Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

sábado, fevereiro 21, 2004

Aina - The Days of Rising Doom/The Metal Opera





Tal como prometido, aqui fica a crítica à primeira grande criação no mundo do Metal do ano (ou a última do ano transacto, enfim...).

Da mente do produtor Sascha Paeth, Robert Hunecke-Rizzo, o multi-instrumentista da banda, Amanda Somerville, a senhora responsável por toda a concepção artística e literária, e Miro, responsável pelas teclas e pela composição dos arranjos orquestrais, nasceu Aina.
Aina, um reino muito próprio, habitado pelos Ainae, com uma língua própria, melodiosa, bem a condizer com o seu gosto por canções, com Reis, Princesas, Triângulos amorosos, e guerra.
Não vos lembra nada?! Pois, Tolkien fez algo parecido, a uma escala maior. Só que se esqueceu da música.

A história muito resumida (passe a redundância) de Aina:
Uma Terra de paz e felicidade. A princesa Oria apaixona-se por um homem cujo irmão a amava. Casa com Talon, o primeiro dos irmãos, e Torek jura vingança.
Foge, refugia-se numa terra povoada por criaturas horrendas e prepara-se para a Guerra.
É a história dessa Guerra que se conta nesta ópera metal, cujas vozes das personagens são asseguradas por nomes como Sebastian Thomson, Damian Wilson, Michael Kiske, Glenn Hughes, Amanda, Tobias Sammet, Thomas Rettke, Olaj Hayer, Ginzia Rizzo, André Matos (ex-Angra), entre outros. Conta ainda com o coro da Trinity School de Londres, com um excelente trabalho.
Entre os músicos convidados destacam-se nomes como Olaj Reitmeier, Derek Sherinian (Planet X), Jens Johansson, T.M. Stevens, Axel Naschke, Emppu Vuorinen (Nightwish), Thomas Youngblood (com um solo muito bom no tema Lalae Amèr), e ainda Erik Nerlander.

Se os nomes falam por si, o álbum faz-lhes juz.
Com uma abertura muito pesada, rapidamente nos damos conta que a ópera metal não é apenas isso. É também uma mostra de talentos que aborda terrenos desconhecidos do público metaleiro. Temos abordagens a partes mais clássicas, bem como a baladas a roçar a pop, e uma ênfase nos dotes vocais dos inúmeros vocalistas como nunca se viu por estas paragens. Excelentes coros asseguram mesmo as linhas mais melódicas em temas como The Siege of Aina. Ainda nas vozes, alguns excelentes jogos vocais, para calar as vozes que dizem que no metal não se canta... As guitarras assumem o protagonismo dos temas em que aparecem, com alguns bons solos, apenas superados pelos dos teclados, que criam alguns bons ambientes.
A música acompanha na perfeição os momentos da acção, criando sem dúvida o ambiente ideal para o desenvolvimento da ópera. Os duelos entre os personagens criam momentos cheios de emoção.
Enfim, já sabemos quem ganha no fim.
Um último destaque: A lingua Ainae, presente em muitos coros e mesmo em falas das personagens, que, apesar de soar a uma mistura entre as línguas nórdicas e as latinas, se enquadra na perfeição com as sonoridades da língua inglesa.

Um álbum a não perder por todos os fãs de metal progressivo e power metal (os outros também podem abrir a mentalidade e ouvir o disco, pois não lhes faz mal nenhum...), bem como pelos fãs de ópera em geral e os de Tolkien, que deviam dar uma vista de olhos a este mundo.

Aconselha-se que tentem adquirir a edição especial, que conta com uma edição em Digipak de luxo, com capa e lombada de livro, rígida, um encarte com muita informação acerca do reino Aina (informação escrita e pintada, belas paisagens...), um segundo disco com instrumentais e a História de Aina em versão narrada e musical (ambas separadas), bem como os singles, e ainda um DVD com inúmeros extras, bem ilucidativo acerca deste novo mundo recém-descoberto!

Um grande disco!

Pintelho

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