Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

quarta-feira, setembro 29, 2004

Devem pensar (UAU!) que não tenho mais nada de interessante para fazer

Há com cada gajo...

E há aquela cena de pedirem "oh!, fica, fica!" mesmo sabendo que me sinto um pêlo realizado. Aliás, não conheço na púbis que habito Pintelho tão realizado como eu.
Mas isso são contas que tenho a ajustar com o governo desta púbis, que não oferece qualidade de vida à generalidade dos Pintelhos.

Bem, mas o que me traz aqui hoje é uma necessidade impetuosa de postar, de teclar, de escrever algo que não apontamentos das aulas.
O que me traz aqui hoje é... Não é nada, nada mesmo, em especial. É o bichinho que se chama blogoolismo, que me obriga a passar por cá nestes dias menos afogueados. O problema é que com o tempo ocupado como tenho, nem tempo tenho para ponderar um post em condições.
Tentei, contudo, nos sítios que sou obrigado a frequentar, sítios onde tenho de permanecer até cumprir a tarefa que a eles me levou, pensar um pouco, matar esse tempo quase inútil, construir um post, estruturá-lo mentalmente. Tentei concentrar-me enquanto estava na casa-de-banho. Contudo, enquanto me concentrava na tarefa de expurgar os meus produtos de excreção, ao neurónio carinhosamente baptizado de Pubinho, só acorriam ideias de merda. Seria do cheiro? Outro local onde me tentei concentrar na função de estruturar um post foi o autocarro, o belo do transporte púbico dentro do qual o cheiro se torna insuportável após cinco segundos ao lado de outros passageiros, qual sardinha enlatada. Ainda aí não consegui ter ideias. Népia.

Foi então que liguei o computador, acedi ao blogue, e ele me chamou com esta expressão: "Pintelho, cabrão roto que nunca mais me ligaste nenhuma... É a Pintelha? A guitarra? A farra a que dão o nome de Universidade para tapar os olhinhos dos papás? E eu, hein? Pintelho..."

E vim. Vim chatear o blogue.
Vim, para escrever que sim, era verdade. Confirmo-te, meu queridíssimo blogue, que o curso dá trabalho, mas a cadeira de "Bejecas 3" é aquela que mais dores de cabeça causa. Confirmo-te também que tem que sobrar tempo para a minha mais-que-tudo-guitarra. Para te fazer ciúmes, querido blogue, cada dia me sinto melhor com a Pintelha, que vou amando mais profundamente, que faz de mim um pêlo feliz, que me dá amor e carinho e que merece recebê-los em dose dupla. Com ela perco o tempo que perdia contigo. Com ela me sinto melhor que me sinto contigo... E meia hora para ti, após a "Bejecas 3", a "Ibanez" e a Pintelha outra vez (que rimas tão pobres, homem...), não existe. Raramente disponho dela. Mas hei-de dispor. Não te quero fechar, afinal. Arrependi-me.
O amarelo da tua folha digital é tão belo... Melhor que aquele beje que aparece quando um blogue fecha, com a janela branca "blog not found"... Esse amarelo chama por mim, para que o manche digitalmente de negro. Negro de letras, unidas para, como por magia, comunicar...

Eu volto! Prometo, meu querido blogue! Dá-me só um tempo... Prometo não te trair!

Pintelho

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quinta-feira, setembro 23, 2004

Há frases que nos animam!

Não, este não é o meu regresso (pelo menos em definitivo, tenho que ponderar a situação e ponderar sobretudo a viabilidade do blogue nestas condições).
Contudo, há duas ideias que eu gostaria de comentar neste post que, quem sabe, seja mesmo o derradeiro.
A primeira prende-se com a vossa mentira simpática do "és demais... fica... vá lá". A todos agradeço essa vossa fé em que o nariz não cresce aos mentirosos. Enganam-se. O próprio Pintelho tem um nariz enorme, e nem mentiu muito!
A segunda "coisa" que eu gostava de comentar neste post nem sequer é uma coisa, mas sim uma frase, escrita pela leitora cá, no 32º comentário ao post The End.... Termina ela o comentário com a frase "A cá e o jony vêm-se por aí, né?".
Agora digam, queridíssimos leitores, se não é de ficar com o ego em alta, mais ainda, se não é de reabrir excepcionalmente o tasco, uma frase destas...

A cá e o jony vêm-se por aí, né?

A mulher terá noção que esta frase será lida por centenas de pessoas, e que acabou de fazer uma promessa púb(l)ica? Terá sequer a noção que excitou profundamente o animal que habita as entranhas do Pintelho? Cá... A minha resposta é... Eu até reabro o tasco, mulher, se a gente se vier por aí... Né?

Pintelho (Will I be back?)

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terça-feira, setembro 21, 2004

The End...

Sim, sim. Podem pensar que fiquei maluco, mas é a mais pura de entre todas as puras verdades.
O Pintelho vai fechar o tasco.
Fim.
Bum!, como a bomba de ontém e de hoje, e de amanhã também... É que esta bomba não mata ninguém!
De facto, o que acontece é que ao fim de nove meses de gestação, este blogue se tornou num nado morto. Morreu. Fim. Esta bomba sim, foi verdadeira, e queimou a Pintelheira.
De facto, o que acontece é que se torna insustentável a um bombista suicida escrever num bloue consultado por múltiplos agentes dos serviços secretos dos opositores.
O que acontece, de facto, é que, com a camada de relvinha que trago nos cabelos para casa ao fim da praxe, os neurónios entram em colapso total. Os nutrientes disponíveis para comsumo imediato atingem valores negativos, o que leva os neurónios a hibernarem, para não morrerem.
De facto, também pode ter acontecido que o Pintelho se tenha perdido no meio da relva que pisou.
De facto, mas de facto, verdadeiramente, o tempo para blogar tornou-se inferior a um nanossegundo (ou menos... pena eu já não me lembrar do submúltiplo inferior ao "nano") por dia.
De facto, este é um momento penoso para mim como, estou certo, também o será para os meus leitores, que, suponho, já chorem baba e ranho, neste momento.


