Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

terça-feira, março 01, 2005

Metáforas, e isso

Ontém foi um dia rico em metáforas sexuais. Ou talvez metáforas sejam palavras inadequadas. Nós utilizamos certos e determinados objectos, não de forma metafórica, mas porque inconscientemente estamos a apelar à nossa sexualidade. Ou pelo menos era isso que o Freud dizia e, apesar de achar que a psicanálise ficou datada no tempo e não é minimamente aceitável, continuo a ver a teoria de Freud como uma riquíssima fonte de posts de características sexuais. Senão, atentem.

Andava ontém um Pêlo Púbico à procura de um delicioso gelado para comer (e, nesta parte, já podia introduzir o Freud à bruta, mas não o vou fazer), quando se deparou com uma colega Pêlo Púbica. Cumprimentámo-nos e falámos de chaves. Chaves, e tal... Porta-chaves. Porta-chaves... Peso. Peso, porque os porta-chaves são objectos com massa, sujeitos à força gravítica (maldito Sir Isaac), que, portanto, exercem força através dos elos que os unem, nas chaves, que, por sua vez, poderiam entortar o canhão da ignição dos magnificentes veículos que nos permitem locomoção acelerada.
Ora, e a metáfora encontra-se entre a chave e o canhão. Ainda que distorcida. Ora, então, se a chave é o que penetra, portanto, é o falo freudiano, camuflado pelo ego, para não ser alvo de censura. Se o canhão é penetrado, poranto, é a dita da pachacha, camuflada pela mesma entidade psíquica.
Mas, se no caso do automóvel o facto de a chave penetrar o canhão poder ser causador de avarias no canhão, não permitindo futuras penetrações, no caso humano as coisas são opostas, quase diametralmente. Quanto mais a chave penetrar no canhão, mais o gosto pela ignição é ganho, mais o canhão fica rodado, e mais fácil fica enfiar a chave no dito cujo, correndo apenas o risco de, com as forças erosivas actuantes, o canhão passar a não ser um encaixe perfeito, qual modelo chave-fechadura, para a peniana chave.
Pois é.

E foi nesta degradante conversa que iniciei a minha tarde, pensando que já não poderia piorar muito (mais tarde, como contei no post anterior, pensei em suicídio).
O pior aconteceu quando cheguei a casa e encontrei a minha mãe, acabada de comprar toucas para a natação. Toucas, protecção. Protecção, preservativos, claro. Não é preciso ser aluno do ISPA para compreender o facto.
Depois houve a fase em que ela disse que enfiar a touca de borracha doía. Essa foi a fase em que compreendi que ela estava a misturar dois comportamentos sexuais. Enfiar a touca é, também, sem dúvida alguma, uma metáfora para a penetração sexual.
E foi no esquema destas duas metáforas que compreendi o verdadeiro potencial da touca de pano que ela comprou para colocar por baixo da touca de borracha.
Ao que consta, a touca de pano é como a vaselina. Facilita as penetrações.

E com esta vos deixo, caríssimos leitores, ansioso por que não leiam este texto de péssimo gosto, a roçar o absurdo, o mau, o porco, o deseducador. Contudo, se as minhas esperanças não se cumprirem, então culpem Freud. E os livros que têm vindo a perpetuar a sua ideia. Assim, lavo as minhas mãos. Eu não tenho culpa do que escrevo. Sou um servo do meu id demasiado activo e de um superego insuficiente, apimentados por um ego corrupto, amigo do id, e inimigo do superego, a quem chama "choco".

Pintelho (nunca se esqueçam: as toucas de pano são como a vaselina. Auxiliam a penetração)

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