Ainda te lembras?
Hoje fui a pé para a Universidade.
Pelo caminho, ouvi o Wolfheart, álbum mítico de uma mítica banda portuguesa, os Moonspell.
Seria de esperar que aqui fizesse uma crítica extremamente positiva ao disco, que merece vénias, aplausos, guinchos histéricos e afins, mas não é isso, nada disso, que aqui vou escrever hoje.
Não porque, enquanto caminhava e ouvia o tal do álbum genial, lembrei-me do nosso primeiro concerto juntos.
Foi a 15 de Outubro. Sábado.
No multiusos de Guimarães.
No palco estiveram os próprios Moonspell, e não foi essa a primeira vez que vi a banda de Fernando Ribeiro em palco. Mas foi a tua primeira vez num concerto de Metal.
Cá em baixo, frente ao palco, o ambiente de penumbra e calor era o ideal para assistir a um arrepiante concerto, o concerto dos lobos. Mas não. Ou melhor, sim.
Sim e não.
Assim que a banda entrou em palco, e como sabia que estavas num ambiente que desconhecias, entre corpos vestidos de preto - não destoavas. Vestiste preto. Um anjo negro - abracei-te, por trás. Tentava proteger-te da agressividade da música. Uma música nada apropriada para o que se seguiu.
Contudo, apesar da inapropriação, foi ela a culpada.
Senti-me bem. No meu ambiente, a mostrar-te o poder do Metal, abraçado a um anjo negro emanante de beleza. Um anjo amado.
Beijei-te, assim que a banda começou a tocar a primeira música.
Partilhaste o meu ambiente, tomaste-o como teu. E foi aí que tudo começou.
Agarrei o teu pescoço com uma mão, envolvendo a cinta com o outro braço. Um corpo tão delicado exposto a tanta violência.
Beijei-te de novo. E de novo. E de novo. E as abrasivas guitarras tornaram-se num pano de fundo perfeito para o nosso amor.
Com os corpos colados, e os teus cabelos a roçarem o meu pescoço passámos duas maravilhosas horas. Nunca um concerto teve um sabor tão delicado.
Entre beijos e carícias, volta e meia, ainda olhávamos o palco, não da nossa noite, mas da nossa banda sonora, da banda sonora que marcou o nosso amor. Desde o primeiro dia. Mas essa é uma estória para um outro post. Um dia.
Lá em cima, sei-o, os músicos sentiam que o que se passava entre nós era mais poderoso que todos aqueles decibéis que debitavam. Tão pouco poder no mais belo instrimento - a guitarra - quando comparado com o poder daquela nossa magia.
Depois acabou. A banda sonora, não a noite.
A caminho do autocarro que nos levaria quase ao destino, o frio arrefeceu-nos os corpos.
Sem uma banda sonora, a desculpa tinha obrigatoriamente que ser outra.
"Aquece-me!"
E aqueci-te. E tu a mim.
Lá fora, no caminho, as luzes passavam, espiando pela janela aquele momento só nosso.
Nessa noite, senti, sem dúvida, a realidade:
Quando estou contigo o mundo gira em torno de mim. Quando não estou, ele não gira ao meu redor.
Conclusão: Gira à tua volta. Sempre e enquanto este amor durar.
Que dure...
Como me lembro dessa noite...
E tu, ainda te lembras?
Pintelho (escrevi este post a ouvir... A recordar a noite. E aquela manhã, a caminho de Braga...)
Pelo caminho, ouvi o Wolfheart, álbum mítico de uma mítica banda portuguesa, os Moonspell.
Seria de esperar que aqui fizesse uma crítica extremamente positiva ao disco, que merece vénias, aplausos, guinchos histéricos e afins, mas não é isso, nada disso, que aqui vou escrever hoje.
Não porque, enquanto caminhava e ouvia o tal do álbum genial, lembrei-me do nosso primeiro concerto juntos.
Foi a 15 de Outubro. Sábado.
No multiusos de Guimarães.
No palco estiveram os próprios Moonspell, e não foi essa a primeira vez que vi a banda de Fernando Ribeiro em palco. Mas foi a tua primeira vez num concerto de Metal.
Cá em baixo, frente ao palco, o ambiente de penumbra e calor era o ideal para assistir a um arrepiante concerto, o concerto dos lobos. Mas não. Ou melhor, sim.
Sim e não.
Assim que a banda entrou em palco, e como sabia que estavas num ambiente que desconhecias, entre corpos vestidos de preto - não destoavas. Vestiste preto. Um anjo negro - abracei-te, por trás. Tentava proteger-te da agressividade da música. Uma música nada apropriada para o que se seguiu.
Contudo, apesar da inapropriação, foi ela a culpada.
Senti-me bem. No meu ambiente, a mostrar-te o poder do Metal, abraçado a um anjo negro emanante de beleza. Um anjo amado.
Beijei-te, assim que a banda começou a tocar a primeira música.
Partilhaste o meu ambiente, tomaste-o como teu. E foi aí que tudo começou.
Agarrei o teu pescoço com uma mão, envolvendo a cinta com o outro braço. Um corpo tão delicado exposto a tanta violência.
Beijei-te de novo. E de novo. E de novo. E as abrasivas guitarras tornaram-se num pano de fundo perfeito para o nosso amor.
Com os corpos colados, e os teus cabelos a roçarem o meu pescoço passámos duas maravilhosas horas. Nunca um concerto teve um sabor tão delicado.
Entre beijos e carícias, volta e meia, ainda olhávamos o palco, não da nossa noite, mas da nossa banda sonora, da banda sonora que marcou o nosso amor. Desde o primeiro dia. Mas essa é uma estória para um outro post. Um dia.
Lá em cima, sei-o, os músicos sentiam que o que se passava entre nós era mais poderoso que todos aqueles decibéis que debitavam. Tão pouco poder no mais belo instrimento - a guitarra - quando comparado com o poder daquela nossa magia.
Depois acabou. A banda sonora, não a noite.
A caminho do autocarro que nos levaria quase ao destino, o frio arrefeceu-nos os corpos.
Sem uma banda sonora, a desculpa tinha obrigatoriamente que ser outra.
"Aquece-me!"
E aqueci-te. E tu a mim.
Lá fora, no caminho, as luzes passavam, espiando pela janela aquele momento só nosso.
Nessa noite, senti, sem dúvida, a realidade:
Quando estou contigo o mundo gira em torno de mim. Quando não estou, ele não gira ao meu redor.
Conclusão: Gira à tua volta. Sempre e enquanto este amor durar.
Que dure...
Como me lembro dessa noite...
E tu, ainda te lembras?
Pintelho (escrevi este post a ouvir... A recordar a noite. E aquela manhã, a caminho de Braga...)
<< Home