Um blog de todos nós. Afinal, pintelhos todos temos... Uns mais, outros menos...

sábado, julho 31, 2004

Psicanálise aplicada às preferências desportivas dos leitores, parte II

Tal como prometido, cá fica a continuação da psicanálise aos gostos desportivos dos nossos leitores que, certamente, se começam a conhecer melhor. Aproveito também, e desde já, para pedir desculpa pela confusão entre o Kyle rico e o Kenny pobre... Aliás, o Kenny é a minha personagem favorita do South Park. E bem me queria parecer que um judeu pobre não fazia muito sentido... Mas, continuando as consultas, que é para isso que me pagam...

Natação: Um dos desportos favoritos da Susana, e o que optei por analisar, é um desporto bastante pobre em termos de satisfação pulsional. Aparte eventuais fetiches com água que se possam realizar, e alguma homossexualidade por parte dos homens que usam aquelas tanguinhas todas janotas, nada de muito interessante sob o ponto de vista psicológico há a analisar na natação. Aliás, a natação é um desporto que muito prezo e que tento sempre praticar, nas férias.

Golfe: O golfe é o desporto do Fiambrelete que, apesar de não ler este blogue, mandou recado pela patroa Florgrela.
Florgrela. O caso do seu colaborador é mais sério que o da Susana. De facto, é um desporto muito contraditório, revelador de conflitos e múltiplas facetas da personalidade. Uma análise não muito profunda permite-nos encontrar material suficiente para fazer uma rica imagem do Fiambrelete. Começando pelo taco, a satisfação de uma pulsão homossexual, no caso dos homens, certamente. Um homem que gosta de pegar num taco, com as duas mãos, para lhe dar prazer, não é heterossexual, não pode. Contudo, o objectivo nobre do jogo é de extrema violência e virilidade. É que com o taco, que embate numa pesada bola com violência, fá-la voar com o objectivo de a fazer entrar num buraco. Certamente que as pulsões reveladas por este desporto são viris. Qual o homem que se atreveria a tentar colocar até as bolas no buraco da parceira? Só um bem macho, com tomates. Sem dúvida, bastante viril. Contudo, a pulsão homossexual referida atrás deve ser levada em conta.

Tai Chi Chuan: O "desporto" da Dora e da Robina é, no mínimo, invulgar. A "arte do equilíbrio pelo movimento" é usada para relaxar corpo e espírito. Contudo, o Tai Chi Chuan não tem muito a analisar do ponto de vista psicanalítico. Mas tem o seu nome, bastante diferente e, no mínimo, original. Como nome oriental que é, revela uma paixão por actividades diferentes. Isto pode-se manifestar, na vida sexual, através de parceiros orientais ou experiências incomuns. Creio que a Dora e a Robina seriam beneficiadas se experimentassem posições arriscadas, troca de parceiros, sexo grupal, com mulheres, fetichismo, enfim, toda a maluqueira que lhes corre na cabeça. Não custa nada. Só traz benefícios.

Futebol: O desporto do Francisco, já tantas vezes analisado neste blogue, é a panilice em desporto. Aliás, correr atrás de bolas não é, nunca, de homem. Louvo a coragem desses rabilós em chutarem as bolas, como quem afirma "não sou paneleiro, vês?". A mim não me enganam eles. E creio que não lhes faria mal a assunção das suas opções sexuais!

Golfinho: O desporto do cetáceo mais famoso da blogosfera está intimamente ligado com a água. O pólo aquático e o salto para a água. Se o pólo aquático é analisado da mesma forma que o futebol, mas em pior, uma vez que os rabilós tocam nas bolas com as mãos, o salto para a água revela a vertente louca do golfinho. Saltar para a água com o objectivo de se fazer o salto mais bonito é apenas uma forma de expressar loucura e problemas internos que se podem prender com variadíssimos motibos. Quem se lembraria de saltar para a água, fazer piruetas e dar uma valente chapada na água, só porque lhe apetece? Creio que o caso do golfinho precisa ser analisado mais cuidadosamente.


E fica por aqui a segunda parte da consulta, pois o post já vai longo. Gostava só, enquanto não volto para continuar as consultas, de comunicar aos que elegeram a comida, a bebida, e o sexo, como desportos favoritos, que são esquizofrénicos mentirosos e deviam procurar apoio sério num psicanalista não-virtual.

Pintelho

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sexta-feira, julho 30, 2004

Psicanálise aplicada às preferências desportivas dos leitores

Chegou a altura de aplicar psicanálise aos gostos dos meus leitores. É que, como ficou provado aquando da psicanálise aos gostos pelos desenhos animados, nenhuma preferência é por acaso. Por isso resolvi aplicar a psicanálise também aos gostos desportivos de cada um dos meus leitores.
Com esta análise espera-se conhecer os leitores um pouco mais em profundidade, desvendar as suas pulsões inaceitáveis, os seus desejos mais libidinosos, que são projectados nas preferências desportivas.

Uma curiosidade a que cheguei, ao analisar os desportos com bola é que, na sua maioria, todos têm como objectivo o estranho feito de colocar as bolas nos buracos. Algo completamente surreal. Mas prefiro analisar desporto a desporto, mesmo correndo o risco de me repetir, pois alguns dos desejos manifestam-se de modos diferentes, embora sendo desejos iguais.
Assim, comecemos pelo basquetebol.

