Dói
Sinto saudades tuas.
Olhei-te ontém, toquei-te ontém, ouvi-te ontém, senti-te e cheirei-te ontém.
Passámos um mau bocado ao qual se seguiu um mágico momento. Os mal-entendidos acontecem, principalmente quando se comunica por texto pago, e se omitem pormenores importantes, apenas para poupar a merda do dinheiro. O amor já tem preço... A culpa foi do malvado aparelho a que chamam telemóvel. A distância e a falta de pormenores deixou a imaginação solta, imaginação que começou imediatamente a divagar e a imaginar o cenário psicológico onde o outro se encontrava, mas sempre pelo lado negro. A imaginação, nestas coisas, é uma amiga da onça. Gosta de nos deprimir. Felizmente não é capaz de nos iludir quando nos olhamos nos olhos e sabemos em que cenário psicológico, em que encenação mental se encontra o outro.
Desfeito o engano, mas não refeito o laço amoroso, porque nunca se chegou a desfazer, despedimo-nos, até hoje.
Hoje devíamos estar juntos. Estaremos?
Pensei em ti noite toda, manhã toda... Recebo a mensagem em que me pedes para te ir esperar, mas sem garantias que possas aparecer. Trabalho é trabalho. Respondo que não vou, porque tens outro compromisso, mesmo que possas sair. Maldito aparelho. Sinto que estás próxima. A vinte minutos a pé, cinco de carro, dois nanossegundos no meu coração. Sinto que não te posso ter, por hoje... Dói. Magoa saber que o tempo corre e corre e não nos podemos amar fisicamente. Magoa saber que estou aqui entre estas paredes, sem saber o que fazer, com o coração apertado. Resolvo escrever, desabafar. É bom o aperto, e é mau. É bom saber que te amo cada dia mais. É mau saber, após uma noite em que pensei que era amanhã o dia em que poderíamos estar novamente juntos, que não podemos estar, hoje.
Mas não me sentia assim, não fosse a maldita mensagem... Não penses que não te amo, não te quero, não quero a tua companhia. Estarias errada se assim pensasses. Quero ser teu, enquanto me queiras e queiras ser minha. Eu só teu e tu só minha. Mas custa quando a saudade, mesmo sem razão de estar, está e aperta e magoa e nos turva os olhos...
E tenho de continuar com o aparelho por perto, à espera de um telefonema ou de umas linhas de texto em que digas que sim, que podemos estar juntos, ainda hoje... E, enquanto isso, o coração aperta com a vontade de estar perto do teu, de sentir teus lábios tocarem os meus...
Pintelho
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Olhei-te ontém, toquei-te ontém, ouvi-te ontém, senti-te e cheirei-te ontém.
Passámos um mau bocado ao qual se seguiu um mágico momento. Os mal-entendidos acontecem, principalmente quando se comunica por texto pago, e se omitem pormenores importantes, apenas para poupar a merda do dinheiro. O amor já tem preço... A culpa foi do malvado aparelho a que chamam telemóvel. A distância e a falta de pormenores deixou a imaginação solta, imaginação que começou imediatamente a divagar e a imaginar o cenário psicológico onde o outro se encontrava, mas sempre pelo lado negro. A imaginação, nestas coisas, é uma amiga da onça. Gosta de nos deprimir. Felizmente não é capaz de nos iludir quando nos olhamos nos olhos e sabemos em que cenário psicológico, em que encenação mental se encontra o outro.
Desfeito o engano, mas não refeito o laço amoroso, porque nunca se chegou a desfazer, despedimo-nos, até hoje.
Hoje devíamos estar juntos. Estaremos?
Pensei em ti noite toda, manhã toda... Recebo a mensagem em que me pedes para te ir esperar, mas sem garantias que possas aparecer. Trabalho é trabalho. Respondo que não vou, porque tens outro compromisso, mesmo que possas sair. Maldito aparelho. Sinto que estás próxima. A vinte minutos a pé, cinco de carro, dois nanossegundos no meu coração. Sinto que não te posso ter, por hoje... Dói. Magoa saber que o tempo corre e corre e não nos podemos amar fisicamente. Magoa saber que estou aqui entre estas paredes, sem saber o que fazer, com o coração apertado. Resolvo escrever, desabafar. É bom o aperto, e é mau. É bom saber que te amo cada dia mais. É mau saber, após uma noite em que pensei que era amanhã o dia em que poderíamos estar novamente juntos, que não podemos estar, hoje.
Mas não me sentia assim, não fosse a maldita mensagem... Não penses que não te amo, não te quero, não quero a tua companhia. Estarias errada se assim pensasses. Quero ser teu, enquanto me queiras e queiras ser minha. Eu só teu e tu só minha. Mas custa quando a saudade, mesmo sem razão de estar, está e aperta e magoa e nos turva os olhos...
E tenho de continuar com o aparelho por perto, à espera de um telefonema ou de umas linhas de texto em que digas que sim, que podemos estar juntos, ainda hoje... E, enquanto isso, o coração aperta com a vontade de estar perto do teu, de sentir teus lábios tocarem os meus...
Pintelho
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