Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

quarta-feira, janeiro 05, 2005

Um aperto

Cheguei a casa, cedo. Tencionava ainda tomar um banho.
Rodei a torneira da água quente. O esquentador ainda se encontra longe da casa-de-banho e preciso esperar que a água aqueça. Liguei o aquecedor de parede, para tornar o gélido espaço um pouco mais confortável, e despi-me. Queria-te ali, comigo, num banho a dois.
Infelizmente, não estavas, nem vais estar hoje, e talvez nem amanhã.
Do apartamento em baixo, onde se preparam mudanças, vinham ruídos de máquinas a trabalhar. Berbequins e alarmes alertavam-me para a tragédia que estava prestes a acontecer. Peguei na primeira roupa interior que me parou nas mãos, tirei a toalha da respectiva prateleira, abri a porta e entrei no polivã.
De olhos fechados, deixei a água escorrer-me pelo corpo. Pensava em ti, no calor do jacto de água como o calor do teu corpo. Mas o jacto de água é menos quente, suave, macio, amoroso, belo, agradável, preciso...
Lavei-me cuidadosamente. Não deixei que a minha pele ficasse a descoberto. Toda ela tinha gel de banho.
Colhi-me.
Tiritava de frio, ao sair do duche, apesar do aquecedor e do banho quente. Pensei que os alertas de tragédia se estavam a tornar mais fortes.
Limpei-me. Gostava que me limpasses tu, com as tuas carícias e o teu feminino cuidado. Enfim... Suspirei.
Comecei a pegar nos boxers para vestir. Tensão. Pela primeira vez na vida, estava a preparar-me para vestir boxers justos. Eu, fã de desenhos animados e de bonecada, com boxers justos? Pensei "Calma Pintelho. São da Throttleman. Quem tos deu, deu com boas intenções, e os gajos sabem o que fazem!". Comecei então, calmamente, a vestir a dita peça. Pensei que custasse mais vestir. Escorregam bem pela perna acima. Não deviam. Deviam ser maus, mesmo a vestir. Evitar-me-iam muitas dores de cabeça.
Aconcheguei a púbis dentro do exíguo espaço, dei dois saltos.
Merda. Isto é confortável. Bastante mais que os largueirões. Mas que pila (a Pintelha começa a introduzir no meu vocabulário expressões como esta. Uma tragédia). Ora bolas. É mais confortável, mais quente, e, sem dúvida, mais masculino. Depois vêm os contras, e é por isso que tudo isto se tornou numa tragédia pessoal. Deixam muito mais perna à mostra que os largos, não são tão divertidos e, acima de tudo, apertam os Pintelhos uns contra os outros. E se há coisa no meu corpo em que eu penso, é nos Pintelhos. Afinal de contas que seria eu sem eles?! Um gigolô?
Esta noite senti-me bastante confortável sem o tecido dos boxers a engelhar-se com as mudanças de posição (para dormir, seus tolos... para dormir), e ainda mais hoje de manhã, quando acordei com a sensação de os ter bem protegidos.
Mas, caros leitores, e é para isso que peço a vossa tremenda ajuda. A minha maior dúvida, que me assola terrivelmente as cognições, prende-se com o sacrifício que tenho a fazer. Afasto-me desta maravilha que são os boxers justos, e volto aos divertidos mas menos confortáveis boxers largueirões, deixando os meus familiares púbicos livres, ou sacrifico a família para me sentir bem neste corpo humano, que de um falo tão gigante (ou não) possuir, precisa de estar bastante ajustado?
Declaro aberta a votação, aí em baixo, nos comentários.
Ai, mas que confusão... Digam. Digam. Ajudem-me a resolver este conflito... Justos ou largos?

Pintelho

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