Basquetebol: O desporto de eleição do Kyle é um dos desportos mais conhecidos do público em geral. Contudo, para analisar este gosto, não começaria pelo basquetebol, mas pelo nome. Kyle é o nome de uma das principais personagens da série South Park. O judeu. Judeu que, salvo erro grave, mal tem que comer. E é obviamente pelo sentimento de subprotecção, em busca de carinho e amor que o nosso leitor se refugia numa alcunha do género. Mas, alcunhas aparte, o basquetebol. O basquetebol é um desporto de topo no que toca a revelações das paneleirices. Consiste em agarrar as bolas com as mãos. Driblar. Lançar. Enfiar a bola no buraco. Comecemos então a análise. Agarrar uma bola de basquete, das rijas, nas mãos, é uma pura manifestação de homossexualidade. De facto, o inaceitável objecto de tais pulsões seriam uns testículos humanos, cheios de esperma. Contudo, e como moralmente, acariciar uns testículos de homem seria inaceitável, a bola é o novo objecto pulsional. O drible, por seu lado, é um acto semi-másculo. Semi, porque só um panilas consegue tocar em bolas que não as suas. Másculo porque bater as bolas dos outros contra o chão é uma demonstração de agressividade e dureza, tipicamente masculinas. O lançamento é um acto mais controverso. Se por um lado manifesta o desejo de se ver livre da bola, ou seja, de eliminar o adversário masculino, pode, por outro lado, e em certos casos, significar um desejo de abandono da sua condição de homem. Bolas, para longe, é o lema de tais rabilós. O grande mistério, até hoje, é o objectivo do jogo. Enfiar a bola. Creio que é uma grande demonstração de virilidade. De facto, os basquetebolistas são duros na cama. Não se contentam com a penetração peniana, como querem também que as bolas entrem juntas. A questão que se põe é: Será o buraco masculino ou feminino?

Body combat: O desporto de eleição da caxopa não tem muito de pulsional expresso. Praticado como uma forma de alívio do stress e de fuga às agressões do dia-a-dia, este desporto de luta serve como escoador para libertação das energias acumuladas. A única pulsão eventualmente latente em tal acto, e isto apenas por se tratar de uma mulher, é um certo desejo de ser masculino. Não confundir com lesbianismo. Nada disso. Aliás, a mulher gosta de espancar outras mulheres, provavelmente como projecção de uma luta pela posse de um macho. Falo em masculinidade porque historica e cientificamente, os machos da nossa espécie são mais agressivos e tendentes à luta. Enfim, talvez o caso desta leitora escape ao domínio da psicanálise. Um caso de excesso de testosterona, creio eu.

Culturismo: O culturismo é o desporto do Ventura. Um desporto quase totalmente masculino, relacionado com a necessidade de ter um corpo possante e másculo, com a necessidade de poder físico, este desporto tem também alguns pontos bastante apaneleirados. Comecemos pelo fato dos culturistas. É um autêntico fato-de-banho feminino. Revela-nos, sem dúvida, algum gosto por ser mulher ou, pelo menos, em se vestir como elas. O pormenor de se levantar os pesos por ferros cilíndricos, bastante fálicos, revela uma certa bissexualidade. De um lado, o corpo possante, agradável às umlheres. Do outro lado, o fálico ferro, objecto pulsional.


Temos um post que já vai longo, e é por isso que deixo a consulta em stand-by. Aos três analisados e a todos os que se possam rever com a análise, espero que este texto vos ajude a conhecerem-se melhor e a alterar o que acham ser negativo ans vossas vidas. Aos que ainda aguardam a consulta, espero que a sala de esperas seja boa. Aos que ainda não me expuseram seus casos, sintam-se à vontade. Ainda hoje hei-de continuar as consultas, mas só mais logo.

O doutor:
Pintelho

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quinta-feira, julho 29, 2004

Psicanálise no desporto ou "Diz-me que desporto gostas de praticar, dir-te-ei quem és"

Caras Pintelhas e Pintelhos, pêlos púbicos e pêlos púbicos, ou pêlos menos púbicos, das axilas, das virilhas, da cabeça, do nariz, do bigode ou do traseiro.

Alguns de vós lembrar-se-ão certamente de uma famosa sessão de psicoterapia aplicada aos vossos desenhos animados favoritos, que o doutor Pintelho vos aplicou.
É novamente essa psicoterapia que pretendo aplicar neste post e seguintes. Para isso, será necessário que os meus queridíssimos leitores me confidenciem quais os seus desportos favoritos.

Infelizmente, e como é necessário começar por alguém, eu próprio darei o exemplo, arruinando a minha reputação. A actividade desportiva que mais aprecio é um tanto quanto apaneleirada, como todas as outras aliás. Verdadeiramente masculino apenas o levantamento da caneca. Digo eu.

O ciclismo. É esse o desporto que elegi como o meu favorito. O vosso Pintelho pratica BTT, no litoral minhoto, e adora ver corridas de estrada e de pista. É, de facto, um desporto fascinante.
Contudo, ao aplicar psicanálise no estudo do ciclismo, obtêm-se resultados que não serão totalmente (ou quase nada) agradáveis.
Vejamos então. O material com que se pratica ciclismo. Certamente já notaram, queridos leitores, que os ciclistas vestem roupas muito justas, aliás muito apaneleiradas. Isso só revela, segundo a teoria freudiana, um desejo intrínseco em vestir como uma mulher. Em ser uma mulher. Denota um descontentamento com o sexo com que se nasce, e, consequentemente, uma homossexualidade latente. Por outro lado, os ciclistas, em provas de estrada, vestem calções muito curtos, e viajam todos muito próximos. A invenção, datada do século XVI, que é o pelotão de ciclistas, não é por acaso. Aliás, já devem certamente ter reparado que os ciclistas não têm pintelhos nas pernas. Isto não é, como eles alegam, devido às massagens. Os pêlos das pernas desaparecem porque são arrancados com cera. Tudo porque, e é aqui que entra o pelotão, os ciclistas que se encontram muito juntos aproveitam a congregação dos calções curtos com as pernas rapadas para apreciarem um bom presunto masculino. Mais uma vez, fugindo à censura do ego, o id manifesta os seus desejos de forma indirecta.
Felizmente para mim, esta parte do desporto não me afecta pois, como praticante de BTT, não rapo os pêlos das pernas nem ando em pelotões.
Outro factor que não me afecta é a almofadinha que os ciclistas usam no traseiro. Mas a função desta almofadinha só pode ser entendida no contexto da bicicleta. Atentem no fálico selim. É verdade. Quantos de vós não tinham ainda reparado que um selim lembra, sem grandes esforços, um falo? Pois é. O facto de os ciclistas se sentarem em cima de um objecto fálico não é por acaso. Conhecem algum ciclista que não se dê bem em cima do selim? Não. Pois não. Tudo culpa do id, instância que, contornando e evitando os mecanismos de defesa do ego, transforma o selim num objecto pulsional, onde o rabo do ciclista assenta para obter satisfação sem problemas. Pulsões inaceitáveis, moralmente, ao superego, por serem homossexuais. Contudo, por contradição ou mecanismo de resposta do ego, ou mesmo comodidade, os ciclistas usam, entre o cú e os calções, uma almofada. É difícil ao psicanalista compreender o papel da almofada no contexto do ciclismo. Contudo, acredita-se que a almofada está para o selim como a vaselina para a real pichota.
Completa a ronda pelo equipamento, e notando que, felizmente, o objectivo da corrida nada tem de sexual, só resta a análise da bicicleta. Nada de profundo, porque as profundezas não são para aqui chamadas. Um olhar geral. Duas rodas, com o selim em cima. Duas rodas, redondas, bolas, testículos. Grandes, por sinal, carregados de esperma. Com o selim, fálico, como visto atrás, em cima. Um homem sentado no falo carregadinho de esperma para despejar. E haverá modo mais dissimulado para satisfazer as pulsões homossexuais que em cima de uma bicicleta? Depois é ver os ciclistas. Senta, levanta, senta, levanta...

