Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

quarta-feira, dezembro 29, 2004

À que amo

Amar e ser amado...
É o mais doce pecado.

Rima e é verdade.

Acordei. Sabia estares prestes a chegar, devias estar a caminho, pensei.
Rapidamente, e para não desperdiçar mais tempo que o estritamente necessário, para que o resto restasse para algo mais que um resto de amor, para um amor todo, íntegro, sem restos, tomei o pequeno-almoço, não demasiado volumoso, para manter o abdómen pouco inchado. Manias de Pintelho, ou talvez não... É desagradável a saliência da pança quando nela apoias a tua terna cabeça.
Lavei-me, para não parecer porco. O porco que dizes que sou, para minha vergonha... Não me lavarei convenientemente? Ou chamar-me-às porco devido a outros pormenores, que são, de uma outra forma, agradáveis?
Chegas, então, apressada. Adormeceste...Mau prenúncio, quando adormeces, mesmo sabendo que a manhã que nos espera é nossa, só nossa. Será apenas um mau prenúncio?
Abro-te a porta. Entras. Beijas-me calorosamente. Dos teus lábios sinto o teu amor, do teu corpo, o desejo... Ou melhor, quem deseja sou eu, e projecto. Desejo-te, e tu sabes... Ser teu. Só teu. E ter-te só para mim. E venerar este egoísmo que assumo e protejo. Sou egoísta, orgulhoso de ti e de mim. Do que é nosso e construímos.
Construímos, construimos e construiremos. Ontém, esta manhã, amanhã. Esta manhã...
Esta manhã vivi. Foi intensa, bela,
Unimo-nos numa manhã passada em devaneios amorosos. O mundo fechado, resumindo-se àquele quarto. A este quarto onde agora me sento, escreve, e fito o leito, o leito em que nos perdemos e amámos, em que nos perdemos e amamos, em busca de inspiração. Em busca de lembranças. Das lembranças. Daquelas que hoje me fizeste construir para não esquecer tão cedo. Pelo menos não até ao dia em que a intensidade do nosso amor supere a desta manhã.
Voltando ao mau prenúncio. Não passou disso, como de certo percebeste assim que começaste a ler esta carta que decidi abrir ao mundo. Porque há sentimentos que devíamos anúncicar, espalhar... Quem sabe o amor não se contagia? E como seria bom se todos amássemos e fôssemos amados. Como eu te amo, como sou amado.
Por isso te escrevo, Pintelha (aqui cai todo o romantismo desta carta). Para, em alguns milhares de caractéres, deixar sublinhada uma frase, uma só palavra: Amo-te!
Sem ti, a minha vida faria muito menos sentido, como fazem os campos gelados no Inverno, sem a verde relva a ondular ao doce sabor do vento.
E, já agora, se não for pedir demais. Não deixes que o campo onde vivo conheça o Inverno...

Com todo o amor

Pintelho

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