentar de forma coerente e organizada, certamente conseguirei o apoio da blogosfera em peso, e juntos, com o nosso ilimitado poder, poremos fim a essa barbaridade (quase) tão bárbara como o anti-futebol helénico ter vencido o belo futebol lusitano.
Então, reflictam: Nunca vos aconteceu, queridas leitoras e caros leitores, serem acordados, a meio de um belo e revigorante sono, por uma máquina que corta relva no jardim? Provavelmente, à maioria de vós, sim. E não foi uma situação profundamente agressiva à vossa integridade enquanto seres providos de preguiça? Pois foi.
Mas há mais, muito mais, muitos ais para eu debitar aqui e me queixar.
Imaginem-se sendo Pintelhos. Neste espaço, isso não será difícil. De certo, como os Homo sapiens estabelecem laços com os seus semelhantes primatas e alguns seres com afinidades intelectuais, como os golfinhos, os Pintelhos também estabelecem esses laços com seres como, por exemplo, a relva. E se, de repente, milhares e milhares dos vossos semelhantes fossem chacinados, decapitados, feridos, assassinados? Se, de repente, houvesse um genocídio terrível, nem sequer comparável ao holocausto nazi? Seria difícil, não seria? E para os Pintelhos, como eu? E para as desgraçadas folhas que constituem os belos relvados?
É tremendamente difícil. Deixa-me profundamente indignado!
E ainda há a situação do ruído. Imaginm-se do tamanho de uma folha de relva. Subitamente, avistam uma máquina gigante, conduzida por um gigante humano. A máquina é ruidosa. Muito ruidosa. Por baixo, bem ao nível das vossas cabeças, apresenta lâminas cortantes, que giram e rodopiam de contentamento, alimentadas pelo vosso sangue (vulgo seiva) e pelo dos vossos irmãos, ascendentes e descententes. É o vosso fim... Um fim terrível, uma espera para que a máquina vos decapite que se prolonga, um assassinato aos olhos do Sol e do Mundo. Horrível.
E, para um Pintelho, tal como a depilação é um genocídio inconcebível, o "relvicídio" também o é. E não argumentem com o velho "mas os vegetais não têm sistema nervoso!". Quem vos disse? Eles? E se o sistema nervoso deles for diferente do vosso, mas existir realmente, como centro receptor de estímulos? Não podemos continuar assim. Milhões de seres vivos são, todos os dias, assassinados, para que os nossos jardins se tornem mais agradáveis. Mas eu sofro com esta chacina. É horrível.
Vamos todos unir-nos em torno desta nobre causa, e boicotar a produção e utilização de cortadores de relva!
Quem está comigo?
Pintelho (pronto, já está. Malvado do homem que me acordou quando só tinha dormido quatro horas... Há-de as pagar!)
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Cortar a relva é uma actividade bárbara. Não crêem no que eu escrevo? Mas nunca vos disseram que "Se leram num blogue, deve ser verdade!"? Tudo bem, pronto, eu vou-vos provar a necessidade de irradicar esta terrível e temível actividade.
Antes de mais, há que estabelecer um paralelismo entre dois mundos: o mundo púbico e o mundo da relva. Simples. Se a relva for a pintelheira, a máquina de cortar relva será a depiladora. Partimos por aí.
Agora os argumentos. Se os exprimir e apresentar de forma coerente e organizada, certamente conseguirei o apoio da blogosfera em peso, e juntos, com o nosso ilimitado poder, poremos fim a essa barbaridade (quase) tão bárbara como o anti-futebol helénico ter vencido o belo futebol lusitano.
Então, reflictam: Nunca vos aconteceu, queridas leitoras e caros leitores, serem acordados, a meio de um belo e revigorante sono, por uma máquina que corta relva no jardim? Provavelmente, à maioria de vós, sim. E não foi uma situação profundamente agressiva à vossa integridade enquanto seres providos de preguiça? Pois foi.
Mas há mais, muito mais, muitos ais para eu debitar aqui e me queixar.
Imaginem-se sendo Pintelhos. Neste espaço, isso não será difícil. De certo, como os Homo sapiens estabelecem laços com os seus semelhantes primatas e alguns seres com afinidades intelectuais, como os golfinhos, os Pintelhos também estabelecem esses laços com seres como, por exemplo, a relva. E se, de repente, milhares e milhares dos vossos semelhantes fossem chacinados, decapitados, feridos, assassinados? Se, de repente, houvesse um genocídio terrível, nem sequer comparável ao holocausto nazi? Seria difícil, não seria? E para os Pintelhos, como eu? E para as desgraçadas folhas que constituem os belos relvados?
É tremendamente difícil. Deixa-me profundamente indignado!
E ainda há a situação do ruído. Imaginm-se do tamanho de uma folha de relva. Subitamente, avistam uma máquina gigante, conduzida por um gigante humano. A máquina é ruidosa. Muito ruidosa. Por baixo, bem ao nível das vossas cabeças, apresenta lâminas cortantes, que giram e rodopiam de contentamento, alimentadas pelo vosso sangue (vulgo seiva) e pelo dos vossos irmãos, ascendentes e descententes. É o vosso fim... Um fim terrível, uma espera para que a máquina vos decapite que se prolonga, um assassinato aos olhos do Sol e do Mundo. Horrível.
E, para um Pintelho, tal como a depilação é um genocídio inconcebível, o "relvicídio" também o é. E não argumentem com o velho "mas os vegetais não têm sistema nervoso!". Quem vos disse? Eles? E se o sistema nervoso deles for diferente do vosso, mas existir realmente, como centro receptor de estímulos? Não podemos continuar assim. Milhões de seres vivos são, todos os dias, assassinados, para que os nossos jardins se tornem mais agradáveis. Mas eu sofro com esta chacina. É horrível.
Vamos todos unir-nos em torno desta nobre causa, e boicotar a produção e utilização de cortadores de relva!
Quem está comigo?
Pintelho (pronto, já está. Malvado do homem que me acordou quando só tinha dormido quatro horas... Há-de as pagar!)
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