Este é o meu desporto favorito.
Triste, mas é verdade... Actividade mais apaneleirada.
E vós, caros leitores? Olhai que as consultas são grátis. Aproveitai que a psicanálise aqui é gratuita. Qual o vosso desporto de eleição?

Pintelho

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quarta-feira, julho 28, 2004

Estou para aqui a pensar...

A pesar prós e contras. E a culpa é toda dos meus leitores. É. Isso, sintam-se culpados. Sintam. Mas estou inclinado para responder sim. E vocês? Seria porreiro, não?

Pintelho

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Santanáz

Há certas pessoas que, por ocuparem certos cargos, se tornam insuportáveis não para certos nichos da população, mas para todos nós.
Surgiu de um excelente blogue, o Santanáz, a ideia de criar um cartaz, inspirado no Euro 2004.
O cartaz contador é o melhor meio para contarmos o tempo que falta para o final da tortura Santánica. Ei-lo:




Pintelho

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Darfur - Um Apelo

O Nuno Guerreiro expôs aqui a terrível situação, o genocídio que está a ser levado a cabo no Sudão. Todos os dias morrem, segundo dados daqui, cerca de mil pessoas em Darfur, vítimas da fome e do gencídio. É por isso que urge combater, da maneira como pudermos. E que melhor maneira temos nós para combater este bárbaro acto que divulgar a situação através de nossos blogues, constituintes de um poderoso órgão de comunicação?
O Nuno deixou o apelo. Um simples post. Uma imagem. Um poema. Divulguemos a situação. Não fiquemos indiferentes.




Pintelho

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terça-feira, julho 27, 2004

E já que estamos numa de exercício

Quero falar de futebol.
Não que eu seja adepto do dito desporto-rei. De facto, só me tornei adicto da coisa aquando do Euro 2004.
Mas hoje não quero falar da apaneleirada actividade, que consiste em correr atrás de bolas. Sim, porque correr atrás de bolas não é de homem. E tudo bem que os jogadores se defendam dizendo, com ar másculo, "Eu gosto é de dar uns chutos nas bolas", mas, epá... Convenhamos que antes de dar o chuto precisam de correr atrás delas. E correr atrás de bolas não é de homem. Isto digo eu, que prefiro correr atrás de "meias-bolas".

Mas, não desviando o rumo da coisa, gostava de falar da equipa do Benfica para 2004/2005. É certo que não sou adepto do Benfica. Nem do Porto. Nem do Sporting. É certo que posso mandar bitaites, pois sou um simples adepto bracarense. Mas porquê a equipa do Benfica? Porque eu sou preguiçoso e, como a equipa mais mediatizada é a do Benfica, esta é a que, por enquanto, melhor conheço. Aliás, conheço suficientemente bem para saber que não é uma equipa que se preze. Isto pelas curiosidades individuais de cada jogador.
Começando pelo internacional português Miguel. O homem é preto. E Miguel é nome de preto? Não. Claro que não. Como é que um preto com nome de branco pode ser um bom jogador? Não pode!
O mesmo se passa com Manuel Fernandes. Manuel, gente. Haverá nome mais portuguesmente branco que Manuel? E Fernandes?
Felizmente para o Benfica, neste campo as coisas equilibram-se porque realmente não há nome mais preto que Mantorras. Aí está o jogador perfeito. Preto, com nome de preto. Isso sim, é uma boa opção. Um jogador para dar cartas! Mantorras. Que nome tão preto!
Depois há um avançado com nome de rabiló. Zaza, dizem certos comentadores. Como é que um homem de nome Zaza, que gosta de correr atrás de bolas, pode funcionar perfeitamente? Não pode.
Mas isto, caras leitoras e caros leitores, não é tudo.
O cúmulo, nesta equipa do Benfica, dá pelo nome de Amoreirinha. Amoreirinha, pêlos púbicos de todo o país, não pode, nunca, ser nome de gente. Imaginem a quantidade de traumas que o jovem jogador deve ter naquela cabeça, por culpa do nome. Na escola "Lá vem a Amoreirinha... Ui, ui... E anda atrás das bolas... Ò filha, não queres as minhas?". No grupo de amigos, "Olá Amoreirinha, 'tás boa? Ai, que fruto do bosque tu tens...". Na família, com aquela típica cumplicidade "Ò Amoreirinha, gostas de amoras? Vou dizer ao teu pai que já namoras! Ahah! Ah!, o teu pai sou eu..." Como é que o rapaz pode ter poder de concentração para ser um bom profissional das bolas? Não pode.
Com esta equipa, arriscar-me-ia a dizer que o Benfica terá de esperar pelo menos mais uma época para voltar a ter esperança de ser campeão nacional. Só não o faço porque me chegou aos ouvidos que no Porto existe um jogador chamado Areias. E Areias...

