À la portugaise
Estava o Pintelho preocupado, com dúvidas existenciais acerca do assunto a postar aqui hoje, ou seja, não tinha assunto, quando ele veio ter comigo!
Numa das minhas deambulações pela cidade (famosas deambulações...) passou-se algo de fantástico. Passo a explicar-me.
Na rua de S.Marcos, à porta de uma loja de sapatos e malas, dei de fronhas com um aglomerado bastante significativo de pessoas, homens na generalidade. À boa maneira portuguesa, abeirei-me da montra, onde li em letras bem grandes SALDOS. Estava tudo explicado, pensei. Entrei na pastelaria ao lado, onde encontrei uma empregada a fuçar na vida dos outros... E a espalhá-la a quem quisesse ouvir (eu não sou surdo, caralho, e portanto, ouvi...)!
Dizia mais ou menos o seguinte: A Carminho, aí a empregada da loja das malas, é muito revolucionária a menina... Faz as greves todas... E isso não pode ser coitada... Hoje o patrão fechou-a no armazém... E até tem razão... Onde já se viu... E agora os amigos dela vieram fazer barulho...
Saído da pastelaria, ouvi a versão oficial do Sindicato... A mulher tinha acabado de chegar do Tribunal, com ordens para voltar a trabalhar, e cumpriu. O patrão não gostou e sequestrou-a (esta palavra tem sempre um impacto profundo...) no Armazém. A dita cuja, sindicalizada, telefonou ao Sindicato... E gerou-se a polémica, com montes de gente e polícia à mistura.
De focar o facto de que havia tantos curiosos como afectos ao Sindicato, ou menos, e também o facto de a polícia se meter sempre com aquele ar de supeioridade e de maus "Quem quer andar à porrada comigo?".
Para reflectir: O típico acto português de ficar a assistir ao espectáculo, a atitude da polícia, a maneira como se geram boatos (pois, já circulavam 54261 versões diferentes da mesma história, trágicas na maioria), a típica informadora da pastelaria, o modo de agir da Polícia portuguesa, e as atitudes dos patrões neste nosso país... Não queimem os fusíveis a pensar tanto...
Fez-se história no Pintelho. Num dia em que eu me sinto particularmente sem inspiração, escrevi, fiz um artigo digno de revista cor-de-rosa, sem piada nenhuma, e ainda com uma componente interactiva /já me cheira a queimado suas cabecinhas pensantes...)
Esperem pelo grande artigo que o Caramelo está a preparar... Vai ser mesmo em grande...
Pintelho
P.s. Outro grande acto tipicamente português é o de não saber arranjar as coisas... Esperem para breve... Estou chateado...
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Estava o Pintelho preocupado, com dúvidas existenciais acerca do assunto a postar aqui hoje, ou seja, não tinha assunto, quando ele veio ter comigo!
Numa das minhas deambulações pela cidade (famosas deambulações...) passou-se algo de fantástico. Passo a explicar-me.
Na rua de S.Marcos, à porta de uma loja de sapatos e malas, dei de fronhas com um aglomerado bastante significativo de pessoas, homens na generalidade. À boa maneira portuguesa, abeirei-me da montra, onde li em letras bem grandes SALDOS. Estava tudo explicado, pensei. Entrei na pastelaria ao lado, onde encontrei uma empregada a fuçar na vida dos outros... E a espalhá-la a quem quisesse ouvir (eu não sou surdo, caralho, e portanto, ouvi...)!
Dizia mais ou menos o seguinte: A Carminho, aí a empregada da loja das malas, é muito revolucionária a menina... Faz as greves todas... E isso não pode ser coitada... Hoje o patrão fechou-a no armazém... E até tem razão... Onde já se viu... E agora os amigos dela vieram fazer barulho...
Saído da pastelaria, ouvi a versão oficial do Sindicato... A mulher tinha acabado de chegar do Tribunal, com ordens para voltar a trabalhar, e cumpriu. O patrão não gostou e sequestrou-a (esta palavra tem sempre um impacto profundo...) no Armazém. A dita cuja, sindicalizada, telefonou ao Sindicato... E gerou-se a polémica, com montes de gente e polícia à mistura.
De focar o facto de que havia tantos curiosos como afectos ao Sindicato, ou menos, e também o facto de a polícia se meter sempre com aquele ar de supeioridade e de maus "Quem quer andar à porrada comigo?".
Para reflectir: O típico acto português de ficar a assistir ao espectáculo, a atitude da polícia, a maneira como se geram boatos (pois, já circulavam 54261 versões diferentes da mesma história, trágicas na maioria), a típica informadora da pastelaria, o modo de agir da Polícia portuguesa, e as atitudes dos patrões neste nosso país... Não queimem os fusíveis a pensar tanto...
Fez-se história no Pintelho. Num dia em que eu me sinto particularmente sem inspiração, escrevi, fiz um artigo digno de revista cor-de-rosa, sem piada nenhuma, e ainda com uma componente interactiva /já me cheira a queimado suas cabecinhas pensantes...)
Esperem pelo grande artigo que o Caramelo está a preparar... Vai ser mesmo em grande...
Pintelho
P.s. Outro grande acto tipicamente português é o de não saber arranjar as coisas... Esperem para breve... Estou chateado...
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