Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

sexta-feira, novembro 26, 2004

Oh, não! Mais chineses!

Calma! Calma! Não é mais nenhuma crítica a lojas nem restaurantes do chinês. Calma! Respirem fundo!

É só um episódio engraçado.

Ía o vosso Pintelho ao café, pelas 22 horas, acompanhado pela sua esposa, quando, de súbito, um carro pára e, aquando da abertura do vídro, uma bicuda cabeça espreita e pergunta: "Loja glande? Onde loja glande?"
Mas que porra... Glande? Era um homem... Será que não sabe da glande dele e precisa de comprar uma nova? É que se for esse o caso, consta que ainda não se vendem...
Bem, mas a minha púbica esposa, que sabe apelar ao bom senso e interpretar as mensagens asiáticas, ainda que contentoras de erros, lá lhe disse que não estava a perceber. "Olha, sabes explicar ao senhor o que ele quer?"
"Desculpe, não ouvi!"
"Loja chinês glande!"
Ah!, era isso... O gajo não sabia dizer que estava à procura do seu local de trabalho? Eu deduziria instantaneamente, ou não me chame Pintelho.
Epá. Mas e agora - pensei eu - como lhe vou explicar que é a 50 metros daqui mas não pode ir neste sentido, pelo que tem que contornar três ou quatro quarteirões, gastar o parco gasóleo que ainda está no depósito, fazer uns quilómetros, para chegar à loja e a encontrar fechada?
"Olhe, a loja fica já ali acima, mas não pode seguir por aqui... Tem que virar aqui à direita..."
"E agora, como lhe explicamos o caminho?"
"É impossível!"
"Boa sorte e boa viagem!"
"Obligado!"

Tudo isto para vos dar un conselho:
Nos dias que correm, há mais asiáticos que portugueses na rua. Se forem pessoas simpáticas, como é o meu caso, usem sempre calças largas e levem um dicionário completo no bolso de trás, de Português-Chinês-Coreano-Japonês-Indiano-Sei-lá-que-mais. É que eventualidades destas podem sempre acontecer. E acreditem que fiquei muito triste por não poder ajudar o simpático (mas pálido, devia andar doente) senhor. E, notem que a parte que se segue é verídica, nessa noite não dormi, preocupado com o baixinho, que ainda hoje deve andar às voltas à procura da loja.

Pintelho

P.s. Pronto! Admito que nesse dia tomei cafés a mais... Provavelmente não dormi devido à cafeína, mas quero crer que é pela consciência de que não pude ajudar o homem.
Pois é... Ainda o imagino, às voltas, à procura da "loja glande!", e as pessoas que ele aborda na rua "Taradão! Vai embora ou levas com a mala! Porco! A assediar uma velhinha e viúva como eu... Eu sou senhora de respeito...!"

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