Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

segunda-feira, abril 11, 2005

Out

Durante os dias passados e os vindouros, o Pintelho esteve e estará fora destas viciantes lides blogosféricas, por vários motivos de força maior - que raio... Quem vos disse que eram gajas?
Pelo profundo incómodo que certamente a ausência causará, desde já peço as minhas mais sinceras e (pouco) humildes desculpas.

Pintelho

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sábado, abril 09, 2005

Regressão

Este fim-de-semana é especialmente importante. Com uma correlação perfeita entre a variável "importância" e "Potencial para se tornar enfadonho, a menos que ao estudo se fuja".
Em média, este fim-de-semana, resolverei alguns exercícios, acompanhados pela Moda, que é estar na cama com a Pintelha, enquanto procuro, algures na Mediana do corpo dela, o objecto do meu desejo, fazendo depois, ritmada e repetidamente, desvios-padrão ao ponto médio encontrado.
Espera-se ainda que a recta dos mínimos quadrados atinja um máximo em que se torne potencialmente rígida e elevada, culminando, após o orgasmo, com a regressão para a média.
Acontecimento certo é "A pensar tanto em sexo, de certo vou tirar nega"; Acontecimento impossível é "Conseguir estudar tanto quanto pretendido", se levarmos em conta que toda a probabilidade em questão está condicionada pelo acontecimento "Sou um tarado sexual. Quero é mamas."
Bem, mas discursos à parte, vou aplicar um teste t de student ao corpo me arranca do espaço amostral, levando-me a uma experiência paralela, não-aleatória,, com a finalidade de encontrar o ponto G.

Pintelho (é só treta... Há mesmo muito para estudar)

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sexta-feira, abril 08, 2005

Que raio...

Hoje, durante uma aula teórica de Psicologia de Desenvolvimente, uma dúvida existencial assolou a minha memória de trabalho.

É que estávamos a ouvir uma descrição de certo e determinado período do desenvolvimento, de acordo com certa e determinada teoria, construida com base, maioritariamente, nas observações levadas a cabo com três crianças, de nomes Jacqueline, Laurent e Lucienne.
Então, pensei, como raio podemos ainda hoje dar crédito a uma teoria construida com base em crianças que, só pelo nome, têm todos os traços psicologicos de actores de filmes de teor duvidoso?!
Hein?
Quer dizer... Eu até já estou a pensar enviar uma carta de reclamações ao Departamento... Francamente!

Pintelho

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quinta-feira, abril 07, 2005

A fama dá nisto...

A minha amiga (Isso querias tu, Pintelho! Que ela fosse tua amiga!) Gotinha escreveu, em tempos, um post em que revelava uma maravilha de um motor de busca bastante prático que dá pelo nome de Yagoohoogle, ou um destes nomes deveras intrinsecamente criativos.
O facto é que, como céptico e curioso que sou, acorri a testar a tal maravilha da Natureza.
Nada de muito complicado. Pesquisa no Yahoo e no Google, simlutaneamente, e apresenta os resultados num ecrã dividido.
Claro que na parte da experimentação entrou a questão típica de quem não anda à procura de nada, "Mas então que raio é que escrevo para testar esta merda?".
Pensei em pesquisar por aquelas palavras incomummente digitadas como "sex", ou "porno", ou mesmo "jogadoras de futebol nuas", mas então lembrei-me que a Pintelha partilha, por vezes, este computador, e existe aquela estupidamente parva ferramenta que dá pelo nome de "completação automática", que daria um bom tema para um post (lanço o desafio), que guarda as referências às palavras pesquisadas pelo menos uma vez, para mais tarde as completar automaticamente. Por esse facto puro e simples, e num conflito terrível - Experimento o dito motor ou vou embora ver o Canal 18? Eu quero é mamas... - decidi-me pelo mais parvo: pesquisar. Pesquisei por "Pintelho", o nome dessa celebridade nacional e, em primeiríssimo lugar obtive a referência para aquela bela daquela página que todos adoram que dá pelo nome de Diário de um Pintelho.
Fiquei todo contente ao poder visitar o site do meu maior herói, mas não o fiz. Continuei a baixar na pesquisa, e eis que me deparo com o seguinte:

Edições Pintelho
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Edições Pintelho - edições muito íntimas / "As memórias de uma viagem a Salónica" João Bragança. Junho de 2000

(Adaptado)

Edições íntimas?! - pensei - Bem, nesse caso vou chegar ao meu objectívo, e tudo isto sem dar nas vistas para a Pintelha. Que porreiro. Que bestial!
Pois, lá entrei, e tal e quê, e deparei-me com as edições íntimas. Puta de desilusão.
É que elas são íntimas porque contêm relatos de viagens. E fotocópias de bilhetes, e fotos coladas e...
Mas tudo isto de viagens realmente desinteressantes e sem sexo. Sem gajas. Sem mamas... Francamente.
A associação de ideias dos gajos que deram o nome à editora deve ter sido do género:
"Ora... Isto são cenas de recordações pessoais e, como tal, íntimas. Íntima é a zona púbica. Zona púbica tem Pintelhos. O Pintelho é alguém célebre que nos pode ajudar a lançar esta brincadeira. Por isso, e para não ter de lhe pagar direitos de publicidade... Edições Pintelho.

Moral da história: Ainda não vi mamas na net tendo como ponto de partida o Yagoohoogle.
Moral da história dois: Ando deprimido com o facto.
Moral da história três: Preciso que as Pintelhas que me lêem me ajudem. É só levantar o top e tirar umas fotos para me enviarem (também podem deixar nos comentários...). Farão de mim alguém muito mais... Enfim... Contente! Talvez ela seja a primeira a ajudar-me...

Pintelho

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quarta-feira, abril 06, 2005

Diversidade

Ontém participei numa tertúlia, uma entre muitas da excelente iniciativa das RITE (Reuniões Infformais à TErça), tertúlia essa subordinada ao tema da Diversidade, e com uma oradora convidada capaz de um discurso muito interessante.
A amena conversa começou pelas questões da orientação sexual (esse era o caminho proposto pela oradora, de início), mas cedo curvou até à luta contra o machismo, centrando-se, especialmente, nas acções de discriminação positiva, como as cotas para mulheres no Parlamento.
O certo é que a grande maioria dos participantes no debate eram do sexo feminino, e a maioria das intervenções foram protagonizadas por homens, o que nos levou à interessante questão do porquê deste domínio masculino nos debates. Afinal, o Parlamento é um local de debate, ou não?
Entre os muitos argumentos que se seguiram, para um lado e para o outro, apareceu o do poderio vocal masculino, que nada tem a ver com a qualidade das intervenções protagonizadas por homens:

Mulher: Pois os homens abafam as mulheres com o poderio das suas vozes. Falam mais alto, mais grave, e...

Dois homens: O quê? E isso é desculpa? Mas nós deixamo-vos falar.

Silêncio.
E os homens puderam retomar as rédeas do debate.

Interessante momento.

O que eu gostava de saber, contudo, é a opinião dos meus leitores relativa a toda esta questão da luta contra o machismo. Transformar os comentários num espaço de debate. Que vos parece? Quero ver sangue, senhoras e senhores... Aproveitem, caso queiram, a questão das cotas como trampolim para a batalha.

Pintelho

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segunda-feira, abril 04, 2005

Eu bem sei que com dois destes seguidos este blogue concorre para a categoria "Blogue lamechas nacional", mas...