Bem, e agora a sério. Eu não tenho jeitinho nenhum para estas coisas de despedidas. Adorei conviver com os bloguistas portugueses, apesar de, ao longo do último mês, não ter passado quase tempo nenhum fora das cuecas, que é como quem diz, a visitar outros blogues.
Esta passagem pela blogosfera enriqueceu-me imenso a níveis culturais, ajudou-me a conseguir 19,5 valores no exame nacional de Português B (sim, porque sem ler centenas de blogues e sem escrever páginas e páginas por dia, não seria possível), facto do qual me orgulho, até porque, e sem falsa modéstia, o meu estudo para tal exame resumiu-se basicamente a esta blogosfera! A experiência foi também enriquecedora a nível humorístico e social, apesar de, por estranho e antagónico que pareça, todo este mundo se processar à frente de ecrãs de computador.
Foi por cá que fiz "amizades" em caixas de comentários, foi por cá que encontrei ídolos com quem me identificar, foi por cá que vi reconhecido (e que bem soube, agora que me posso gabar) o meu "trabalho" (peço desculpa por dizer que a escrita é um trabalho), e foi por cá que passei horas e horas e horas, anteriormente de solidão, com um sorriso nos lábios (quando o sorriso não se espalhava e transformava num riso), enquanto lia prazerosamente os blogues do meu coração.
E "prontos". Esta treta já vai longa, e não convém a este tasco fechar com um texto demasiado comprido. Assim me despeço, com pena, desta blogosfera que muito me deu e muito me há-de continuar a dar, assim possa eu visitar os vossos blogues.

FIM

Pintelho

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segunda-feira, setembro 20, 2004

Sou o homem-bomba!

Sou um suicida palestiniano, tenho uma bomba às costas e vou rebentar esta merda toda... BUM!

Francamente... Que ceninhas que um Pintelho faz, pá. Mais palavras... Para quê?

Pintelho

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domingo, setembro 19, 2004

Que filme...

Hoje fui ao cinema.
Hoje fui quase assistir ao filme "Terminal de aeroporto".
Hoje embarquei numa aventura escaldante que é entrar num centro comercial a um Domingo de tarde. E o problema é que a disposição que por lá se respira é contagiante. Felizmente para mim, só entrei no centro de caminho para a sala de cinema.
Mas comecemos pelo... princípio.
O princípio, do filme, não o sei. Nem o meio, nem o fim. Sei que é bastante cómico e agradável, mas sei também, e principalmente, a topografia da Pintelha. Acontece...
Depois do princípio, e do filme em si, fiquei a perguntar-me, como se mais nada de interessante houvesse na minha vida (haverá?): "Que fazem tantos púbicos seres, durante um dia quente de Sol, enfiados num centro comercial, com a roupa que usam nas festas, a exibir os seus corpos (muito pouco) Danone, enquanto fingem ver montras?"
É, de facto, uma questão intrigante, para a qual tentei arranjar uma resposta baseada na sociologia.
De facto, este curioso comportamento muito pouco racional, apresentado (isto em termos biológicos) por certos exemplares da subespécie Homo sapiens sapiens é tido como uma nova parada nupcial, um comportamento seriamente sexual, com vista ao acasalamento. Esta forma de assédio consiste apenas em exibir a futilidade corporal de cada um, enquanto se faz de difícil, que é como quem diz, olha vagamente uma montra muito pouco rica em termos culturais.
Mas... Estava eu a pensar nestas questões... E pensei: "Que raio leva um casal a pagar dois bilhetes de cinema para nem sequer assistir ao filme? Serão as cadeiras tão cómodas que valham a pena o aluguer por duas horas?" Parece-me que conheço esta gente... Sociólogos leitores deste blogue, façam o favor. A palavra é totalmente vossa. Pintelhem!

Pintelho

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sábado, setembro 18, 2004

Há dias

em que as coisas se complicam a nível criativo... Que é como quem diz... Não sai nem uma linha de jeito! Que faço? Será o suicídio uma opção a ponderar? Mas espero pelo início efectivo das aulas, ou mato-me já? Que vergonha!

Pintelho

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sexta-feira, setembro 17, 2004

Conto infantil, por Pintelho

Pois, caros leitores.
De certo já conheceis a "Alegoria da Caverna", de Platão.
Pois é. Há cerca de um ano recomendaram-me a leitura da estória, intergante da "República" do autor grego.
Contudo, e como o senhor Pintelho é demasiado preguiçoso (e pobre, pois não há dinheiro para livros dispendiosos) para ler toda a "República", e sabendo o mesmo senhor Pintelho que havia, pelas Edições Ésquilo, à venda a estória da caverna, em separado, resolveu o senhor procurar.
Procurou meses a fio, e... "De momento não tenho, está esgotado! Tente daqui a uma semana, por favor...!"
Assim passava o Pintelho seus tempos livres, em busca do livro desaparecido, até ao ponto da desistência.
Foi então que, numa bela quinta-feira de Setembro, pela tarde...




Plim!

Como por magia, exposta numa livraria, em Braga, livraria onde o Pintelho entrou com outros propósitos que não o de procurar a alegoria, lá estava a dita cuja reedição.
O amor de perdição consumou-se, o Pintelho trouxe o livro, e vai lê-lo de pronto.

... ... ...

E a "Alegoria da Caverna" viveu feliz para sempre... Após lida atentamente pelo Pintelho, repousou, contente, alegre e descansada, na prateleira da estante...

E como todos os contos infantis, a moral da história: "Não procures o que necessitas! Quanto mais procurares, mais tempo demoras a encontrar! As coisas sabem que as queres, e vêm ter contigo. Ou não!"