Pintelho

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Só para relembrar

Exercício físico no Verão (sexo incluído), só com abundante quantidade de líquidos por perto. É que faz sede.
Ah!, e não esquecer de tomar banho após o exercício. Como já tenho dito. Pintelho suado é sinónimo de comichão.

Pintelho

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segunda-feira, julho 26, 2004

Quando eu era (ainda mais) pequenino, parte II

Tal como prometi há horas, volto com o testemunho da última fase das Oficinas de Escrita na Biblioteca Púb(l)ica de Braga.

No último dia de Oficinas, o da despedida, foi-nos proposta mais uma aventura. O seu nome era "Agora Conto Eu". Mais uma vez, após confrontos com proposta de leitura, que reescrevemos à nossa maneira, fomos incentivados a criar um conto, de raíz. A tarefa podia ser individual ou grupal. Lembro que na altura, eu e o meu colega do lado decidimos redigir o conto em conjunto. Só que, logo após o primeiro parágrafo surgiu o desentendimento total. Um queria o deserto, o outro queria o gelo. Foi então que, de um parágrafo comum, surgiram dois belos contos completamente distintos. O conto do Pintelho, saiu assim, à primeira (e única, pois o tempo não chegou sequer para rever a estória):

Viriato, conhecido explorador bracarense, decidiu procurar um lendário país do qual ouvira falar chamado País da Neve.
Após longas caminhadas pelo Norte de Portugal, encontrou um pequeno túnel nos quentes vales transmontanos. Estranhamente, o túnel estava húmido.
Tendo entrado, logo saiu na outra extremidade como por magia. Na outra extremidade também havia humidade, fazia frio e caía muita, muita neve.
Olhou e, minutos depois, viu um ser branco como a cal, com nariz de cenoura. Era um boneco de neve. Este disse:
- Olá estranho. Quem és?
- Chamo-me Viriato e sou explorador.
- És humano! Blaary! Vocês acabaram com o nosso sonho de liberdade. Dois dos últimos bonecos a quem vocês deram coração reuniram-se e fugiram para cá. Ah, mas tu pareces bom. Anda daí!
- Oh, eu nunca pensei que um ser assim alguma vez se pudesse mexer! - Disse Viriato com um misto de pena, culpa e espanto.
- Deixa. Anda ver a nossa terra - Disse o boneco com aquele tom que se usa quando se desculpa alguém. - É verdade. Sou o Gélido e, como sou de gelo, tenho vida eterna.
Durante as horas que se seguiram, Gélido mostrou a Viriato um mundo fantástico. Todos os habitantes eram bonecos-de-neve. O céu estava coberto de aparelhos da ar condicionado que mantinham a temperatura a dois graus negativos. As casas eram iglos e nas escolas o giz era diamante com que se escrevia em paredes de gelo. A comida era constituida por pratos de peixe pescado num buraco gigante que se abria no chão. Frigoríficos não existiam e cozinhava-se em fornos superpotentes.
- Sabes, eu acho tudo isto belíssimo, mas começo a ter saudades. Lá em Braga já não neva há muitos anos e...
- Deixa! - Disse Gélido. Aqui temos toneladas de neve e como as gentes de Braga são simpáticas... Espera até Dezembro. Adeus!
- Adeus!
E partiu. Voltou para Braga e esperou até Dezembro...


Snif... Recordar estes momentos fez-me cir as lágrimas aos olhos. E Pintelho húmido é sinónimo de comichão!

Agora, e após a transcrição dos textos que o autor seleccionou do Pintelho, vem a melhor parte deste post.
É que as Oficinas da Escrita, o projecto, está em livro. Pintelhas e Pintelhos, pelo Campo das Letras Editores, de Virgílio Alberto Vieira, Pintelho, e muitos outros companheiros, "As palavras são como as Cerejas - oficinas de escrita".




Um livro que recomendo, não pelos meus textos (mas também, mas também) mas pelo testemunho que é desta magnífica aventura que hoje, em maré de nostalgia (é do quente, não do calor) me lembrei de lembrar.

Digam lá se o (muito) jovem Pintelho já tinha ou não jeito para contar histórias... Hein?

Pintelho

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Quando eu era (ainda mais) pequenino, parte I

Quase, quase, acabado de nascer.
Ainda mal juntava frases, já pensava em escrever. Não é assim a cantiga? Não? Paciência, eu fiz o arranjo.

Hoje deu-me na cachamola e decidi partilhar convosco alguns textos que, sozinho ou na companhia de alguns amigos, escrevi, quando petiz.
Eu explicito. Em tempos, o escritor Virgílio Alberto Vieira teve a arrojada ideia de levar a cabo uma série de Oficias de Escrita. Confrontado com a possibilidade de participar e aprender, o jovem Pintelho não hesitou: "Pai, pai... Eu quero ir...", "Mas, Pintelho, as oficinas são durante a tarde, e tu até tens aulas, e tudo...", "Oh! papá... 'Tou-me a cagar para as aulas... Não achas que aprendo mais em cinco dias de oficina que durante um ano de aulas de Língua Portuguesa?", "Tens razão. Vai, e aproveita!". E aproveitei.
As Oficinas, levadas a cabo um pouco por todo o país, foram um sucesso. Em Braga, realizaram-se na Biblioteca Pública. Dessa experiência sairam textos que, hoje, relendo, me arrancam sorrisos. A inocência infantil... Condicionados pelo tempo, pois raramente lhes era permitido demorar mais que uma hora a produzir cada texto, os pequenos artistas produziram autênticas obras de arte.
É por isso que hoje, em dia de maior nostalgia, me apetece compartilhar convosco alguns textos de um jovem Pintelho, com cerca de doze anos.