Hoje acordei tarde. Pelas nove e meia, mais coisa menos coisa. Hora de me estar a preparar para trilhar com as sapatilhas gastas a distância, não muito curta, que me separa do meu posto de trabalho. Demasiado trabalho.
Mas isso pouco importa.
Levantei-me num rompante, tomei o pequeno-almoço, rico em cafeína (alimentação saudável, pois...), para acordar, e corri a trocar de roupa, no meu quarto.
Tirei a camisola, passei desodorizante pela Pntelheira (salvo seja), e olhei-me ao espelho. Aliás, olhei para o meu peito magro reflectido no espelho. Em cada um, sobre a pele branca que me cobre as entranhas, uma mancha negra, rodeada por marcas de uns dentes de felina, de uma felina que teima em me querer morder. No peito, no abdómen, nas pernas, nos lábios...
Lembrei-me então da última vez que estivemos juntos, entregues à nssa veia animal. Ao nosso id freudiano. Sem preocupações, sem pudor, sem medo nem vergonha do que se passasse naquela selva de afectos.
Senti toda a violência da carne, e por ela fui violento, amorosa e carinhosamente violento. Por ti, para ti, para te ter.
Como paga por uma agressão, cravaste teus dentes um pouco por todo o meu corpo.
Retribuí. Castiguei-te. Com todas as armas que possuo capazes de te fazerem gritar. E gritaste. Uma, duas, várias vezes. Sempre que a violência do amor estimulava o teu grito.
Por vingança, foste violenta comigo. Não da mesma forma que eu. Foste femininamente violenta. Com as tuas unhas pintadas de escuro, com as tuas perigosas insinuações, mantendo o fruto (os vários frutos) do meu desejo sempre próximo de mim, inatingível.
E aí entrou a tua boca. Com a tua língua exploraste, sem medo do sabor salgado do meu corpo, todos os espaços que te apeteceram. Com os teus dentes cortantes, cravaste teu corpo no meu, unos. Foi aí que gritei pela primeira vez (nesse dia havia de gritar ainda mais, por outras razões). Querias a minha carne para ti - é tua, de direito - e foi em defesa do que é teu que marcaste o território da forma como melhor sabes fazer.
Depois, como quem pede desculpa - desculpa de quê? -, voltaste a fazer-me gritar.
Num dia em que me entreguei ao meu lado animal (terei eu outro?), deixei fluir o grito que se produziu na minha garganta, por tua culpa. Por tua causa. Senti humidade na humidade da nossa selva privada, íntima.
Depois, ainda incapaz de reagir à magia de todo o poder que tens sobre mim, senti tudo acalmar.
Olhei para os nossos corpos, feridos de paixão, pela carne.
Envergonhei-me, por momentos.
Então, apercebendo-me da beleza da nossa vida animal - para quê negar um facto? -, embalado pela dor que se apoderava de parte de mim. Beijei-te. Para te mostrar racionalmente aquilo que te havia mostrado, momentos antes, da forma mais humilde e bela que consegui.
Beijei-te para te tentar mostrar a intensidade do que sinto por ti.
Contudo, compreendi, depois, que tudo no beijo não passava de uma demonstração mediata. Mais pura e imediata é a da dor física provocada pelo amor concretizado, sem moderadores nem mediadores.
Assim o espero, pois nesse caso, então, sou certamente muito amado e desejado.

Pintelho

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domingo, abril 03, 2005

Wundt

Foi um dos mais produtivos homens na História da Psicologia.
Fundou o Voluntarismo, usualmente conhecida como a primeira escola de Psicologia, fundou também o primeiro laboratório de Psicologia experimental (cuja data de inauguração foi adoptada como a data da assunção da Psicologia enquanto ciência), orientou mais de cento e oitenta alunos de Doutoramento, escreveu mais de cinquenta e sete mil páginas, desenvolveu enormemente as teorias dos elementos básicos da consciência (como ele os apelidava), e é injustamente alvo de chacota e mil e uma críticas de professores do Ensino Secundário, que não conseguem ver além do presente, para o passado, e compreender que há cento e vinte e cinco anos atrás Wundt foi um herói e um verdadeiro pioneiro. Para eles, parece fácil julgar o "burro" pelos erros cometidos. Mas esquecem-se que ele não era burro. Era ignorante. Como nós, todos nós, sem excepção, somos. E a vantagem que temos é tão injusta que para o criticar nos devemos tentar colocar atrás no tempo. Juntos a ele.

Este parágafo não é uma defesa de Wundt. É uma introdução.
Ao processo emocional que em Portugal apelidamos de saudade.