Pintelho

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quarta-feira, setembro 15, 2004

Dói

Sinto saudades tuas.
Olhei-te ontém, toquei-te ontém, ouvi-te ontém, senti-te e cheirei-te ontém.
Passámos um mau bocado ao qual se seguiu um mágico momento. Os mal-entendidos acontecem, principalmente quando se comunica por texto pago, e se omitem pormenores importantes, apenas para poupar a merda do dinheiro. O amor já tem preço... A culpa foi do malvado aparelho a que chamam telemóvel. A distância e a falta de pormenores deixou a imaginação solta, imaginação que começou imediatamente a divagar e a imaginar o cenário psicológico onde o outro se encontrava, mas sempre pelo lado negro. A imaginação, nestas coisas, é uma amiga da onça. Gosta de nos deprimir. Felizmente não é capaz de nos iludir quando nos olhamos nos olhos e sabemos em que cenário psicológico, em que encenação mental se encontra o outro.
Desfeito o engano, mas não refeito o laço amoroso, porque nunca se chegou a desfazer, despedimo-nos, até hoje.
Hoje devíamos estar juntos. Estaremos?
Pensei em ti noite toda, manhã toda... Recebo a mensagem em que me pedes para te ir esperar, mas sem garantias que possas aparecer. Trabalho é trabalho. Respondo que não vou, porque tens outro compromisso, mesmo que possas sair. Maldito aparelho. Sinto que estás próxima. A vinte minutos a pé, cinco de carro, dois nanossegundos no meu coração. Sinto que não te posso ter, por hoje... Dói. Magoa saber que o tempo corre e corre e não nos podemos amar fisicamente. Magoa saber que estou aqui entre estas paredes, sem saber o que fazer, com o coração apertado. Resolvo escrever, desabafar. É bom o aperto, e é mau. É bom saber que te amo cada dia mais. É mau saber, após uma noite em que pensei que era amanhã o dia em que poderíamos estar novamente juntos, que não podemos estar, hoje.
Mas não me sentia assim, não fosse a maldita mensagem... Não penses que não te amo, não te quero, não quero a tua companhia. Estarias errada se assim pensasses. Quero ser teu, enquanto me queiras e queiras ser minha. Eu só teu e tu só minha. Mas custa quando a saudade, mesmo sem razão de estar, está e aperta e magoa e nos turva os olhos...
E tenho de continuar com o aparelho por perto, à espera de um telefonema ou de umas linhas de texto em que digas que sim, que podemos estar juntos, ainda hoje... E, enquanto isso, o coração aperta com a vontade de estar perto do teu, de sentir teus lábios tocarem os meus...

Pintelho

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terça-feira, setembro 14, 2004

Querem experimentar uma aventura escaldante?

Sigam o meu conselho:
Façam-se acompanhar da vossa Pintelha até uma pastelaria sossegada, onde possam sentar na esplanada bem juntinhos e saborear o lanche. Após escolhida a esplanada, procurem saber quais os Panikes que estão no forno. Carne? Perfeito. Escolham dois.
Acabado de sair o vosso Panike, levem-no à boca. Cuidados redobrados são requiridos nesta parte, porque a queimadura pode não ser apenas ligeira. Para que a aventura seja total e completa, esperem até chegar ao recheio. Por favor, tomem medidas de segurança, e... bom apetite!

Pintelho

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segunda-feira, setembro 13, 2004

Hoje

é um daqueles dias dias em que só penso numa coisa:

Baton na cara é capaz de ser um modo eficaz de reactivar o acne, não é?

Pintelho

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domingo, setembro 12, 2004

Nonsense conversation, que é como quem diz... Quem fala assim, não diz nada de jeito!