As oficinas eram divididas por temáticas, algumas fixas, outras variáveis conforme a região do país. Cá na minha aldeia trabalharam-se Cantares de Berço, logo na primeira tarde de Oficina. Do trabalho, grupal, para habituação, nasceu esta quadra deliciosa:

O meu pequeno tem sono
Tem sono, quer descansar
Adormece depressinha
Não tarda aí o luar


Magnífica inspiração infantil, modéstia aparte.
A secção que se seguiu, Rimas Nimas Novas, Rimas Velhas, consistia numa proposta de leitura e consequente criação de rimas. Do trabalho, a produção púbica resultante foi:
Foge macaco
Meu Lambareiro
Tira a patinha
Do açucareiro

Arre burrinho
Pra Mazagão
Cabeça no ar
Patinha no chão


Numa fase seguinte, já individual, foi-nos proposta a criação de um pequeno poema, subordinado ao tema "A poesia é...". O Pintelho, rapaz pouco dado ao texto poético, escreveu:


A poesia é uma ilha deserta
Com todos os seus habitantes.
É a lua mais clara
Suave luz na terra em que se deita.
É um anjo com asas de fogo,
Ilimitada beleza, a sede,
O copo de água que bebo,
a ponte que separa dois mundos.
É fogo, ardente Sol.


Se fosse hoje, escreveria mais algo dentro do género "A poesia é um bicho de sete cabeças/ para o qual não fui talhado/ Não tenho jeito para esta merda/ Puta que pariu o rimado".

Como o texto já vai longo, decidi dividi-lo em duas partes. Optei por deixar o melhor (a minha veia de contador de estórias) para o fim... Aguardem pela chegada do Pintelho, o verdadeiro herói...
Como aparece ao fim dos episódios das sagas estrangeiras (o estrangeiro, é bom...):

To be continued...

Pintelho

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domingo, julho 25, 2004

O calor e... Os lobos!

Hoje esteve um dia quente.
Não esteve calor. O calor não é uma grandeza física, mas sim uma forma de troca de energia. Um termo de comparação, portanto. Esteve um dia quente, não esteve calor. Pelo menos foi o que em tempos me ensinou a minha professora de Química. Uma mulher às direitas. Sabem... Daquelas gordas más, mas que sabem ensinar, incentivar os alunos, e até dançar feitas doidas nas saídas à noite! Um espectáculo.

Ah? A falar de professoras... É do calor.
Vinha mesmo postar para me redimir do terrível erro do post anterior. Erro em post, com post se paga. Sempre ouvi dizer... De facto, hoje é o vigésimo quinto dia de Julho. Não é o vigésimo sexto. Nem de longe. Ou então, para alguns leitores, até que já é. Mas isso é problema deles.

Mas, e erros aparte, hoje redescobri um dos discos da minha vida. Comprei ontém a um amigo o maior disco português de Metal de sempre. A verdadeira bandeira portuguesa no Metal mundial. Este disco, o primeiro longa duração da banda em questão, foi destribuido em Portugal, Alemanha, Benelux, Reino Unido, Estados Unidos, Suiça, Áustria, França... Blá, blá, blá... Mundo e meio. Um disco com algumas (bastantes) letras em português. Esta banda está para o Metal mundial como os Madredeus para os sons mais leves. Aliás, esta banda e os Madredeus mantém relações de amizade, incluindo versões uma da outra.
O porquê de eu vos falar deste disco é que o descobri, enquanto passeava pela rua, de auriculares nos ouvidos, precisamente hoje. Já o tivera em casa, em tempos, mas perdera-o. Hoje redescobri-o. E não haverá melhor noite que a de hoje para se ouvir os sons góticos de Wolfheart, dos Moonspell (grandes, sempre grandes Moonspell).
Se tiverem oportunidade, não exitem, ainda hoje. Juntem-se com os amigos na praia, à beira-mar. Vistam-se de negro, uivem, e levem no rádio este disco.
Fantástico. Wolfshade (A Werewolf Masquerade) abre as hostilidades da matilha portuguesa, marcando desde cedo o peso, quase "black metal" que precorre todo o álbum. Love Crimes, ...Of Dream And Drama seguem-se, na mesma linha. Lua D'Inverno é um tema bem frio, para arrefecer uma quente lua de Verão. Uma bela melodia assegurada pelos teclados, lembrando quase ritmos infantis de embalar. Segue-se Trebaruna e um dos dois grandes hinos deste disco, Vampiria. An Erotic Alchemy será um tema impróprio para consumo, uma vez que é dado a calores que serão, porventura, desagradáveis (não acredito minimamente nesta última frase). Alma Mater é O Hino Nacional do Metal. Muitos de vós já o conheceis, certamente. Capaz de despertar o lobo em cada um de nós. Depois, logo, logo depois, vem Ataegina, a fechar o disco. E assim se passam belos momentos.

Praia, eu? Só de hoje a uma semana. Mas podem crer que quando reunir o meu grupo de amigos hei-de passar uma noite junto do mar ao som de Wolfheart. Um belíssimo disco.




Bem. Palha, palha, Metal, Metal. O conteúdo deste post? Muito pouco: Hoje não fez calor. Esteve um dia quente. O calor é uma forma de energia.

Pintelho (a uivar ao som dos (vénia) Moonspell)

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E porque hoje é Domingo...

Hoje é dia de passeio.
Hoje é dia de praia, ou de campo.
Hoje é dia de mar, rio, ou piscina.
Hoje é dia de descanso, ou de blogar.
Hoje é dia 26 de Julho (ah!, pois é!).
Hoje é um dia feliz.
Hoje é dia de tocar guitarra, ou não. De ouvir música, ou não.
Hoje é dia de andar de bicicleta, fazer jogging, ou ficar simplesmente a assistir ao final do tour.
Hoje... Bem, hoje... É dia, na verdade, de piquenique lá no Bom Jesus, com a Pintelha. Portanto, esperem por mim, lá por volta de amanhã, sem falta...
Natureza... Ai, ò Natureza... Pudesse eu visitar o bambual de novo e lá faria um piquenique...
Mas, piquenique por piquenique, que seja na companhia da minha Pintelha, para ser perfeito.
Até logo, ò camaradas de arte.

