Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

quarta-feira, novembro 03, 2004

Cheiros

Ligo o computador.
Quero escrever. Aproveitar o tempo que tenho livre para dedicar ao blogue.
Nove da manhã. Preciso de café para a coisa funcionar.
Bebo o meu café matinal. Boa.
Ainda assim não estou alerta. Concentro-me no incenso. Aroma de café.
Nova tentativa para me concentrar. Frente ao monitor, vejo as letras aparecerem no ecrã, como por magia, à medida que vou premindo as teclas correspondentes. Mas algo de delicioso desvia a minha concentração. O fumo. As janelas estão todas fechadas, e não consigo compreender por que carga de água o fumo vem na minha direcção, interpondo-se entre mim e o ecrã, como se quisesse chamar a minha atenção.
Consegue-o.
Olho para o queimador de incenso, cheio de cinza. Levanto a visão para o pauzinho mágico (senhoras, nada de malícia, este é um texto de exaltação à maravilha do incenso). Aí ela se fixa, bem na ponta incandescente, da qual se desprende continuamente um fumo aromático, que baila frente aos meus olhos, desenhando maravilhosas formas no vazio. E, se olho para o monitor, lá vem ele interpor-se, chamar-me, capturar os meus sentidos. Quê-los só para ele. Não os partilha.
Fabuloso o mistério de algo criado para dar aroma que captura mais dos nossos sentidos que simplesmente o olfacto. Incenso…

Paro de olhar para o incenso. Ele parou de queimar. Acabou. Todo aquele cheiro esfumado e transformado em cinza, que agora me vai dar tanto trabalho limpar…
Volto à realidade. Releio o que escrevi.
Mas que puta de paneleirice vem a ser esta no meu blogue? Escrever sobre incenso? Caros leitores, este não é o Pintelho que idolatrais acima do vosso próprio Deus e quiçá do vosso próprio profeta. Este Pintelho precisa de uma valente carga de porrada. Que caralho… Lá se vai o nível disto (e isto tinha nível?)!

Pintelho

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