Pintelho diz:
Viva!
Pintelho diz:
Tudo bem?
Shore diz:
Yep
Pintelho diz:
Então, a baldar-se aos ensaios?
Shore diz:
Foi.
Shore diz:
Mas não foi balda!
Pintelho diz:
Eu sei... e o Vitor também!
Pintelho diz:
Porra hoje ele partiu-nos todos... Alongamentos!
Pintelho diz:
Hora inteira!
Shore diz:
Pintelho diz:
eu sei... e o Vitor também!
Shore diz:
????
Shore diz:
Não percebi isto...
Pintelho diz:
Que não foi balda!
Shore diz:
Falaste com ele?
Pintelho diz:
Aula!
Pintelho diz:
Mandaste-lhe a mensagem aquando da aula!
Shore diz:
Hmm…
Shore diz:
OK!
Shore diz:
Nem me lembrei disso.
Shore diz:
Estava em Gaia nessa altura.
Shore diz:
Só papelada...
Pintelho diz:
Imagino... Tens que tentar enfrentar tudo com calma, senão ficas como o Zorro com as finanças...
Shore diz:
Ai também já sabes?
Shore diz:
loooooooooool
Shore diz:
Não paras no IRC?
Pintelho diz:
Não, não paro!
Pintelho diz:
Sei por causa do nick dele...
Pintelho diz:
Não sei de nada!
Shore diz:
Quê?
Pintelho diz:
Não sei de nada, só sei das finanças por causa do nick do Zorro aqui...
Shore diz:
Ah!
Pintelho diz:
Estão assim tão más as coisas?
Shore diz:
Para mim ou para ele?
Pintelho diz:
Ele.
Pintelho diz:
Finanças.
Shore diz:
Teve um problema informático.
Shore diz:
E agora tem de passar tudo de novo…
Shore diz:
Desde 2001!
Shore diz:
Foi o que eu percebi.
Pintelho diz:
Foda-se! Eu matava-os!
Shore diz:
É bem!
Shore diz:
Também já pensei nisso!
Shore diz:
Mas falta-me um amigo!
Shore diz:
Queres ser meu amigo?
Pintelho diz:
Hm... pode ser!
Shore diz:
Cool!
Shore diz:
Eu tenho uma *** de dois canos (mas não funciona) e tenho uma faca de barrar o pão. E tu?
Pintelho diz:
Epá... Eu tenho o abre-cartas... É afiado...
Shore diz:
Serve...
Shore diz:
Mas convém passar um bocado de vaselina para escorregar melhor.
Shore diz:
No abre-cartas, entenda-se!
Pintelho diz:
Ah bem... Mas passas tu a vaselina, ok? Não me vá eu cortar no abre-cartas!
Shore diz:
Sim, não há problema.
Shore diz:
Eu já tenho experiência!
Shore diz:
(de mau)
Pintelho diz:
Ok... Então nós ajudamos o Zorro, matamos os funcionários das finanças de Barcelos... Barramos-lhe o local de inserção (da faca) com vaselina... e pimba!
Shore diz:
Acho que para barrar era melhor mostarda.
Pintelho diz:
Huuuuuuuuuuuh...
Shore diz:
Não vá o gajo aguentar-se…
Pintelho diz:
Mostarda eu levo...
Shore diz:
Sabes que a mostarda é fatal…
Shore diz:
(foi por isso que fizeram um gás)
Shore diz:
Era mais leve para transportar.
Pintelho diz:
Acredito que sim... LOL… essa do gás...
Shore diz:
Que tem?
Shore diz:
É verdade! Não sabias?
Shore diz:
Já viste o que era preciso de mostarda líquida para matar mil judeus?
Shore diz:
Uns comboios largos…
Shore diz:
Assim em gás era tudo mais fácil...
Pintelho diz:
Pois. De facto...
Pintelho diz:
Mas tencionas barrar com gás?
Shore diz:
Não
Shore diz:
Nós levamos liquida…
Shore diz:
É só para uns quantos!
Shore diz:
Uns frasquitos devem chegar!
Pintelho diz:
'Ta bem então... Primeiro, o Zorro leva a espada e marca-lhes o local onde vamos efectuar o dito assassinato com o abre-cartas... Abre-lhes um buraco... e depois nós fazemos o dirty work!
Shore diz:
Exacto!
Shore diz:
Só há um problema…
Shore diz:
O meu skate só dá para um!
Shore diz:
E não temos veiculo de fuga.
Pintelho diz:
Ah, deixa, eu levo o meu triciclo... É muito pouco suspeito!
Pintelho diz:
E o Zorro, tem quem o leve?
Shore diz:
Pá não sei…
Shore diz:
E se roubássemos um bote de borracha?
Shore diz:
Dá para três!
Shore diz:
E remávamos à vez...
Shore diz:
Era bem, não era?
Pintelho diz:
Hm... Pelo Cávado acima?
Shore diz:
Sim!
Shore diz:
Assim evitamos os semáforos...
Shore diz:
Fugimos mais depressa!
Pintelho diz:
Ok... Então onde e quando nos encontramos?
Shore diz:
Nos bombeiros..
Shore diz:
Assim roubamos umas fardas.
Shore diz:
E entramos nas finanças.
Shore diz:
Sem ninguém dar por nós.
Pintelho diz:
Hm... Achas que a chave do cadeado do meu triciclo abre a porta dos bombeiros?
Shore diz:
Claro!
Shore diz:
Senão eu levo o meu gancho do cabelo!
Shore diz:
Afinal, ter o cabelo comprido serve para alguma coisa!
Pintelho diz:
Claro... Ou então empastas o cabelo de gel e temos o arame para abrir o portão... O alarme é fácil de desligar... Dá-se 1 peido que ele intoxica...
Shore diz:
Não sejas infantil!
Shore diz:
Os alarmes não intoxicam.
Shore diz:
Eles só se queixam quando vêem alguém muito feio.
Shore diz:
E desatam a berrar!
Shore diz:
Toda a gente sabe disso
Shore diz:
Por isso não temos problemas com ele.
Shore diz:
Mas pelo sim pelo não,
Shore diz:
convém tapar a cabeça do Zorro,
Shore diz:
como fazem os ladrões...
Pintelho diz:
É... Ou então ele fica no barco para arrancarmos mais depressa quando tivermos as fardas... É só por o pé no pedal...
Shore diz:
É um barco, não é uma bicicleta...
Shore diz:
Ai ai!
Shore diz:
Já me estou a passar contigo!
Shore diz:
Os barcos têm remos!
Pintelho diz:
Ouve man... Nunca ouviste falar em gaivotas? Assim não dá!
Pintelho diz:
Atraso de vida...
Pintelho diz:
Queres que o plano falhe? Remos e pedal ao mesmo tempo é mais rápido!
Shore diz:
Ok, ok!
Shore diz:
Tens razão!
Shore diz:
Peço desculpa.
Pintelho diz:
AH BEM...
Shore diz:
Não podemos discutir.
Shore diz:
Agora somos amigos…
Pintelho diz:
Pois, pois é... Peço desculpa também...
Pintelho diz:
E se levássemos antes uma guitarra para amedrontar os gajos? Eles sabem que somos maus porque quem toca guitarra é sempre muito mau!
Shore diz:
Pois mas o Vitor diz que se estudarmos ficamos bons...
Shore diz:
Portanto é melhor não contar com a ajuda dele...
Pintelho diz:
Pois, eu acho é que se andamos a pagar para sermos bons, vou desistir... Levamos as nossas Ibanez e a ESP do Zorro... Eu aponto o espelho da minha à cara dele (já ficam dois monstros na sala) e depois com o abre-cartas...
Shore diz:
Estamos lá!
Shore diz:
Vamos partir aquela merda toda!
Pintelho diz:
AHAHAHAH!!! NÓS SOMOS MUITO MAUS!!!!!!!!!!
Shore diz:
Pois somos, man!
Shore diz:
Podiamos formar uma rede de terrorismos internacional.
Shore diz:
E ter bué de carros caros....
Shore diz:
E gajas com 50 % silicone….
Shore diz:
Isso é que era.
Shore diz:
Pelo menos deixava o 100% plástico!
Pintelho diz:
De facto... E usávamos o boneco amarelo como homem-bomba... Ele sempre me foi fiel...
Shore diz:
Mas amarelo é um bocado gay...
Shore diz:
E eu não curto muito essas misturas...
Shore diz:
Só se ele vestir uma saia de ballet cor-de-rosa!
Shore diz:
Aí tudo bem!
Shore diz:
Até podíamos ser o bando "as bailarinas de ballet bué da más"!
Shore diz:
Que dizes?
Pintelho diz:
Hm... Só se dançarmos de guitarra enfiada entre as pernas...
Shore diz:
Hmm…
Shore diz:
Isso era fixe?
Pintelho diz:
Acho que sim... Dávamos saltos mais vigorosos...
Shore diz:
Então e qual será o plano B?
Shore diz:
Caso o plano A não resulte…
Pintelho diz:
E confundiam-nos com macacos de cauda comprida!
Pintelho diz:
plano B? Hm...
Pintelho diz:
Hm...
Pintelho diz:
Hm...
Pintelho diz:
Hm...
Pintelho diz:
Pá... Ou os matamos, ou os matamos!
Pintelho diz:
Não há plano B!
Shore diz:
É assim mesmo!
Pintelho diz:
Olha amigo...
Pintelho diz:
Tenho que ir...
Shore diz:
Ok!
Shore diz:
Grande non sense conversation!
Shore diz:
hehehhehehe
Pintelho diz:
Mas não me estou a cortar... Vamos partir o mundo todo. As bailarinas cor-de-rosa e suas guitarras!
Pintelho diz:
Podes crer...
Shore diz:
Vou gravar o log.
Pintelho diz:
Abraço! Ya, foi muito fixe... Tens uma imaginação fervilhante, qual criança no estado fálico!
Pintelho diz:
Boa viagem então...
Pintelho diz:
\m/
Shore diz:
Ah pois, pensas que quê?
Shore diz:
\m/

