Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

quinta-feira, junho 03, 2004

Tese de mestrado em pintelhologia aplicada

Pois é, caros vizinhos, hoje decidi dedicar este post à questão social pública, perdão, púbica!
Ora então cá vai síntese da minha tese.
Até entre os pintelhos há classes!
Um pintelho do topo, que está bem na vida, é o "pintelho de borda da cueca". É aprumadinho, asseado e apreciado pelos visitantes. Mas atenção, não pode estar demasiado acima senão corre o risco de passar a ser um "pintelho de elástico da cueca" e esses são uns desgraçados, uns oprimidos que passam a vida em apertos e não raras vezes são arrancados pela raiz ou cruelmente partidos pelo meio.
Outra categoria muito bem cotada socialmente na púbis é a dos "pintelhos de enchimento". São estes que, vivendo em condomínios bastante povoados, provocam aquela elevação na cueca a que damos vulgarmente o nome de "papo".
Mais abaixo na escala hierárquica temos o famoso "pintelho de lábio". Este é um caso típico de amor-ódio. Por um lado é muito apreciada a sua acção acariciadora mas por outro é ele o causador das inúmeras cuspidelas que interrompem o serviço efectuado profissionalmente pela dona língua.
Ainda mais abaixo, socialmente desprotegidos, odiados e sofrendo discriminação das outras classes, são os "pintelhos nómadas". Este clã é no fundo uma espécie de raça cigana dos pintelhos. Passam a vida a aparecer nas imediações das pintelheiras mas nunca se misturam pelo que não raras vezes o seu fim é a morte por arrancamento com pinça ou o terrível abrasamento na cera de uma qualquer esteticista.
Por último temos a classe dos sem abrigo, dos vagabundos, feios porcos e maus, os "pintelhos rectais". Estes, habitam a pior zona do corpo humano, uma verdadeira favela da podridão, um aterro sanitário... o pior dos lugares. Além do mau cheiro dos gazes e das descargas habituais de matérias sólidas (ou líquidas!) ainda são constantemente agredidos na limpeza com papéis higiénicos demasiado rijos. Pode dizer-se que é uma verdadeira vida de merda a destes rejeitados sociais.
Resumindo, prova-se nesta tese que a sociedade pintelheira apresenta bastantes semelhanças com sociedade humana e, quiçá mesmo, atravessa o mesmo género de dificuldades civilizacionais. Por isso é bom que comecemos a olhar os pintelhos mais de perto e com mais atenção. Eles merecem.

E pronto. Está feita a síntese pintelhal.

Agora volto pra dentro.



Foram estas palavras que o Vizinho escreveu, inspirado por um texto meu.
De facto, é triste sabermos que a sociedade pintelheira tem classes tão distintas e com tamanha discrepância de oportunidades.
Assim, e como Pintelho defensor da abulição das classes, gostava de me insurgir contra esta sociedade tão bem estudada pelo Vizinho e tentar estabelecer uma sociedade pintelheira sem classes.
A minha primeira proposta consiste na não agressão e não homicídio.
Para combater dois dos mais importantes flagelos que se instalaram na sociedade, proponho que os Pintelhos indesejados ou de classes mais desfavorecidas deixem de ser arrancados, torturados, quebrados, entre outros. Qualquer atentado à integridade de qualquer pelo púbico será moralmente inaceitável e considerado um crime. Cuidado com elásticos, ceras, máquinas depiladoras, entre outros objectos.
Gostaria de saber se conto com apoios para avançar com este projecto e concorrer, quem sabe, às presidenciais, tendo em vista pintelheiras fartas e sem classes.

Pintelho

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