Pintelho

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sábado, julho 24, 2004

Sabem...

Do post que estava abaixo? Aquele acerca d'O Senhor dos Anéis? Decidi retirá-lo. É. Ele estava mesmo aí abaixo, mas desorganizou-me a casa toda. Por essas e por outras (do género do pessoal que pensou que eu tinha apagado todo o blogue), apaguei o post. Assim, a casa está mais arrumada. Mas tenham calma. Não viram o fantástico resumo da obra de Tolkien? Ei-lo, aqui!

Fico mais arrumadinho, com o blogue assim... Pintelheira penteada e bem cheirosa... Perfumada... Hm...

Pintelho

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Ele há com cada uma...

Sabem, é o post abaixo...
A síntese ao Senhor dos anéis.
Vão lá espreitar, mesmo aqui por baixo. É que se eu diminuísse ao tamanho, o ficheiro ficava cheio de pintas e pontos e isso tudo e tal, e não se conseguia ler... Então sabem... No tamanho original, os posts ficam todos cá em baixo. Desculpam?
Percam lá a preguiça (eu sei que é complicado. Sábado e tal...) e vão ler a síntese a uma das maiores obras da literatura mundial. Sim?
'Tá bem?
Eu sei. Eu sei que é Sábado, mas é só descer com o rato e assim... Não demora muito. Sim?
É que é interessante... Juro. Prometo que é interessante, sei lá... Vão lá, vão...
O.K.?
Depois há aquela história de, por ser fim-de-semana, eu hoje não ter muito tempo para isto nem para tentar resolver o problema da coisa... É, é isso. Vão mas é ler o post que está aí em baixo.
Obrigado.
Beijinhos, abraços e muitos palhaços do

Pintelho

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sexta-feira, julho 23, 2004

A magia do tour

"-Mercado a vencer a etapa. Hoje a andar muito bem, na companhia de Acosta, mas a trabalhar, vencendo um sprint para o qual não estava tão bem preparado como o seu adversário.
-Sim. De facto, Mercado hoje trabalhou muito bem. Foi, aliás um super Mercado, ou hiper Mercado."

Foi mais ou menos esta a conversa entre os dois comentadores portugueses da Eurosport, que têm todos os dias acompanhado a prova durante horas em directo.
Portanto, aproveitem, amigos. Até Domingo ainda há mais algumas pérolas prontas a serem ouvidas, numa televisão perto de vós.

Pintelho

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Identidade

Hoje é um dia importantíssimo para toda esta nação blogosférica.
Pois, de facto, é.
Hoje é, diria mesmo, um daqueles dias que marcará a vida à face da Terra.
Para muitos, hoje será o dia da morte, por ataque cardíaco. A esses, peço desculpa, não será certamente essa a minha intenção com o post que se segue.

De facto, hoje é o dia em que este Pintelho que vos escreve e que, ao longo destes sete meses, deu a conhecer todo o seu psiquismo, sendo já profundamente conhecido de alguns de vós, revela a sua real identidade.
Isso mesmo que acabaram de ler. Hoje, o vosso querido Pintelho perdeu a timidez e decidiu mostrar a sua esbelta face.
Foi uma decisão dificílima de tomar, uma vez que, sei-o agora, serei certamente abordado diariamente na rua por fãs pedindo autógrafos, fãs esses que, ao ouvirem o "não" esperado da minha boca, hão-de chorar baba e ranho, implorando o cobiçado sarrabisco, até que eu, coração mole e bondoso, por fim, lhes escreva os papéis, extractos bancários, quem sabe, papéis indignos de serem sequer tocados por mim.
Outro motivo que, até hoje, me levou a esconder a cara foi a discriminação. É que, por estranho que pareça, nunca sei como reagirão os comuns mortais ao ver ser tão estranho. Aliás, Pintelho tão estranho. O mais difícil, para esses comuns mortais, será admitir que são fãs incondicionais de tal e tão esquisito, quiçã anormal, entidade.
O certo é que não resisti. Esta foto, tirada ontém mesmo, foto fresquinha, faz-me parecer, como se costuma dizer "favorecido". Sei, portanto, que receberei na caixa de comentários mensagens deliciosas, doces, melosas, que vão engordar ainda mais o meu já abominavelmente crescido ego.
Senhoras e senhores, gostaria também de vos desafiar a publicar as vossas próprias faces nos vossos blogues. Seria interessante conhecer os bloguistas que por cá andam.
Agora, senhoras e senhores, e deixando-me de rodeios, eis o grande, o incomensuravelmente magnífico e majestoso, o verdadeiro, único e inigualavelmente estúpido, Pintelho!




Pintelho (sem palavras. Acabei de arruinar toda a minha carreira e reputação. Fiz asneira, não fiz?)

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quinta-feira, julho 22, 2004

Amaldiçoado sejas, servidor

Não sei, de todo, o motivo pelo qual este blogue não publicou durante uma semana.
Sei apenas que não publicou, e que os meus fãs sairam desapontados comigo, o seu bloguista favorito que, durante tempos, andou fugido, qual Pipi.
Sei também que a culpa não pode, nunca, morrer solteira. É por isso que aponto, vivamente, o dedo ao servidor, ao Blogger, esse animal que, apesar de alojar blogues gratuitamente, tem destes caprichos, não permitindo que os melhores escritores do mundo (categoria na qual me incluo, certamente) publiquem os seus textos.
Por este motivo, pelo transtorno que o Blogger causou, não só a mim como aos meus fiéis (?) seguidores, é necessário agir.

Pintelhas e Pintelhos. Se me apoiais nesta batalha contra o Blogger, gritai comigo!