Pintelho

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Caralho

Hoje queria escrever um post dedicado a ele, que vai esta madrugada para Praga, fazer de conta que estuda. Hoje é um daqueles dias em que estou romântico e até me apetecia inundar o meu púbico espaço de baboseiras dedicadas à Pintelha. Hoje até queria escrever um texto acerca das conversações sem sentido que mantenho com ele. Mas o facto é que hoje não resisto a revelar a minha verdadeira identidade!

Sim, sim... A partir de Segunda-feira, quando me for matricular, vou ser "laranjinha", bem ao gosto da Pintelha, e para mal dos meus pecados... É que me lembra o Santana Lopes, sabem... E... Bem, é só a cor do curso!

Pintelho

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sexta-feira, setembro 10, 2004

Uf...

Papéis aqui, papéis ali... Fotos... Burocracia de um lado, burocracia do outro... Nem a loja do cidadão resolve o problema... Doem-me as pernas de tanto andar...
Depois há os malditos que inventaram as farmácias de serviço... Os quilómetros que estas perninhas percorreram para poderem ter o raio do Brufen (não é publicidade, não...) em casa... Será que os farmacêuticos não podem todos trabalhar até de madrugada? Porra... Ai...
Amanhã, pela manhã, eu digo qualquer coisa, sim? Quando as pernas não me doerem e afectarem o cérebro, pode ser? Sim, que os psicólogos já provaram que as pernas têm uma importantíssima função na criatividade, sabiam? Porque é que acham que as pernas são usadas para formar posições (de ginástica acrobática, obviamente) criativas? Porque elas próprias são o centro coordenador da criatividade.
Entretanto, visitem muitas lojas do chinês e... Divirtam-se!

Pintelho

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quinta-feira, setembro 09, 2004

Tese de doutoramento em lojas do chinês, Parte II

Pois é. E será possível que a seguir à primeira parte de uma tese, se siga a segunda? É verdade. Neste caso, segue-se mesmo! Portanto, hoje, no Diário de um Pintelho, escreve-se acerca das lojas do chinês.

Após uma breve visita à secção de decoração, segue-se invariavelmente a electrónica, secção designada nesta tese por “Engenhocas Chinocas”. Esta secção é bastante interessante devido à parafernália de marcas desconhecidas para objectos com exactamente a mesma utilidade.
Pendurados num dos pilares de sustentação da loja encontram-se os acessórios para telemóvel, constituintes de uma excelente oportunidade para azucrinar a cabeça do vendedor. Se entrarmos na loja com a intenção de fazer da vida do olhos-em-bico um inferno, então esta secção é uma das ideais, desde que tenhamos o telemóvel à mão.
Começando pelas capas, de um extremo mau gosto, como quase tudo dentro das lojas, podemos pedir a opinião da chinesinha que acompanha sempre o chinesinho e que, devido à sua altura diminuta e magreza quase anoréctica, é praticamente invisível, acerca de qual capa levar. Se a dos golfinhos a sair da água, com holograma, se a do Sol brilhante com teclado de borracha transparente. Mostrando indecisão durante longos minutos, há que pedir para experimentar o acessório. A chinesinha far-nos-à o favor de abrir a embalagem das capas que, após colocadas no telefone, nos parecerão ainda mais feias, e que, portanto, declinaremos com simpatia, usada para que a paciência não se esgote antes de visitada toda a loja.
À frente do pilar dos telemóveis encontramos as antenas interiores marca “Fu Di”, não tão incomuns por estas lojas quanto isso… E junto às “Fu Di” encontramos provavelmente comandos universais de mil e uma marcas, todos eles em perfeito estado e com um manual de instruções humano, que é como quem diz, se perguntarem ao chinês como se utiliza o comando, é provável que ele abra a caixa, aponte o comando a uma televisão imaginária e, enquanto carrega nos botões, vos explique “Um, seti, pim”. É claro que esta comum expressão chinesa significa algo como “ligas o comando, carregando no botão com o número um, depois carregas no botão set e escreves o código pin da marca do teu televisor, que ficas com o comando a funcionar, compreendes?”.

Saídos da secção “Engenhocas Chinocas”. O ideal, e ultrapassando a secção de roupa, pois nada acrescenta às secções das bancas de feira, é visitar a mais bonita das secções do super-macro-hiper-mega-ultra-mini-mercado chinês: os brinquedos. Esta secção, a que decidi apelidar “clap your hands”, deve ser visitada, como o nome indica, batendo palmas com as mãos. Isto porque oitenta em cada cem brinquedos expostos funcionam com um sensor que responde aos ruídos das mãos a baterem uma na outra.
E esta é a secção em que vocês podem fazer tudo para que o dono morra de ataque cardíaco. É que ter trinta bonecos a fazer barulho ao mesmo tempo, e ainda com o som de palmas a bater, é capaz de ser incomodativo.
Entremos no corredor de brinquedos. Clap, clap! A primeira pirosice a responder é o canário, pendurado numa gaiola, normalmente estático que, ao ouvir as palmas, se agita mecanicamente e pia que nem um desalmado. Segue-se o “martini man” só com roupão, que o abre ao som das palmas, deixando à mostra um vibrante falo, desprovido de Pintelhos nas redondezas (como fiquei irritado), enquanto diz “I am too sexy for you!”. De seguida aparece a senhora que está na casa de banho a falar ao telemóvel e a fazer ruídos orgásmicos enquanto caga (perdão), e o circo está montado quando os dinossauros começam a berrar e as bruxas a rir estridentemente.
É nesta altura que o dono da loja passa pela secção de limpeza e pega numa vassoura marca “Vo To Cu” (esta não vi, ao contrário das “Fu Di”, mas dá um ar mais giro à cena da perseguição) e inicia uma cruzada contra nós. Claro que não mostramos medo. Vamos à secção de beleza, pegamos num lápis preto, levamos ao balcão, e compramos, sob o pretexto de precisarmos dele para um ritual satânico em que vamos sacrificar um chinês.

