Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

domingo, outubro 31, 2004

Chop Suey de Gambas

Caríssimos amigos.
Cá estou eu, simples e pacato pêlo púbico, em vésperas de eleições norte-americanas, pouco depois de um pintelhudo árabe ter aparecido na televisão a ameaçar o mundo ocidental, e vivendo num país onde a política é um circo, para vos falar de uma odisseia por um restaurante chinês.
Sim, eu sei que corro seríssimos riscos ao abordar um tema tabú em detrimento de temas tão interessantes como o combate Bush vs. Kerry ou mesmo o cómico estado da Nação. Sei mesmo que, provavelmente, meio mundo vai cair-me em cima por todo este desplante, mas tinha que o fazer. É que, apesar de eu considerar este como sendo um blogue bem humorado, não posso candidatar-me a tirar o lugar aos grandes génios da comédia que por aí andam. É que temas assim são, por si só, geradores de comédia e !blogaudiência". Bem, mas vamos ao que interessa.

Foi na Sexta-feira.
No restaurante (com erre bem pequeno) Império do Dragão.
Foi por volta das vinte e três horas.
Foi com o estômago a gemer de revolta pelo tal de Chop Suey (pseudo-Chop Suey) de gambas, bastante mal cozinhado.
Foi, portanto, nestas condições, que, e após recordar-me da famosa Tese de Doutoramento em lojas do chinês (partes I e II), me lembrei de observar o restaurante, para, posteriormente, e pensando nos mais queridos leitores deste blogue (todos), vos relatar a maravilha do oriental mundo no ocidente.
Comecemos pelo propósito de um restaurante: a comida.
A quê? Não conheço... Sei que me serviram uma travessa com uns legumes muito mal condimentados e umas gambas só meio descascadas por cima... Mas creio que a louça (porcelana,perdão) da loja dos trezentos (que, com a desactualização do nome devida à entrada do Euro, se passou a apelidar de loja do chinês) cumpriu a sua função de criar o ambiente oriental. Pena que, e abstraindo-me da comida (o que não foi nada difícil, refira-se), quando olhei em volta pensasse estar nos EUA. É que toda aquela ornamentação plástica lembrava mesmo o extremo mau gosto dos Ianques.
Enfim. Como as bolinhas penduradas, os quadros impressos em massa e as cadeiras de plástico a imitar madeira já me começavam a revolver (ainda mais) o estômago, parti para a dimensão sonora da coisa. Asereje, Ozone, entre outros. E eu à espera das belíssimas pentatónicas orientais. Santa ingenuidade.
Foi bruscamente que a minha infeliz busca sensorial pelo oriente terminou. Foi com um "Deseja sopa na mesa?" que caí no mundo real. Sopa na mesa, claro... Mais uma iguaria oriental. Mas como raio posso eu beber sopa na mesa? Além de que é de uma extrema falta de higiene. Mas, como bom corajoso (e porco) que sou...
Sim, sim. Desejo.
Ai desejas. Toma lá morangoa. Um cardápio da Olá com gelados.
Sopa na mesa hein?
Assim, sim. A beleza do mundo oriental, como só os chineses sabem mostrar.
Mas há bons restaurantes chineses. Eu sei que há. Na China.

Pintelho

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