"Tu, ò servidor que alojas blogues. Tu, ò servidor demoníaco..."

Isso. Repitam em voz bem alta, gritem comigo, para amaldiçoar este monstro!

"Tu, sua besta digital, tu ò mal do nosso ser, ò inferno dos vivos. Tu, seu grandessíssimo cabrão que não permitiste durante dias que o Pintelho publicasse um texto que fosse. Tu, seu chulo, sua puta de merda, seu rabeta desenfreado. Tu estás amaldiçoado, em nome dos blogusitas portugueses, que se unem hoje para que nunca mais nos falhes nos momentos difíceis. Tu, seu rabiló, se um dia falhares num destes nomentos vitais, verás crescer no teu cú um pinheirinho de Natal, com ramos enormes e agulhas afiadas, e com uma estrela maciça na ponta, que se alojará bem no interior do teu recto. Sobre ti lanço esta maldição, sua besta demoníaca!"

Muito bom!
Obrigado pela vossa colaboração. Fantástico este momento de magia no blogue. Já sabem, caros leitores. Se ele vos falhar, activem a maldição que ajudaram a lançar sobre o servidor dos blogues de alguns de nós.

Pintelho

P.s. Tinha preparados alguns textos que, com o passar dos dias, deixaram de ser actuais e opto por não publicar. Contem com um Pintelho plenamente activo já a partir de amanhã. Hoje, retirar-me-ei para assistir a mais uma etapa-raínha do "tour de France".

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Funciona

A todos o meu mais sincero pedido de desculpas pelo tempo em que este blogue esteve parado.
Contem com a minha insanidade mental de volta, a partir de agora...

Pintelho

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Teste

Um, dois... Som. Som!
Três, quatro... Teste, teste!
Cinco, Seis... Último e desesperado teste.
Sete, oito... Se isto não publicar bem que vai mesmo nascer o pinheirinho no cú do Blogger.
Nove, dez, onze, doze, treze, catorze........

Pintelho

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sábado, julho 17, 2004

Não, eu não morri

Desenganem-se os que não gostam de mim, chorem os que já não me suportam e sofram ataques cardíacos os que abominam comigo. Eu, o mais famoso pêlo púbico do mundo e, quiçá, da blogosfera portuguesa, mão morri, nem fui de férias, nem mesmo fui arrancado pela raíz, impedido de crescer. Nada disso.
De facto, a minha ausência de mais de 48 horas deveu-se única e exclusivamente ao Blogger, esse animal de editor de blogues, que (puta que o pariu) não me publicou os textos durante todo o dia.
Eu, que até tinha dois textos bem bonitinhos e girinhos e arranjadinhos e bem cheirosinhos para publicar, não o fiz porque não me deixou, o cabrão do editor... "Não é possível apresentar a página tralálala..." diz ele. Francamente... E os meus fãs, já todos a chorar baba e ranho de saudades, ficam como? COMO?
Caras leitoras e caros leitores, meus amigos do coração que me aturam diariamente (ou não), como vos posso recompensar pela minha ausência? Como? Basta um simples pedido de desculpa? Não. Obviamente, não! Sei... Amanhã publico dois textos, quiçá três. É o meu pedido de desculpas. Se o cumprir, aceitam?
 
Pintelho (puta que pariu a merda do editor de texto do Blogger... Havia de lhe nascer um pinheirinho no cú... Com a estrelinha na ponta... Bãh!)

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quinta-feira, julho 15, 2004

RG

A RG7420 BP tem mais encanto, na hora da despedida.
E é por esta saudade antecipada, e pela pressão que certos amigos exerceram para que a homenageasse, à minha senhora que já tocou em palcos um pouco por toda a província, que lhe decidi dedicar este texto.

À minha RG:
Como sabes, meu amor, hoje vais passar a ser a número 2. A "Universe" assim o o exige. Sabes que vais sofrer com o afastamento dos meus dedos desse teu lindo braço. Sabes que vão acabar aqueles gemidos a solo, durante os loucos ensaios dos sábados. Sabes que o meu tempo para ti vai ser escasso. Sabes que vais ter de me ver sempre com a outra na mão. Sabes que vais ter ataques de ciúmes.
Mas, sabes, nem tudo são más notícias:
Não mais terás o meu suor, o mesmo que despejo durante as nossas longas uniões e durante os nossos momentos de amor a corroer-te e a enferrujar a electrónica. Nunca mais vais ter chaves a penetrarem-te a ponte, para a baixarem. Nunca mais verás a mesma ponte atravessada por panos de limpeza. Nunca mais vais sentir os violentos embates contra o meu corpo, que tão custosos te são. Nunca mais, por acidente, vais embater na bateria da sala de ensaio. Nunca mais, por acidente, vais sair esmurrada de momentos em público. A violência doméstica que contigo pratiquei acabou. E por tudo o que sofreste ao longo destes três anos, incluindo a mudança do pick up, que o brilhante técnico tratou de instalar no local errado, obrigando a que fosses novamente submetida a uma intervenção cirúrgica, por tudo o que te fiz e fizeram sofrer, que te peço desculpa.
Mas, meu amor, nem tudo são más notícias.
Pensavas que te ia encostar a um canto, esquecer-te? Impossível. Nunca sairás do meu coração. Foste tu que gravaste a "demo" da antiga banda, foste tu que me acompanhaste em mini-concertos e audições, foste tu que me deste muitas alegrias. Além disso, apesar de não seres uma super-mulher, és uma mulher "jeitosa", e não quero perder a tua fidelidade, amor.
O lugar que ganhaste no meu coração já está reservado para a eternidade. Por isso te proponho, caso aceites, uma última intervenção cirúrgica. Proponho-te que fiques afinada com uma afinação alternativa, para poder fazer umas brincadeiras mais diferentes e atrevidas contigo. Assim, por pouco tempo que passemos juntos, será sempre bom e radical, amor... Respondes-me?