Ao fim da cruzada pela “Chinatown” do bairro, ainda saímos ao som de um “Obligado, obligado!”, que, supomos, seja mais pelo facto de sairmos da loja do que por termos lá deixado cinquenta cêntimos pelo lápis.

E assim termina a púbica tese de doutoramento em lojas do chinês do Pintelho. Sigam os meus conselhos, e terão uns momentos bem passados na companhia da chinesa minúscula e do chinês paciente mas nem tanto.

Pintelho

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quarta-feira, setembro 08, 2004

Tese de doutoramento em lojas do chinês, Parte I

Pois é. Haverá questão mais pertinente para abordar nos epidémicos dias que correm que a das lojas do chinês? Creio que não.
Haverá em Portugal cidade ou vila que não tenha, pelo menos, uma loja do chinês?
Será possível que essas lojas consigam sobreviver à custa das (poucas, pensava-se) pessoas com gostos duvidosos existentes à face do nosso país?
E será possivel divertirmo-nos no interior de uma loja do chinês?

Foi para responder a estas perguntas que o Pintelho trabalhou arduamente, quer durante todo o ano, cá na cidade, quer durante o mês de Agosto, na vila onde passou férias. E a primeira conclusão a que se chega é que as lojas do chinês são todas absolutamente iguais. Os vendedores são maioritariamente chineses, se bem que andem sempre acompanhados por um português, cuja função é não permitir que os donos da loja sejam aldrabados. Os produtos expostos são idênticos. a disposição e decoração são as mesmas... Enfim. Entrando numa loja do chinês, conhecem-se as 98750795 lojas do chinês do país.

Numa segunda fase, passei a abordar a questão dos vendedores em profundidade, o que implicou esgotar-lhes com a paciência, fazer de tudo para destruir a loja, gastar as pilhas aos brinquedos, experimentar todos os perfumes e, para cúmulo, sair sem comprar nada.
Neste ponto das investigações as reacções já são variáveis. A primeira constatação é que, num momento inicial, e talvez por estarem deslocados do seu ambiente, sendo, portanto, minoritários, os chineses são pacientes, tímidos, dando a noção que os papéis se invertem. Quem manda nas lojas são os clientes. Mas não abusemos. Em caso de abuso os olhos em bico tornar-se-ão primeiro apreensivos, depois impacientes e, em último grau, dignos de uma fera faminta que está a ver no seu território uma deliciosa presa.

É óbvio que para esgotar com a paciência do chinês é primeiro necessário um certo e determinado procedimento, desde a entrada na loja até à saída. É esse procedimento que a seguir descrevo, numa fase a que podemos chamar de “visita guiada ao monumento” ou simplesmente “turismo”.
Para se começar em grande a visita à loja, é necessário entrar pela porta principal (normal e naturalmente é a única porta que a loja tem, para que os clientes - haverá clientes? - não saiam sem pagar) do estabelecimento. Mas não é uma entrada comum. Devemos entrar com ar despreocupado e descomprometido. A típica pose de quem vai visitar um país estrangeiro, mas não tem cheta nos bolsos, e cujo único interesse é mesmo visitar os monumentos, tocar-lhes, vandalizá-los, mas nada de comprar “recuerdos”. A boa educação, se bem que aplicável, não deve ser usada, pois corremos o risco de cair nas boas graças do vendedor. Portanto, e jogando pelo seguro, é melhor não se cumprimentar o senhor-olhos-de-amêndoa.

Normalmente, nas lojas do chinês, a primeira secção a visitar é aquela a que resolvi chamar de “berloques e penduricalhos”, que é como quem diz, a secção de decoração mais pirosa possível.
Nesta secção, o mais provável é depararmo-nos com milhentas estatuetas de golfinhos em poses acrobáticas, porquinhos em pleno acto sexual, bonecas de porcelana (?) feiíssimas, relógios com ponteiros de todas as formas e feitios, candeeiros com peixinhos de plástico a nadar ou bolhinhas que se formam e desfazem ciclicamente, candeeiros esses com uma forma (pouco) vagamente fálica, candeeiros esses onde já assisti a cenas masturbatórias femininas e homossexuais, relógios-telefones-caixa-de-música-candeeiro-arte-decorativa-tudo-em-um, a peça mais pirosa possível da secção.
Nesta primeira secção, para se testar a paciência do vendedor, as dificuldades são praticamente nulas. Basta pura e simplesmente experimentar a luz de todos os candeeiros, que é como quem diz, acender os candeeiros todos e esquecer de apagar, verificar e acertar todos os relógios, dar corda a todas as caixas de música em simultâneo, criando uma espécie de orquestra em que cada um toca para seu lado, pegar todas as estatuetas, examiná-las minuciosamente, voltando a pousá-las em seguida, fazendo o mesmo com as bonecas, e tentar utilizar todos os utensílios mil-em-um ao mesmo tempo.
Possível é que nesta primeira fase o vendedor olhe para vós com olhos de carneiro mal morto, um leve sorriso nos lábios, como quem pensa “é o milésimo que faz isto, mas eles só fazem porque gostam das peças… Pena que a crise também lhes toque a eles”. Mas não desesperemos. Ainda há muitas secções para visitar, e o chinês ainda há-de suar muito, e fumegar pelos ouvidos. Contudo, a minha tese relativa à loja do chinês, como já vai longa, vai ser dividida por postas. Esta é a primeira. Depois vem a segunda, pela minha lógica. Na segunda abordaremos as restantes secções e reacções dos chineses à nossa visita.
Impacientes? Haja calma! Eu hei-de voltar!