Foi a estudar Wundt que, mais uma vez, como sempre que estudo vidas de grandes pessoas, me apareceste. Não fosse eu ateu e começava a suspeitar dos teus poderes divinos de aparecer às pessoas.
Olhaste-me nos olhos, com o teu cabelo ondulado a ornar o teu sorriso leve e malicioso. Essa malícia só podia provir de uma recordação da sessão de cinema de ontém.
Ontém esqueceste-te das regras e dos perigos, para me amares e me transportares a uma outra dimensão, mais estimulante e erótica. Foste parva. Perdemos o dinheiro dos bilhetes... Mas ganhámos muito mais em cumplicidade e prazer.
Assim creio.

Encostaste então os teus lábios ao meu ouvido e sussrraste aquele substantivo (tão pouco) romântico pelo qual me costumas chamar nos momentos mais nossos. Mais só nossos.
Então, sem qualquer tipo de concentração no exterior da cama onde estudava, deixei-me seduzir por todas as recordações que esse substantivo trouxe. Desde o dia em que nos falámos como "companheiros" de férias pela primeira vez. Até ontém, até àquela cadeira da fila traseira do cinema, mesmo por baixo do projector, sem qualquer braço plástico ou de madeira que nos incomodasse o momento.
Pelo meio recordei-me dos momentos em que nos amámos mutuamente, em que o mundo esteve nos nossos órgãos dos sentidos, só para nós, por nós, ao nosso serviço.
Esses momentos que passámos, em que nos amámos, fazem por si só valer a nossa relação, fique ela onde e quando ficar. Mas que não fique para breve.
Por mim, prefiro que o nosso substantivo cúmplice, o que nos acompanha o amor, se mantenha e perdure no tempo e no espaço. Nos nossos afectos também, se não for pedir demais. Mas não é já pedir demais quando peço o teu amor?

Entretanto voltaste a mim. Olhei-te. Desde os cabelos até aos pés. A cobrir-te o corpo tinhas um pouco de nada. Apenas a pele. A tua pele que molda, emoldura e cobre tantos momentos da minha vida. E pude apreciar-te com aquilo que consigo reconstruir de ti. Todas as tuas células externas, uma a uma, nas posições correctas. Decorei o mapa, sem dúvida. E conheço também os locais-chave da minha excitação. Nesses locais a minha visita prolongou-se além do que seria normal.

Voltei ao meu mundo. À minha cama, onde já tantas vezes me havias chamado pelo nome que hoje despertou em mim as recordações. Mas já não estavas lá comigo.
À minha volta, apenas os livros e as fotocópias sobre Wundt, a caneta e o bloco de apontamentos.

Levantei-me e peguei no telemóvel. Enviei-te uma mensagem insultando-te e culpando-te pela aparição. Culpando-te pela falta de concentração que me assombra hoje. Mas... Será que realmente te devia culpar? Afinal de contas, não me proporcionaste tu uma viagem tão refrescante e prazerosa, no meio de uma sessão de estudo?
Por isso terminei a mensagem da forma como termino este post, que escrevo após acordar da tua visita metafísica:

Amo-te Pintelha

Pintelho

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Crónica de uma viagem anunciada

Tal como prometida, ainda que por partes.


Tudo começou com a chegada ao hotel...



... onde uma multidão de fãs aguardava histericamente a chegada do Pintelho e seus muchachos.



Nesse mesmo dia, ou, melhor dizendo, nessa mesma noite, ainda houve tempo para rockarmos o Dominion Theatre....

... Porque preenchemos os seis lugares que faltavam para a casa lotar.



O resto... Bem, o resto fica para uma próxima. Pêlos famosos têm que fazer render o peixe. Ou a fama... (?)

Pintelho

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sexta-feira, abril 01, 2005

Mentira

Este deve ser o enésimo post escrito hoje sob o mesmo título-guarda-chuva-chavão-do-dia-tecto-nacional. Portanto, se não vos apetece ler um texto sobre o dia 1 de Abril, voltem mais tarde, porque o que vos vou relatar cai no ridículo. Ou no engraçado da imaginação infantil, sei lá. Eu é que fiquei envergonhado.
Passo a narrar o que se passou hoje comigo.

