Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Testemunho divino

É o título da mais recente entrevista do virtuoso teclista Neal Morse à Loud!
O ex-teclista dos Spock's Beard e do supergrupo de rock progressivo Transatlantic sentiu Deus a chamá-lo. Este post, que, no fundo, não passa de uma transcrição parcial da entrevista, é para aqueles que, como eu, não crêem em Deus. Músicos de todo o mundo: O virtuosismo, mais cedo ou mais tarde, acaba nisto...


(...)gostaria de te ouvir explicar a razão que te levou a sair dos Spock's Beard - sempre os consideraste irmãos de sangue e parecia que tal nunca iria acontecer...
Foi uma questão de oração. Um dia estava a rezar e senti que Deus estava a pressionar o meu coração para fazer outra coisa qualquer. Sinceramente que senti que o Senhor me estava a pedir para sair. Nessa altura não sabia o que fazer, não sabia se o Senhor queria que deixasse de fazer música por completo ou o quê... Rezei sobre isso durante muitos, muitos meses e não me queria precipitar. Mas foi isso que aconteceu, senti em oração que Deus me estava a chamar para fazer outra coisa qualquer...

Como é que chegaste a esta nova força na tua vida? Porquê agora?
Bem, não sei porque razão aconteceu agora, e na altura, também não sabia... Mas pensando nisso agora consigo compreender. Acho que este disco, "Testymony", não seria apropriado para os Spock's Beard, e ele está a tocar muita gente. Acho que isso seria parte do plano de Deus. Encontrei esta fé porque comecei a frequentar a igreja da minha mulher (...). Comecei a sentir algo depois de algum tempo, sensações físicas e cenas do género... Comecei a sentir o espírito de Deus. Comecei a sentir uma inquietação (...) e o que estava a sentir era o Espírito Santo, foi isso que senti. Quando se tem uma experiência dessas, ao sentir Deus, ou ao sentir o amor de Deus por ti, tudo muda.

Numa das tuas canções dizes (...) "Senti a Sua orientação quando estava embrenhado no meu pecado". E, pelo que já li sobre ti, referes que já fizeste algo de muito errado no teu passado. É algo de muito sério ou apenas te sentes assim porque encontraste Deus?
Não (...). Acho que fiz coisas muito más no meu passado. Mas quando digo "deep in my sin", refiro-me à minha existência sem Deus e sem qualquer pista sobre Ele e o seu carácter ou de como chegar até ele. Eu vivia apenas pela sensação da carne, só fazia aquilo que era bom para a carne, era isso apenas que queria fazer. Portanto viver consoante Deus é completamente diferente, é como negar a carne - e aquilo que ela quer fazer - e tentar fazer o que Deus quer. São duas coisas totalmente diferentes.

Mas que coisas tão más são essas???
Não quero especificar, mas era muito dado a festis e fiz tudo o que é inerente à vida do Rock'n'Roll.

Não achas isso natural como esperiência da vida?
Claro que é natural. Mas agora estou a tentar ser espiritual em vez de natural. Mas (...) essas são as coisas que naturalmente a carne quer fazer. É por isso que precisamos de Deus para nos ajudar a ultrapassar essas coisas. Para podermos alcançar aquilo que ele quer que tenhamos... Coisas como amor, paz, alegria e família e o verdadeiro espírito de irmandade. Todas essas coisas.

Mas alcançaste todas essas coisas antes de teres descoberto Deus?
Bem... tinha algumas delas, sim. No entanto, agora tenho-as numa maior escala, mas para mim tudo isso se resume ao facto de ter esta ligação mais directa com o Senhor. Não quero estar a agregar essas coisas às pessoas, apenas quero que elas (...) procurem Deus por elas próprias, que descubram a sua própria ligação com Deus.

Para quem é este "Testymony"?
Na realidade é o testemunho para a minha audiência. Sou eu contar à minha audiência o que me aconteceu e o porquê da minha mudança. Na realidade é o que isso é, por ser um álbum de rock progressivo. Comunico com a minha audiência na linguagem que ela entende e pela qual se sente tocada.


Como o resto da entrevista fala sobre coisas mais físicas, optei por não a transcrever.
Ainda pensei em colocar uns parêntesis com apartes curiosos, mas optei também por não o fazer, deixando à orientação religiosa dos leitores do Pintelho a interpretação da entrevista.
No entanto, a mensagem mais subliminar desta entrevista é a seguinte: "Deus escolhe os virtuosos dos sons para serem pastores através das palavras". Eis o meu futuro... Hei-de deixar de ser ateu, quando forem os outros a encaixilhar as palhetas que eu entrego...

Pintelho

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