Pintelho

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terça-feira, setembro 07, 2004

O Barco do Aborto, também no Pintelho

O Ministro de Estado e da Defesa Nacional (perdoem-me todos os leitores deste blogue pelos dois palavrões feios que se seguem) Paulo Portas acabou de reafirmar numa conferência de imprensa a sua posição autoritária e intransigente, bem ao jeito de (desculpem mais este palavrão) Salazar, relativamente ao Borndiep.
De facto, o carácter do Ministro que agora tomou conta do governo deste país, aproveitando o caótico estado a que chegámos (sim, porque o Santana (perdão) a Primeiro Ministro é o caos), todos conhecemos, infelizmente.
Mas há algo que não pode passar em claro. Quem terá sido o professor de Português do Ministro? Será que ele entende a utilidade de um ponto final? Não foi ele que, há uma semana, disse que o assunto do barco do Aborto estava encerrado, com um ponto final? Será que ele pensa que o ponto final é só uma vírgula, umas reticências? É que, sinceramente, para falar e dizer asneiras, como é apanágio do Paulinho das feiras, mais vale ficar calado, como faz o nosso Primeiro Ministro(?)!
Shame on you, Mister Portas. Shame on you!

Pintelho

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segunda-feira, setembro 06, 2004

"Claro que não! Também é bonito um céu cinzento e uma trovoada de vez em quando!"

Foi o comentário dela ao post de Sábado.
Peço desculpa pela falha de ontém, mas tive o dia muito ocupado. Culpa da trovoada.
Sabem, é que tive de ir à sala de ensaio desligar o material da corrente e... A Pintelha tem medo de trovoadas. E isso é bom. Porquê?
Eu explico-me. Então não é que estávamos nós no leito dos sonhos, amando e sendo amados, por entre loucuras e devaneios, beijos e abraços, carinhos e sorrisos... Enfim, estávamos a fazer tempo para que chegasse a hora de ir ao cinema (certamente mais interessante que uns bons momentos de amor, ou não), quando o S.Pedro se lembrou do comentário que intitula este post e descarregou sobre a casa da Pintelha uma trovoadona daquelas... Mas daquelas que não lembram a ninguém. Pensei no meu Marshall que, felizmente, estava a salvo e pronto para ultrapassar a intempérie. Pensei na aparelhagem, que passava a Pull me Under, uma música linda, e que se silenciou com o medo da trovoada. Depois senti um coração a bater forte. "Calma Pintelho. Tu não tens medo da trovoada, não pode ser... Porque é que o teu coração bate tão forte? E o coração não fica tão próximo do pescoço... Pintelha!" Eu sabia que ela tinha medo da trovoada. Pensais que me incomodei? Aproveitei a oportunidade.
Acariciei-lhe as faces, beijei-a na testa, abracei-a com força, transmitindo-lhe uma falsa sensação de segurança. Muito falsa sensação. Afinal, sempre ouvi dizer que Pintelhos são como pára-raios.
Beijámo-nos ao som da trovoada. Amámos. Fomos amados. Enlouquecemos, endoidecemos, virámos malucos. Descontrolámo-nos. Ao ponto de o barulho da trovoada, acompanhada por uma chuvada cujo som reconfortava, pois sabíamos que ali estávamos ao abrigo da água, ser completamente abafado. Estaria ainda a trovejar? Talvez. Mas ainda havia amor para escoar do meu coração para os lábios e o corpo dela. Sou um pêlo apaixonado. Nada há a fazer.
Parou de trovejar. Parou de chover. Sensação de conforto? Não era suposto estarmos confortados por estarmos a salvo da água? Porque é que os nossos corpos, agora semi-nus, estão completamente ensopados em água? E estão salgados. Descansamos.
Toda esta história é para a menina dos atalhos: Uma trovoada num dia cinzento não é sinónimo de infelicidade. Aliás, é um espectáculo belo de se ver, apesar de eu ontém ter prescindido de fazer parte da assistência!

Pintelho

P.s. Lembram-se do cinema? Pois. Eu não me lembro. Ao que consta passou a hora e nós ali... À espera que a trovoada passasse. Abençoado S. Pedro (um dia destes ainda viro católico)

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sábado, setembro 04, 2004

Que caralho de mundo

é o nosso, que vê um Pintelho viver extremamente feliz, enquanto que um pouco por todo o lado há guerra, morte, violência, destruição, hipocrisia, fome, sede, doença...? Não podemos ser todos felizes ao mesmo tempo?

Pintelho

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O silêncio

A mais mortíferas das armas.
O silêncio não devia existir. Não quando há dúvidas, pensamentos, ideias, opções, escolhas, valores... O silêncio não devia ser uma opção, quando tudo aquilo que nos vai na mente precisa de ser exteriorizado.
O silêncio corrói. Sem ninguém com quem confrontar as ideias, confrontamo-las connosco próprios, interpretamos os pontos de vista à nossa própria imagem, não produzimos nada de útil. Se o objectivo da nossa ideia é positivo, então vivemos na ilusão de que a ideia é perfeita. Se, pelo contrário, é uma dúvida que queremos esclarecer, perdemos toda a lucidez, deprimimos, quais jovens adolescentes que ajuizam erradamente os sentimentos de alguém. O silêncio mata.
Através do silêncio só sabemos nada. Sabemos nada, pois nem ouvir conseguimos. Conseguimos criar mitos interiores, monstros, heróis... E os problemas continuam por resolver.
Depois... Bem, depois vêm as insónias, os calores, os frios, os choros, as ideias pessimistas. Ou então, se descobrimos a pólvora, vêm o egocentrismo, o excesso de auto-confiança, o egoísmo. E nós... Bem, nós continuamos os mesmos, com os nossos imutáveis defeitos.
Estúpida a condição humana de saber comunicar mais e melhor que qualquer outro ser e, no entanto, guardar tudo aquilo que deviamos comunicar, debater, esclarecer, para nós.
O silêncio incomoda. Incomoda tanto que o tique-taque de um relógio se pode tornar insuportável no meio do silêncio, no meio da noite, no meio da insónia. Contradição?! O silêncio incomoda, mas, quando é a única opção, é bem vindo.
Depois há ainda a covardia, aquela coisa estúpida que deixa qualquer pessoa sem coragem para comunicar aquilo que deseja. O silêncio instaura-se e, infelizmente, continua tudo na mesma, imutável, sem melhoras.
Quando será que vamos aprender a utilizar a maior arma, a que nos permitiu atingir o topo da escala animal, não só para evoluir tecnicamente, mas para melhorar a nossa qualidade de vida enquanto seres sociais?
O silêncio é duro. Nestas alturas, gostava de quebrar todos os nossos silêncios. Um grito, uma frase, um gesto, um simples olhar. Mas... O silêncio não! O silêncio assusta. Mata!

