Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Banho

Abriu a porta da minúscula casa-de-banho privativa. Lá dentro, apenas o espaço para um chuveiro e uma sanita que, nestas ocasiões e de tampa descida, servia como cabido para o pijama. Era uma coisa antiga, mas apetecível. Pecar naquele pacato seminário seria um prazer maior. Especial. Ali, pensava ela, longe das dificuldades inerentes à distância que usualmente os separava, longe dos olhares recriminatórios dos familiares, a uma distância incomensurável de casa, ali... Ali ela queria sentir-se dona dele. Sentir que o forçava a invadir o seu corpo, enchendo-a de um prazer tantas vezes adiado, tantas vezes...

- Anda-me lavar as costas - pediu, com um falso desinteresse na voz. Ele também havia de querer tomar o mesmo duche.
Ouviu-o entrar no cubículo de pedra caiada e virou-lhe as costas, por trás de uma cortina que sabia que ele ansiava abrir.
E esperou.
Estranhava a demora, mas não ousou espreitar sobre o próprio ombro para ver o que ele preparava, e entreteve-se a sentir o jacto de água quente cobrir-lhe cada centímetro da face. Que sensação de leveza...
Sentiu então a cortina a abrir, e a voltar a fechar. Ele estava com ela, lá dentro, mas era preciso mostrar desdém. Devia manter a falsa imagem de que apenas desejava que ele lhe esfregasse as costas.
Então sentiu-o. Primeiro as suas mãos sobre os ombros, numa massagem suave mas sensual.
- Ainda não puseste shampoo?
- Estava à espera que me desses banho.
Sempre nas costas dela, ele pegou no frasco e espalhou o líquido pelas mãos. As mesmas com que lhe começou por massajar o cabelo, vigorosamente. Parecia um sonho.
- Tens gel de banho?
- À frente do teu nariz.
O frio e entrecortado diálogo reflectia a tensão que cada um estava a viver naquele momento. Resistir era complicado, mas dava um sabor especial a tudo.
Já com o ar pesadamente húmido e enevoado, começou a esfregar o corpo dela. Os ombros, as costas... Depois agarrou-lhe a cinta e puxou-a para si.
Foi então que ela o sentiu, nas suas costas. Ele estava visivelmente excitado, tal como previsto, e ela sairia vencedora. Saía sempre!
Com as mãos envoltas em gel de banho, ele ensaboou-lhe a barriga, com movimentos já muito mais descaradamete sensuais e provocatórios. Então não resistiu. Apertou-lhe vigorosamente o peito. Ela queria-o, e ele a ela. E ambos sabiam disso.
Após uns tensos segundos de quietude, ela virou-se de frente para ele, olhou-o com os seus cortantes e selvagens olhos verdes, e beijou-o. Num beijo que ele nunca mais esqueceria. um beijo em que lhe comunicou as suas intenções todas. Todinhas, sem pudor nem preconceito.
Ele sabia-o. Agarrou-a pela cintura. O beijo continuou. O beijo, e um sexo selvagem e sem regras, como se não houvesse amanhã. Haveria?
Encostada à parede, ela gemia baixinho. Aquelas paredes tinham ouvidos, e as casas-de-banho são propícias a que tudo se oiça melhor. Ele olhava-a na cara, desfigurada de prazer. E sentia-se feliz. Após tantos precalços...


Pouco mais de uma hora volvida, ambos estavam sentados numa
cadeira de um anfiteatro, assistindo a uma conferência sobre um qualquer tema ao qual não conseguiam prestar atenção. Ainda deixavam alegremente os seus pensamentos vaguearem por aquele chuveiro.

- Sinto-me suja. Logo à noite, quando isto acabar, acho que preciso de um banho.
E o olhar provocante dela percorreu todo o corpo dele, que tanto e cada vez mais desejava só seu.
Mais discretamente, ele olhou, desejando já de volta o peito dela, ali tão próximo. Nunca mais terminava a conferência...

Pintelho

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terça-feira, janeiro 30, 2007

Detesto...

... O trânsito em hora de ponta.
Por que acham que só postei agora?

E vocês?
Vamos lá compilar os ódios de etimação dos blogger portugueses.

Pintelho

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domingo, janeiro 28, 2007

No mesmo jantar que mencionei ontém...

"Oh!, pá, 'tás assim porquê? Ouve as minhas palavras: Enquanto houver língua e dedo, não há cona que meta medo!"

