Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

quinta-feira, maio 27, 2004

O extra-terrestre contra ataca

Antes do jogo de ontém, Mourinho declarou que mais importante que a taça era a família.
Ontém, quando o Porto se sagrou campeão europeu, Mourinho deixou a taça de lado para estar com a família.
E é sobre tais declarações e actos que é preciso reflectir.

Reflictamos:
Obviamente que eu não estou aqui para por em causa os valores morais e sociais do senhor José Mourinho. Contudo, parece pouco credível que, num momento em que vence pela primeira vez a Liga dos Campeões, o mesmo prefira estar junto dos seus filhos que a comemorar a vitória junto da equipa que dirigiu e com a qual conseguiu fazer um excelente trabalho. Pelo menos eu, em circunstâncias normais de trabalho, não passo o dia a trabalhar com a família debaixo do braço.
Enfim...

Jogando, pela primeira vez, à defesa, fruto da derrota ainda mal digerida no Jamor, o treinador do Porto optou por prestar declarações politicamente correctas, colocando a família à frente do troféu. Assim, salvaguardaria o seu bem-estar em caso de derrota.
Derrota que o Porto bem podia ter sofrido, dada a má qualidade do futebol jogado pelos azuis e brancos. Felizmente, os vermelhos e brancos não lhes ficaram atrás e sofreram dois golos quase seguidos que lhes arrastaram o sonho para um próximo ano.

Porque o Mónaco é um principado, e porque o Porto é português, gostei da vitória portista, e sobre isso, nada tenho a dizer.

Voltando ao senhor Mourinho, extra-terrestre, como ficou provado por A+B após a final da Taça de Portugal (ver aqui), gostaria de analisar os seus actos após o jogo.
Mal o jogo acabou, o senhor, ou direi antes, ser, Mourinho foi buscar para junto de si filhos e esposa. Sentou-se no banco de suplentes com eles, alienando-se da festa da equipa, e só se aproximou dos jogadores para receber a medalha de campeão europeu.
A pergunta que eu quero deixar, pois julgamentos mais profundos cabem a cada um de vós, é a seguinte: Será que o banco de suplentes de um campo de futebol é parecido com um sofã de casa ao ponto de se estar confortavelmente instalado com a família a assistir à vitória num jogo que constitui o último da carreira enquanto funcionário do F.C.Porto? Será que a família deve estar sempre presente no trabalho de cada um? E porque é que aquelas crianças puderam invadir o campo, quando outras se atiram para o colo de polícias, cá em Portugal, e são imediatamente alvo de processos-crime? Será que se qualquer um de nós levasse a família para o emprego não seria despedido? Será que Mourinho pode vir a perder a arrogância que o caracteriza? Será que Mourinho tem emenda?

Pintelho

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