Psicanálise no desporto ou "Diz-me que desporto gostas de praticar, dir-te-ei quem és"
Caras Pintelhas e Pintelhos, pêlos púbicos e pêlos púbicos, ou pêlos menos púbicos, das axilas, das virilhas, da cabeça, do nariz, do bigode ou do traseiro.
Alguns de vós lembrar-se-ão certamente de uma famosa sessão de psicoterapia aplicada aos vossos desenhos animados favoritos, que o doutor Pintelho vos aplicou.
É novamente essa psicoterapia que pretendo aplicar neste post e seguintes. Para isso, será necessário que os meus queridíssimos leitores me confidenciem quais os seus desportos favoritos.
Infelizmente, e como é necessário começar por alguém, eu próprio darei o exemplo, arruinando a minha reputação. A actividade desportiva que mais aprecio é um tanto quanto apaneleirada, como todas as outras aliás. Verdadeiramente masculino apenas o levantamento da caneca. Digo eu.
O ciclismo. É esse o desporto que elegi como o meu favorito. O vosso Pintelho pratica BTT, no litoral minhoto, e adora ver corridas de estrada e de pista. É, de facto, um desporto fascinante.
Contudo, ao aplicar psicanálise no estudo do ciclismo, obtêm-se resultados que não serão totalmente (ou quase nada) agradáveis.
Vejamos então. O material com que se pratica ciclismo. Certamente já notaram, queridos leitores, que os ciclistas vestem roupas muito justas, aliás muito apaneleiradas. Isso só revela, segundo a teoria freudiana, um desejo intrínseco em vestir como uma mulher. Em ser uma mulher. Denota um descontentamento com o sexo com que se nasce, e, consequentemente, uma homossexualidade latente. Por outro lado, os ciclistas, em provas de estrada, vestem calções muito curtos, e viajam todos muito próximos. A invenção, datada do século XVI, que é o pelotão de ciclistas, não é por acaso. Aliás, já devem certamente ter reparado que os ciclistas não têm pintelhos nas pernas. Isto não é, como eles alegam, devido às massagens. Os pêlos das pernas desaparecem porque são arrancados com cera. Tudo porque, e é aqui que entra o pelotão, os ciclistas que se encontram muito juntos aproveitam a congregação dos calções curtos com as pernas rapadas para apreciarem um bom presunto masculino. Mais uma vez, fugindo à censura do ego, o id manifesta os seus desejos de forma indirecta.
Felizmente para mim, esta parte do desporto não me afecta pois, como praticante de BTT, não rapo os pêlos das pernas nem ando em pelotões.
Outro factor que não me afecta é a almofadinha que os ciclistas usam no traseiro. Mas a função desta almofadinha só pode ser entendida no contexto da bicicleta. Atentem no fálico selim. É verdade. Quantos de vós não tinham ainda reparado que um selim lembra, sem grandes esforços, um falo? Pois é. O facto de os ciclistas se sentarem em cima de um objecto fálico não é por acaso. Conhecem algum ciclista que não se dê bem em cima do selim? Não. Pois não. Tudo culpa do id, instância que, contornando e evitando os mecanismos de defesa do ego, transforma o selim num objecto pulsional, onde o rabo do ciclista assenta para obter satisfação sem problemas. Pulsões inaceitáveis, moralmente, ao superego, por serem homossexuais. Contudo, por contradição ou mecanismo de resposta do ego, ou mesmo comodidade, os ciclistas usam, entre o cú e os calções, uma almofada. É difícil ao psicanalista compreender o papel da almofada no contexto do ciclismo. Contudo, acredita-se que a almofada está para o selim como a vaselina para a real pichota.
Completa a ronda pelo equipamento, e notando que, felizmente, o objectivo da corrida nada tem de sexual, só resta a análise da bicicleta. Nada de profundo, porque as profundezas não são para aqui chamadas. Um olhar geral. Duas rodas, com o selim em cima. Duas rodas, redondas, bolas, testículos. Grandes, por sinal, carregados de esperma. Com o selim, fálico, como visto atrás, em cima. Um homem sentado no falo carregadinho de esperma para despejar. E haverá modo mais dissimulado para satisfazer as pulsões homossexuais que em cima de uma bicicleta? Depois é ver os ciclistas. Senta, levanta, senta, levanta...
Este é o meu desporto favorito.
Triste, mas é verdade... Actividade mais apaneleirada.