Pintelho

P.s. A frase é da autoria de um sábio mestre que não estava presente no jantar, mas cuja presença foi uma constante durante aquela noite.

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Num jantar de convívio

Falaram-me "ah!, e tal, ò Pintelho, tu que és um entendido na matéria, já pensaste nos Bush?"
Bem, eu pensei que eles queriam uma piada fácil acerca do homem mais facilmente satirizável do mundo, mas não. Queriam-me alertar para o verdadeiro significado do apelido Bush, infelizmete ainda com algum grau de familiaridade com o meu. Atentem:


Agora percebemos todos porque é que os Bush são Bush.

Foto tirada daqui.

Obrigado, Shore, pela dica.

Pintelho

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sábado, janeiro 27, 2007

O que eu gostava mesmo

Era que o corrupto presidente da Câmara Municipal de Braga, rendido desde empre aos encantos do cimento, sempre intocável e com os esquemas bem montados, fosse agora, por alfacinhas caminhos, constituido arguido no caso Braga Parques.
É que era lindo.
Bonito.
Explêndido.
Afinal de contas, o seu a seu dono. E com a prestação dele ao longo de 30 anos à frente deste município, já merecia a menção honrosa de um qualquer tribunal. Se tiverem de o apanhar a partir de Lisboa, assim seja. Força!

Pintelho

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sexta-feira, janeiro 26, 2007

Nostalgia

Há quase dois anos era assim:

Regressão

Este fim-de-semana é especialmente importante. Com uma correlação perfeita entre a variável "importância" e "Potencial para se tornar enfadonho, a menos que ao estudo se fuja".
Em média, este fim-de-semana, resolverei alguns exercícios, acompanhados pela Moda, que é estar na cama com a Pintelha, enquanto procuro, algures na Mediana do corpo dela, o objecto do meu desejo, fazendo depois, ritmada e repetidamente, desvios-padrão ao ponto médio encontrado.
Espera-se ainda que a recta dos mínimos quadrados atinja um máximo em que se torne potencialmente rígida e elevada, culminando, após o orgasmo, com a regressão para a média.
Acontecimento certo é "A pensar tanto em sexo, de certo vou tirar nega"; Acontecimento impossível é "Conseguir estudar tanto quanto pretendido", se levarmos em conta que toda a probabilidade em questão está condicionada pelo acontecimento "Sou um tarado sexual. Quero é mamas."
Bem, mas discursos à parte, vou aplicar um teste t de student ao corpo me arranca do espaço amostral, levando-me a uma experiência paralela, não-aleatória,, com a finalidade de encontrar o ponto G.

Pintelho (é só treta... Há mesmo muito para estudar)


Hoje o meu plano de estudos é bem diferente e passa por passar uma manhã distante da Pintelha, cada um a estudar a sua matéria na sua cama - se estudássemos juntos seria um dado adquirido que eu estudaria a matéria dela e ela a minha.
Tenciono ainda hoje procurá-la. Dizem que hoje é dia de oral para aqueles lados. Vamos lá a ver se corre bem.
E depois... Depois... Depois da oral, se eu não der notícias, não se preocupem. Fiquei lá a fazer segunda chamada, e recurso, e melhoria...

Pintelho

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quinta-feira, janeiro 25, 2007

Espera aí...

Recebi ontém a edição semanal da Science.
Ah!, e tal... Deixa lá ver... Viro a capa, pois claro está...
'Pera, 'pera, 'pera, Pintelho! O que era aquilo na capa?!


Há coisas do camandro. Nunca pensei que a minha fama chegasse à mais prestigiada revista internacional de ciência. Nunca pensei que eles me dedicassem uma capa só por eu ter voltado a postar! Ainda que fosse um artigozinho na secção dedicada às notícias da semana... Mas não. Foram honras de capa! Eh!, pá! Fiquei boqueaberto. Espantado. Atarantado. Agora a comunidade científica mundial vai-me reconhecer. Já não vou poder andar sossegado na rua... Ainda por cima apanharam-me num perfil muito desfavorável. Olhem-me aquelas pontas espigadas!!

Pintelho

P.S. Quem descrever mais correcta e realisticamente o que realmente aparece na imagem ganha uma púbica menção, que eu sou pobre e não posso cá mandar fazer troféus.

