Estudar o Estudar
Desde as nove da manhã que devia estar a Estudar o Estudar, na companhia do homónimo livro de Pedro Rosário.
Devia, pois devia, estar a preparar-me para um exame de Psicologia da Motivação.
Contudo, fazes feitiços. Enfeitiças-me.
Lembro-me do dia em que comprei o livro. Estiveste com ele na mão, quase pedindo um autógrafo ao simpático autor.
Na altura pensei que apenas tivesses gostado do título, ou da mancha gráfica, ou mesmo que começasses a interessar-te pela Psicologia da Educação. Sei lá... Sabia lá...
Hoje, tenho a certeza. Apenas querias o livro para me dificultar a tarefa de estudo.
Enquanto o folheavas, aposto, lançavas um feitiço, daqueles que só tu sabes conjurar, para cima das páginas encharcadas em letras organizadas em significados.
Hoje, ao abrir o livro e tentar-me concentrar no estudo, reparei que todas as páginas, sem excepção de qualquer tipo, têm a tua fotografia gravada. Sei que não foi gralha de impressão. Nas fotografias apareces com o sorriso do dia em que comprei o livro, e nessa altura já ele tinha sido impresso num não muito longínquo pretérito.
Por isso te culpo, por conjurares um feitiço que não me permite, hoje, estudar o estudar.
Culpo-te por ocupares as minhas cognições, por seres o meu distractor de eleição, subvertendo todos os dados que apontam para que esse distractor seja o telemóvel. Não o é. És tu. E eu, como estudante muito (pouco) auto-regulado, me confesso. É óptimo ter um distractor tão belo, tão simpático, tão mágico, tão... Tão...
És o feitiço mais excepcional que alguém podia desejar. Queres que te empreste os livros para os próximos exames, a fim de os enfeitiçares também?
Pintelho (de regresso à escrita mas ainda não à leitura)
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Devia, pois devia, estar a preparar-me para um exame de Psicologia da Motivação.
Contudo, fazes feitiços. Enfeitiças-me.
Lembro-me do dia em que comprei o livro. Estiveste com ele na mão, quase pedindo um autógrafo ao simpático autor.
Na altura pensei que apenas tivesses gostado do título, ou da mancha gráfica, ou mesmo que começasses a interessar-te pela Psicologia da Educação. Sei lá... Sabia lá...
Hoje, tenho a certeza. Apenas querias o livro para me dificultar a tarefa de estudo.
Enquanto o folheavas, aposto, lançavas um feitiço, daqueles que só tu sabes conjurar, para cima das páginas encharcadas em letras organizadas em significados.
Hoje, ao abrir o livro e tentar-me concentrar no estudo, reparei que todas as páginas, sem excepção de qualquer tipo, têm a tua fotografia gravada. Sei que não foi gralha de impressão. Nas fotografias apareces com o sorriso do dia em que comprei o livro, e nessa altura já ele tinha sido impresso num não muito longínquo pretérito.
Por isso te culpo, por conjurares um feitiço que não me permite, hoje, estudar o estudar.
Culpo-te por ocupares as minhas cognições, por seres o meu distractor de eleição, subvertendo todos os dados que apontam para que esse distractor seja o telemóvel. Não o é. És tu. E eu, como estudante muito (pouco) auto-regulado, me confesso. É óptimo ter um distractor tão belo, tão simpático, tão mágico, tão... Tão...
És o feitiço mais excepcional que alguém podia desejar. Queres que te empreste os livros para os próximos exames, a fim de os enfeitiçares também?
Pintelho (de regresso à escrita mas ainda não à leitura)
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