E vós, caros leitores? Olhai que as consultas são grátis. Aproveitai que a psicanálise aqui é gratuita. Qual o vosso desporto de eleição?
Pintelho
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Alguns de vós lembrar-se-ão certamente de uma famosa sessão de psicoterapia aplicada aos vossos desenhos animados favoritos, que o doutor Pintelho vos aplicou.
É novamente essa psicoterapia que pretendo aplicar neste post e seguintes. Para isso, será necessário que os meus queridíssimos leitores me confidenciem quais os seus desportos favoritos.
Infelizmente, e como é necessário começar por alguém, eu próprio darei o exemplo, arruinando a minha reputação. A actividade desportiva que mais aprecio é um tanto quanto apaneleirada, como todas as outras aliás. Verdadeiramente masculino apenas o levantamento da caneca. Digo eu.
O ciclismo. É esse o desporto que elegi como o meu favorito. O vosso Pintelho pratica BTT, no litoral minhoto, e adora ver corridas de estrada e de pista. É, de facto, um desporto fascinante.
Contudo, ao aplicar psicanálise no estudo do ciclismo, obtêm-se resultados que não serão totalmente (ou quase nada) agradáveis.
Vejamos então. O material com que se pratica ciclismo. Certamente já notaram, queridos leitores, que os ciclistas vestem roupas muito justas, aliás muito apaneleiradas. Isso só revela, segundo a teoria freudiana, um desejo intrínseco em vestir como uma mulher. Em ser uma mulher. Denota um descontentamento com o sexo com que se nasce, e, consequentemente, uma homossexualidade latente. Por outro lado, os ciclistas, em provas de estrada, vestem calções muito curtos, e viajam todos muito próximos. A invenção, datada do século XVI, que é o pelotão de ciclistas, não é por acaso. Aliás, já devem certamente ter reparado que os ciclistas não têm pintelhos nas pernas. Isto não é, como eles alegam, devido às massagens. Os pêlos das pernas desaparecem porque são arrancados com cera. Tudo porque, e é aqui que entra o pelotão, os ciclistas que se encontram muito juntos aproveitam a congregação dos calções curtos com as pernas rapadas para apreciarem um bom presunto masculino. Mais uma vez, fugindo à censura do ego, o id manifesta os seus desejos de forma indirecta.
Felizmente para mim, esta parte do desporto não me afecta pois, como praticante de BTT, não rapo os pêlos das pernas nem ando em pelotões.
Outro factor que não me afecta é a almofadinha que os ciclistas usam no traseiro. Mas a função desta almofadinha só pode ser entendida no contexto da bicicleta. Atentem no fálico selim. É verdade. Quantos de vós não tinham ainda reparado que um selim lembra, sem grandes esforços, um falo? Pois é. O facto de os ciclistas se sentarem em cima de um objecto fálico não é por acaso. Conhecem algum ciclista que não se dê bem em cima do selim? Não. Pois não. Tudo culpa do id, instância que, contornando e evitando os mecanismos de defesa do ego, transforma o selim num objecto pulsional, onde o rabo do ciclista assenta para obter satisfação sem problemas. Pulsões inaceitáveis, moralmente, ao superego, por serem homossexuais. Contudo, por contradição ou mecanismo de resposta do ego, ou mesmo comodidade, os ciclistas usam, entre o cú e os calções, uma almofada. É difícil ao psicanalista compreender o papel da almofada no contexto do ciclismo. Contudo, acredita-se que a almofada está para o selim como a vaselina para a real pichota.
Completa a ronda pelo equipamento, e notando que, felizmente, o objectivo da corrida nada tem de sexual, só resta a análise da bicicleta. Nada de profundo, porque as profundezas não são para aqui chamadas. Um olhar geral. Duas rodas, com o selim em cima. Duas rodas, redondas, bolas, testículos. Grandes, por sinal, carregados de esperma. Com o selim, fálico, como visto atrás, em cima. Um homem sentado no falo carregadinho de esperma para despejar. E haverá modo mais dissimulado para satisfazer as pulsões homossexuais que em cima de uma bicicleta? Depois é ver os ciclistas. Senta, levanta, senta, levanta...
Este é o meu desporto favorito.
Triste, mas é verdade... Actividade mais apaneleirada.
E vós, caros leitores? Olhai que as consultas são grátis. Aproveitai que a psicanálise aqui é gratuita. Qual o vosso desporto de eleição?
Pintelho
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