Almoçando num restaurante chinês, num Centro Comercial cá da cidade dos arcebispos, sou alertado pela Pintelha para o facto de ela estar a vislumbrar um infante que nos espiava escondido e que se assemelhava a um primo meu.
Espreitei, descobri que a semelhança era mais que isso e fui ao encontro do petiz.

- Olá!

A linha que se segue e as restantes palavras que o dito puto proferiu devem ser lidas com aquela entoação de quem está desdentado e com uma mão frente à boca.

- Owa!
- Então, Miguel, a espiar-me?
- É. E 'tais com a Miss Goducha (nome carinhoso com que ele apelidou a Pintelha, coitada. Logo ela que é tão elegante...)!
- Pois estou. Porque é que não nos foste cumprimentar?
- Oh! Puque 'tou com begonha!
- De quê?
- Oh! Caiam-me tês dentj.
- Ah! Ora mostra...
- Nãã!
- Mostra. Deves estar tão giro.

E esta é a parte em que ele destapa a boca, com um sorriso rasgado, e com uma bela dentição de leite, completa e ligeiramente amarelada.

- Mentira! 1 de Abril!

Ora bolas... Cinco anos... Acompanhado da avó e da irmã, rodeado de pessoas que espiavam a nossa conversa, e mesmo em frente da Pintelha... E a enganar-me assim?! Bem, obviamente que estou a ponderar o suicídio.

Pintelho

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Ciência

Correm rumores que Portugal não apoia a ciência, que prefere exportar cientistas sem os acolher de volta.
Correm rumores que não há condições para se fazer ciência, para se experimentar em Portugal.
Todos os rumores são, se não verdadeiros, pelo menos, muito bem fundamentados.
Não são poucos os cientistas portugueses que vão e ficam. Escassos são os que voltam, por vontade própria, e criam as estruturas para que possam por cá fazer ciência. Mas esses são os que querem mudar as coisas. Que não estão nada bem.
Não se apoia a ciência. Pelo contrário. É vista como uma parente pobre da sociedade, uma parente que apenas serve para gastar dinheiro (o estado não conhece a expressão investir em conhecimento).
Ontém, numa aula, um Professor dizia-nos que queria sonhar que Portugal um dia pudesse ser o centro da Ciência mundial. Como o foi a Itália, a Inglaterra, a Alemanha, e o são actualmente os Estados Unidos.
Eu deixo-o sonhar. Afinal, não tem sido ele a dar o exemplo e a lutar pelo sonho?
Seria interessante não ter que publicar artigos em revistas norte-americanas, não ter que importar as revistas, ter os laboratórios nas nossas Universidades, ter meios, ter pessoas. Fazer o conhecimento, em vez de o ler.
Então, dados tantos factos, porque raio não se apoiam desde pequenos aqueles que amam a ciência, que a vêem na brincadeira como séria, que sabem da sua importância. Física, Química, Psicologia, Matemática, Astronomia... Não serão as ciências importantes?
Não serão de reforçar comportamentos destes, comportamentos de apoio à ciência, em português, em idades tenras? Não será conveniente apostar ao nível do Ensino Básico e Secundário, na promoção da Ciência frente aos que a apreciam? E no Superior, onde se formam profissionais? Por que não formar académicos, investigadores, em vez de insistir num ensino livresco, como já lhe ouvi chamar várias vezes? De profissionais em áreas aplicadas está o Fundo de Desemprego cheio. E não seria melhor se o conhecimento que hoje se aplica fosse amanhã antiquado, inadequado, rudimentar, e se aplicasse conhecimento mais eficaz, em português? É nos livros que se adquire conhecimento para a Humanidade? É no campo. Nos laboratórios. Na experimentação.

Tudo isto para vos dizer: Visitem o Science Blog. Se não for para adquirir conhecimento, que seja para apoiar a ciência em Português, os cientistas do futuro.
E ela parece ter futuro. Assim Portugal a apoie.

Pintelho

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