Pintelho

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sexta-feira, setembro 03, 2004

O mundo desfocado

O meu mundo está desfocado.
A nitidez de outrora desapareceu.
Não distingo pormenores, apenas formas. Formas de gente, de coisas, de valores e ideais. Esboços imperfeitos e inacabados do que deveria ser o mundo perfeito, acabado.
Vejo com pouca clareza. Aproximo-me. Os olhos desfocam. Afasto-me. É supérflua a visão que tenho. E agora? Resta-me o ouvido. Ouço muito, e muito bem. Música, da minha preferência, de preferência. Ouço também o que não quero. Ouço os sons de um mundo que a cada dia se torna mais violento e inacessível. Um mundo que, de tanto girar em torno de um imaginário eixo ligeiramente inclinado, ficou confuso, tonto, louco.
Voltando à visão. Que visão? Não vejo. Não vejo bem. Vejo mal. Uma névoa apenas daquilo que devia ver, como via até ontém, e hei-de voltar a ver amanhã...
Malditas as gotas que o oftalmologista me deitou para dilatar a pupila... É, amanhã já tenho os olhos no sítio! Só espero que este texto não siga com erros!

Pintelho

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quinta-feira, setembro 02, 2004

Eu e a minha guitarra, yeah!

Hoje acordei a pensar que tenho dois amores.
Não, não encarnei a pele do Marco Paulo. Cruzes, credo, canhoto, onde está a madeira para bater três vezes?
Acordei a pensar na Pintelha, que está longe de mim. Sim, porque dois quilómetros nestas andanças do amor são distantes p'ra caraças.
Ao pequeno-almoço, contudo, lembrei-me do meu outro amor, a menina das sete cordas de aço, dos gemidos profundos e entoados com paixão, daquela que me dá o prazer de saber que consigo criar pedaços de arte, incompletos, como todos os pedaços de arte, mas belos, às vezes.
Outras vezes os pedaços de arte são feios.
O espelho que a Universe apresenta não está lá por mero enfeite, para fazer da mulher guitarra mais bonita. Não. A guitarra é o espelho da alma de um guitarrista. O espelho mais perfeito, sem dúvida. No improviso desabafam-se confidências, chora-se, ri-se, revolta-se, agride-se. E a amada guitarra, como uma boa amiga e amante, deixa-se tocar, manipular. Fala por nós. Liberta-nos.
A guitarra é uma boa amante. Uma companheira sem par. Não conhece palavras como traição, ciúme, intriga. Só conhece o nosso coração. Lê-o nas pontas dos nossos dedos. Por isso, este texto, para equilibrar os pratos da balança, e após os desabafos de ontém, é dedicado a ela. Ao espelho da minha alma. À minha alma-gémea, por força das circunstâncias.

Mas só para quebrar esta coisa dos textos românticos, eu explico porque é que me lembrei de homenagear a minha companheira Ibanez. É que, há anos, assisti na escola secundária à actuação de um conjunto de rapazes com instrumentos nas mãos, pretendentes a músicos de garagem, ou a sucessores dos Cebola Mol, que apresentaram uma (perdoem-me todos os Músicos) "música" cujo refrão versava "Eu e a minha guitarra, yeah!", e foi com estas palavras que hoje acordei a ressoar na minha cabeça. Ressoavam tanto que tive que ir a correr relacionar-me pela primeira vez num dia que foi longo, com a minha mais-que-tudo, às nove da manhã.

Mas as minhas palavras não são só palavras bonitas para homenagear um instrumento impar. O facto é que uma das frases mais célebres da história da guitarra, proferida por todos (ou quase, tirando certos apaixonados xoninhas, como eu) os guitarristas, diz mais ou menos assim: "Eu empresto tudo: o carro, a casa, até a minha namorada, mas a minha guitarra, NUNCA!".
É certo. A nossa guitarra tem parte de nós. É parte de nós. Completa-nos. Dá-nos voz. É a nossa voz. Sincera, humilde, bela, afinada.

E após estes devaneios vou ali para o sofã desabafar... E amar...

Pintelho (Eu e a minha guitarra, yeah!)

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quarta-feira, setembro 01, 2004

Conheço-te

Os meus lábios estão cortados. Cortados pelo amor, pela paixão, pelo calor, pela excitação, pela loucura da entrega de um e do outro, a um e a outro. Ardem.
Ardem na humidade do teu corpo, do meu, dos nossos corpos unidos, como se um corpo fossem, apenas. Ardem no perfeito encaixe das nossas emoções, das nossas sensações. Das peças dos nossos corpos que se completam. Sentem.
Os lábios sentem-te. Sentem-te, querem-te e desejam-te. Procuram-te. Lêem-te. Lêem a história do teu rosto, do teu peito, do teu corpo.
Encostados nos teus, sussurram palavras de amor. Eles não sabem o que dizem. Dizem o que lhes manda o coração. Dizem a verdade do momento. Amam-te.
O dia foi curto, esgotante, belo pela carne e pelo sincero amor que esmaga meu coração contra o teu. Mas o coração não sente. Sentem os meus lábios, que desvendam os segredos que os teus jamais conseguirão esconder. Hoje amo-te. Amanhã amar-te-hei mais. Porque hoje os meus lábios vão dormir na certeza que a mais profunda sensação do mundo veio acompanhada pelo mais profundo sentimento ideal, que sai destas batalhas fortalecido.
Hoje sou mais eu. Encontrei um amor. Encontrei alguém que desconheci, conheci, em quem me reconheci.Alguém que conheço cada dia melhor. O conhecimento, transmitido pelos lábios, os que ardem na ânsia de te terem novamente, é mais profundo. E com o aprofundar do conhecimento aprofundam-se as certezas. Amo-te. Mais que nunca, menos que sempre. Hoje, por hoje, para amanhã e até quando puder, quero cortar meus lábios nos teus!

Pintelho

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