Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

sexta-feira, julho 02, 2004

Saudade

Saudade é uma palavra portuguesa, com certeza.

Pela saudade, sabemos quando realmente gostamos de alguém.
É a saudade que nos avisa da necessidade de contacto com alguém que nos é especial. E a saudade prega-nos destas partidas.
Ontém de manhã, a mando da saudade que me apertava internamente, fui em busca de alguém especial cuja presença marca a minha vida mas cuja ausência se tornou difícil.
Vi-a, então, ao fundo da rua. Sorri. Há cerca de seis meses que não nos encontrávamos. Ela não me conheceu, por trás da máscara que trago nos olhos. Aproximámo-nos. Ela ainda não me reconhece. Tiro os óculos de sol?
Não.
Sigo, ergo o pescoço, levanto a cabeça, fingindo, muito mal fingido, certamente, ser indiferente à sua presença, com o aperto a desvanecer-se transformando-se na alegria de um reencontro anunciado mas não esperado. Finjo não a ver (se fosse possível...). Desvendou o segredo por trás dos óculos escuros. Segue-se um par de beijos carinhosos, alguns saltos de alegria, um momento delicioso. Quero mais...
A manhã, saborosíssima, passa a voar. Passa sempre, o tempo, quando nos sentimos bem. Conversamos, conversamos, conversamos, vemos fotografias, fazemos brincadeiras cumplices, rimos, sorrimos, o mundo à nossa volta desaparece. Somos nós e as saudades para matar. Um Pintelho e uma Amiga púbica. Uma Amiga, que por ser mais que uma simples Amiga, devia escrever-se com todas as letras maiúsculas. Se mo permitem: AMIGA.
As ruas tornam-se mais bonitas e os passos mais leves.
Volto a casa, mais preenchido. Pronto para perder mais uns meses, se necessário for, até que a saudade aperte e se torne insuportável. Mas ontém fui mais feliz. O mundo olhou para mim com olhos estranhos.
Tudo, tudo, em nome de uma amizade imensa.

Pintelho

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