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quarta-feira, janeiro 24, 2007

Prefácio à edição de 1976

(...) Mas não é ficção científica: é ciência. Seja ou não um lugar-comum, «mais estranho do que a ficção», exprime exactamente como me sinto em relação à verdade. Nós somos máquinas de sobrevivência - robots cegamente programados para preservar as moléculas egoístas conhecidas por «genes». Esta é uma verdade que ainda me enche de admiração. Embora o saiba há muitos anos, não consigo habituar-me completamente à ideia. (...)
(Richard Dawkins. 1989. O Gene Egoísta)


Estava ontém tranquilamente a começar a ler O Gene Egoísta quando me deparei com o pensamento, já trintão, que acabei de transcrever. Fiuqei de tal maneira inquietado que resolvi, no imediato, partilhar o excerto.
Parece quase desumana a forma como os genes brincam connosco, nos iludem com sensações de independência e autonomia e, no entanto, sempre acabamos por lhes obedecer. Cientistas sociais invejam, concerteza, uma hierarquia tão bem desenhada, uma daquelas que não fugiria a nenhum critério de nenhum manual. Pessoas humanas conscientes, revolucionárias e iludidas com a sensação da liberdade para agir lutam contra a idéia de serem tão completamente dominadas por entidades microscópicas sem qualquer espécie de cérebreo pensador. Mas elas estão no nosso cérebro. Aos milhares de milhões. No de cada um de nós.
A dissertação poderia continuar, e cada um dos leitores pode completar este texto como bem entender. Eu não me alongo, pois sobre isso muitos autores neodarwinistas ortodoxos já escreveram. Mas há algo que me deixa com um nervoso-miudinho, uma inquietude... A pertinência que, após trinta anos de investigações científicas e acumulação de conhecimento, este excerto mantém.
Será que algum dia este excerto passará de pertinente a obsoleto?
Pensando na teoria da evolução das espécies aplicada à genética, quem não se sente um actor no filme de ficção científica mais perfeitamente construido?
Que guião fantástico...
Quem não se sente incomodado pela idéia de falta de controlo e domínio, autonomia e livre-arbítrio?
Que assustador...

E por hoje me vou, inquieto, ver se espreito mais umas páginas do livro que ontém me roubou umas horas ao sono.

Pintelho

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terça-feira, janeiro 23, 2007

Que mais poderia desejar?

Acordar mais cedo que as galinhas, com duas crianças pequenas a chorar e uma mãe com mais agudos naquelas cordas vocais que um violino... Terei chegado ao paraíso?

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segunda-feira, janeiro 22, 2007

Chegou-me às mãos


O primeiro panfleto a apelar ao voto Sim no referendo do próimo dia 11. A imagem central era a que estava acima.

E não é que, chegadinho a casa, ponho-me a navegar na net e ela levou-me a ler algo curioso?!

Percentagem
Eu acho que 80% das pessoas
inventam percentagens estatísticas
quando emitem opiniões.

Todos sabemos que 0% das mulheres que cometem aborto são penalizadas com prisão, 100% das mulheres que engravidam o fazem de forma desejada e têm condições económicas e sociais para dar à luz um filho, etc., etc., etc....

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domingo, janeiro 21, 2007

Diário (?)

Regresso.

Porque já não sobrevivo sem pubicamente opinar nestes agitados tempos. Ele passa-se tanta coisa na púbis portuguesa que eu não poderia nunca deixar de bitaitar sobre tais agitações. Ele há abortos a discutirem a descriminalização da interrupção voluntária da gravidez até às dez semanas, alguns dos quais ameaçando com a excomunhão, soube-o há horas. Eh, pá! Eu até sou ateu, mas essa ameaça desse senhor padre não tem um nome do tipo "censura religiosa"?
Ele há uma Salgad(inh)o que o Pinto da Costa comeu e foi indigesta...
E se ele fosse só isto... Mas já divaguei demais.

Ele há com cada coisa neste país que eu tinha de voltar. E voltei! Voltei porque a minha púbica vida tem que ser expressa por palavras. Afinal de contas, quantos Pintelhos comunicantes conhece cada um de vós? Pois é. Cá estou.

A questão que se impõe é simples: Diário ou não?
Perdoem-me caros leitores, mas não posso prometer a regularidade que há ano e meio me caracterizava. Muitos pêlos cresceram nas vizinhanças que me restringem a liberdade - porque o tempo também nos corta as asas. Ainda me excomungam... Tenho que ser cauteloso.

Voltei! Vá, vivas e salvas por essa caixa de correio dentro!!

Pintelho


P.s. Nos tempos mais próximos toda a página deste blogue deve andar desactualizada, mas eu prometo que tudo vai ficar operacional lá para... Pronto, para... Prometo que para o presente milénio!

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