Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

A ciência do clic clic

Quem, entre os leitores do Pintelho, nunca comeu batatas fritas de pacote, daquelas que vêm encharcadas em sal para melhor se conservarem, sal esse que lhes confere uma longevidade de alguns meses?
Pois, é sobre essa nova promoção lançada especialmente para as crianças que eu cá venho hoje falar. Os Metal Tazoo's!!
Os Metal Tazoo's, cuja garantia de autenticidade diz: "Os autênticos fazem clic", são usados como um jogo pela pequenada. As regras são simples: Atiras um tazoo, fazes um barulho incomodativo, viras os outros tazoo's e ganhas!
Pois esses tazoo's, desenhados como uma brincadeira infantil, que até têm bonecos desenhados, são muito mais que simples brinquedos. Por trás dessas rodelas metálicas está toda uma ciência que qualquer jovem/adulto, maior de 16 anos, deve saber dominar.

Como primeira nota, toda a ciência dos metal tazoo's é também aplicada às tampas dos Compal(es), apesar de existirem certas diferenças de tamanho, espessura e forma, que alteram as sonoridades produzidas.

Como bom músico, cedo percebi que o barulho incomodativo que se produz ao pressionar um tazoo (ou a tampa do Compal), pode ser muito mais que um simples clic clic (pois a tampa ou o tazoo, quando em bom estado, volta imediatamente ao estado original) incomodativo. Aliás, pode também tornar-se um ruído mais que incomodativo, mas científico!

Primeiro, vão comprar um pacote de batatas com tira preta. Encontrarão colado na tira um envólucro plástico da côr da tira. Não se acanhem, descolem-no da tira (não envolve grande cientificidade, uma vez que apenas está colado com um pedaço de fita-cola). Está? Neste momento devem ter um metal tazoo na mão. Não se incomodem com o boneco que saiu, nem com o número, pois independentemente disso, poderão obter os mesmos extraordinários resultados.
Agora façam o primeiro teste: Pressionem o tazoo ligeiramente, por um período mínimo de tempo. Ouviram? Clic clic!
Essa é a parte não científica da coisa. Se continuarem por uns cinco minutos a fazer cil clic vão acontecer duas coisas:

1- Vocês vão acabar viciados no clic e não vão querer largar a rodela, que exercerá sobre vós um poder similar ao do Anel Um.
2- Os que vos rodeiam vão começar a ficar nervosos, depois realmente enérgicos, e, por fim, talvez ainda percam as estribeiras e comecem a berrar, dizendo que o vosso Anel Um faz um barulho insuportável.

Agora que já foram possuídos pelo poder do tazoo, vão querer maximizar o ruído, minimizando, no entanto, o prazer do clic clic.
Se querem continuar, aviso-vos que o clic clic vai passar a ser controlado por vocês, não havendo dois clics de cada vez. Passa a soar só uma vez, ficando a concavidade da rodela na posição que vocês desejarem. No entanto, a perda do segundo clic pode provocar uma sensação desagradável.
Nota: Para os indecisos, o poder do clic clic pode ser recuperado até aos 90%, sendo, portanto, reversível.

Com o polegar na parte interior do tazoo, pressionando com o indicador e o anelar em sentido contrário, deformem-no ligeiramente. Provavelmente, a saliência ficou para dentro. Façam-na retomar a posição original, com uma ligeira pressão. Agora tentem fazer clic clic. Pois... Agora só faz o primeiro clic e fica na outra posição, não retornando à posição original. Nada de pânico. Perdemos o segundo clic, mas ganhámos em volume sonoro. Pressionando na ponta do tazoo (e quanto mais na ponta, melhor), exercendo o mínimo de pressão possível no centro do tazoo (a pressão, bem como a sua intensidade, no centro do disco, vai afectar o volume do clic mágico), façam-no retomar a posição original! Entao? Notaram? O clic foi muito mais audível. Repitam este procedimento. Agora têm uma imensa panóplia de sonoridades à vossa escolha, que podem obter com a prática. Desde os agudos aos graves, passando pelo controlo de volume, ressonância e durabilidade do som. Com a prática poderão, um dia, tornar-se tazoo heroes, qual Jimi Hendrix na guitarra.
Caso o vício que o Anel Um provocou em vocês (o do dois clics), se sobrepuser, apesar de tudo, à vossa creatividade (poderia ter escrito criatividade, luzes, mas não...) musical, então, não desesperem. Lembram-se de como procederam para deformar o tazoo? Repitam o procedimento, mas desta vez na outra face.
Não ficará a cem por cento, mas serve. Caso não sirva, corram a comprar um pacote de batatas fritas novo (se não vos apetecer as batatas, podem sempre ir para o licho).

Após o estudo exaustivo das propriedades musicais dos tazoos, despeço-me por dois dias, pois amanhã vuo ver esses deuses, de nome Dream Theater, tocar no Porto. Para Sexta-feira aguardem a crítica.

Pintelho


P.S. Caso persistam dúvidas, ou caso surjam novas funcionalidades musicais dos tazoo's, deixem comentário.
Caso não gostem de música nem de vícios saudáveis, como o do clic clic, metam o tazoo no cú. Ou melhor, na boca!

P.P.S. Por favor, Caramelo e/ou Black Eyed, postem por mim, amanhã. E não Caramelo, não te roas de inveja... Talvez eu arranje uma palheta do Petrucci, ou uma baqueta do Portnoy... Um amigo meu vai tentar gravar aquilo com microfone de alta precisão. Talvez se arranje o bootleg de recordação!

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