"Claro que não! Também é bonito um céu cinzento e uma trovoada de vez em quando!"
Foi o comentário dela ao post de Sábado.
Peço desculpa pela falha de ontém, mas tive o dia muito ocupado. Culpa da trovoada.
Sabem, é que tive de ir à sala de ensaio desligar o material da corrente e... A Pintelha tem medo de trovoadas. E isso é bom. Porquê?
Eu explico-me. Então não é que estávamos nós no leito dos sonhos, amando e sendo amados, por entre loucuras e devaneios, beijos e abraços, carinhos e sorrisos... Enfim, estávamos a fazer tempo para que chegasse a hora de ir ao cinema (certamente mais interessante que uns bons momentos de amor, ou não), quando o S.Pedro se lembrou do comentário que intitula este post e descarregou sobre a casa da Pintelha uma trovoadona daquelas... Mas daquelas que não lembram a ninguém. Pensei no meu Marshall que, felizmente, estava a salvo e pronto para ultrapassar a intempérie. Pensei na aparelhagem, que passava a Pull me Under, uma música linda, e que se silenciou com o medo da trovoada. Depois senti um coração a bater forte. "Calma Pintelho. Tu não tens medo da trovoada, não pode ser... Porque é que o teu coração bate tão forte? E o coração não fica tão próximo do pescoço... Pintelha!" Eu sabia que ela tinha medo da trovoada. Pensais que me incomodei? Aproveitei a oportunidade.
Acariciei-lhe as faces, beijei-a na testa, abracei-a com força, transmitindo-lhe uma falsa sensação de segurança. Muito falsa sensação. Afinal, sempre ouvi dizer que Pintelhos são como pára-raios.
Beijámo-nos ao som da trovoada. Amámos. Fomos amados. Enlouquecemos, endoidecemos, virámos malucos. Descontrolámo-nos. Ao ponto de o barulho da trovoada, acompanhada por uma chuvada cujo som reconfortava, pois sabíamos que ali estávamos ao abrigo da água, ser completamente abafado. Estaria ainda a trovejar? Talvez. Mas ainda havia amor para escoar do meu coração para os lábios e o corpo dela. Sou um pêlo apaixonado. Nada há a fazer.
Parou de trovejar. Parou de chover. Sensação de conforto? Não era suposto estarmos confortados por estarmos a salvo da água? Porque é que os nossos corpos, agora semi-nus, estão completamente ensopados em água? E estão salgados. Descansamos.
Toda esta história é para a menina dos atalhos: Uma trovoada num dia cinzento não é sinónimo de infelicidade. Aliás, é um espectáculo belo de se ver, apesar de eu ontém ter prescindido de fazer parte da assistência!
Pintelho
P.s. Lembram-se do cinema? Pois. Eu não me lembro. Ao que consta passou a hora e nós ali... À espera que a trovoada passasse. Abençoado S. Pedro (um dia destes ainda viro católico)
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Peço desculpa pela falha de ontém, mas tive o dia muito ocupado. Culpa da trovoada.
Sabem, é que tive de ir à sala de ensaio desligar o material da corrente e... A Pintelha tem medo de trovoadas. E isso é bom. Porquê?
Eu explico-me. Então não é que estávamos nós no leito dos sonhos, amando e sendo amados, por entre loucuras e devaneios, beijos e abraços, carinhos e sorrisos... Enfim, estávamos a fazer tempo para que chegasse a hora de ir ao cinema (certamente mais interessante que uns bons momentos de amor, ou não), quando o S.Pedro se lembrou do comentário que intitula este post e descarregou sobre a casa da Pintelha uma trovoadona daquelas... Mas daquelas que não lembram a ninguém. Pensei no meu Marshall que, felizmente, estava a salvo e pronto para ultrapassar a intempérie. Pensei na aparelhagem, que passava a Pull me Under, uma música linda, e que se silenciou com o medo da trovoada. Depois senti um coração a bater forte. "Calma Pintelho. Tu não tens medo da trovoada, não pode ser... Porque é que o teu coração bate tão forte? E o coração não fica tão próximo do pescoço... Pintelha!" Eu sabia que ela tinha medo da trovoada. Pensais que me incomodei? Aproveitei a oportunidade.
Acariciei-lhe as faces, beijei-a na testa, abracei-a com força, transmitindo-lhe uma falsa sensação de segurança. Muito falsa sensação. Afinal, sempre ouvi dizer que Pintelhos são como pára-raios.
Beijámo-nos ao som da trovoada. Amámos. Fomos amados. Enlouquecemos, endoidecemos, virámos malucos. Descontrolámo-nos. Ao ponto de o barulho da trovoada, acompanhada por uma chuvada cujo som reconfortava, pois sabíamos que ali estávamos ao abrigo da água, ser completamente abafado. Estaria ainda a trovejar? Talvez. Mas ainda havia amor para escoar do meu coração para os lábios e o corpo dela. Sou um pêlo apaixonado. Nada há a fazer.
Parou de trovejar. Parou de chover. Sensação de conforto? Não era suposto estarmos confortados por estarmos a salvo da água? Porque é que os nossos corpos, agora semi-nus, estão completamente ensopados em água? E estão salgados. Descansamos.
Toda esta história é para a menina dos atalhos: Uma trovoada num dia cinzento não é sinónimo de infelicidade. Aliás, é um espectáculo belo de se ver, apesar de eu ontém ter prescindido de fazer parte da assistência!
Pintelho
P.s. Lembram-se do cinema? Pois. Eu não me lembro. Ao que consta passou a hora e nós ali... À espera que a trovoada passasse. Abençoado S. Pedro (um dia destes ainda viro católico)
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