Ah! Amor... Para te homenagear, não arranjei uma fotografia tua, mas consegui a de uma irmã gémea. Aceitas que a publique? Sim? Sim, sim... Eu sei que esta tua irmã não foi operada nem tem o pick up igual ao teu, mas é só isso. Exteriormente é igual... Aceitas? Que bom!! O fundo é feio?? Paciência...




Amar-te-ei para sempre, por menos tempo que tenha para ti, RG!

Pintelho

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quarta-feira, julho 14, 2004

Amanhã

Amanhã vens viver comigo.
Amanhã vamos ser namorados.
Amanhã pegar-te-ei com carinho, com amor.
Vamos ser um. Vais cantar, gemer, gritar.
Eu, eu vou ter o poder, sentir o poder nas minhas mãos.
Eu vou ser feliz, vou ser melhor, e vou cuidar de ti como se fosses uma deusa. Como se fosses a deusa que és.
Amanhã... Ainda não acredito. É já amanhã?
Anda... Já tenho saudades e ainda não te tenho só para mim. Ainda nem te conheço com as minhas mãos. Quero tocar o teu corpo...
Mas a partir de amanhã, quando chegares, eu posso emprestar tudo, mas em ti... Só eu puderei tocar!





Pintelho

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terça-feira, julho 13, 2004

Sociedade

Não. Enganaram-se.
Esta não é mais uma definição do Pintelho. Este não é mais um daqueles posts que, sob orientação psicanalítica, exploram um conceito. Este post é sim, somente, um desabafo.
Um desabafo que preciso de escrever, de partilhar convosco, porque há nesta sociedade católica a defesa de uns valores um pouco (um grande pouco) esquisitos. Pelo menos aos olhos de um ateu.
A história, triste, passou-se ontém, com um jovem (aparentemente) igual a tantos outros, a caminho de casa, enquanto descia uma das principais avenidas da cidade de Braga.
À hora do costume, ao final da tarde, o invisual do costume, com o ponteiro do costume, descia a avenida em direcção à sua paragem do autocarro. As pessoas que passavam olhavam-no com ar de pena, algumas com ar de estranheza. Outras afastavam-se, como se a cegueira fosse contagiosa. Outras ainda olhavam, enojadas, aquele homem cujos olhos são inúteis, como se de um animal sem rumo se tratasse.
Quem conhece Braga sabe, certamente, que a Avenida a que me refiro é cortada, em certo ponto, por uma via rápida. Nesse ponto existem duas passadeiras perigosas, cujos semáforos não estão bem regulados, passando alguns carros ainda, após o sinal dos peões mudar para verde. Essas passadeiras, para cúmulo, não estão alinhadas com o resto da avenida, fazendo com que quem as atravessa, se seguir uma linha rcta, embata na montra de uma loja de automóveis. Logo a seguir à loja de automóveis está montada uma esplanada, que ocupa os dois lados do passeio, reduzindo a um estreito corredor o local de passagem.
Exposto o quadro, retomemos o cego. Desceu, como sempre, até àquelas passadeiras que lhe dão, invariavelmente, uma dor de cabeça tremenda. Na primeira das passadeiras, sob os olhares de todos os curiosos que queriam saber como é que ele conseguiria atravessar, olhares que ele, incomodado, sentia, demonstrou uma excelente sensibilidade, esperou que os últimos automóveis, os tais que ainda têm sinal verde, após mudar o dos peões, passassem, e atravessou calmamente. O mesmo sucedeu na segunda. Felizmente, em ambas as passadiras, há um sinal sonoro de aviso que, comentam as más línguas, é extremamente incomodativo e inútil. Claro que, e na impossibilidade de a ver, o invisual ia embater na montra, sob o olhar curioso de uns e trocista de outros. Foi um jovem, com uma t-shirt preta, com as letras "Death is In Us" gravadas nas costas e o logotipo de uma banda amiga na frente que o ajudou, e que lhe poupou o mau momento e a dor do embate. Esse jovem foi olhado com olhares de nojo, com olhares que diziam, para quem quisesse ler, e sem disfarçar: "Que nojo, ele tocou no cego... Ai... Só podia ser um daqueles metaleiros drogados... Ainda apanha a SIDA!". O cego agradeceu e seguiu, desta vez de encontro a uma mesa da esplanada, ocupada por cinco amigos que se calaram, não dando sinal de vida, à espera do choque e do motivo de riso. À espera da dor, física e psicológica, do homem cujo sentido principal desapareceu. Mais uma vez, e perante os sorrisos dos que estavam sentados na mesa, à espera do grande momento, foi o jovem que, dando o braço ao invisual, o desviou do rumo que levava. As expressões dos outros alteraram-se, novamente, para o nojo, nojo de ver um "metaleiro", "satânico", "drogado", "seropositivo" ajudar o cego, e nojo ao pensar que a cegueira se podia transmitir daquele bicho que não vê para o outro...
Finalmente, o cego atingiu a paragem, e o "metaleiro" seguiu, com um sorriso intrigante nos lábios.
O jovem pensou: "Boa! Ajudaste um grande homem, um homem com coragem, com a coragem de se misturar e de arriscar a integridade nesta sociedade corrompida, defensora de valores católicos hipócritas. Ajudaste um homem que pode perfeitamente ser um modelo. Ajudaste um grande Senhor, e ele reconheceu-to com um "obrigado" e um sorriso. Fizeste-o mais feliz, ou, pelo menos, menos triste!"
O jovem, que não é satânico (é ateu), nem drogado (é completamente abstémio) nem seropositivo (tanto quanto sabe), que tem perfeita consciência que a cegueira não se transmite por se pegar no braço de pessoas GRANDES (corajosas, no mínino), e que, para cúmulo, tem a sua visão reduzida a uns (cobiçados por muitos) 10%, o mesmo jovem olhado com nojo, pensou, e pensa, que a sociedade em que vive não presta mesmo, e precisa de ser mudada. O jovem que pensa no catolicismo como mais uma hipocrisía, a hipocrisía suprema. A hipocrisía dos que a praticam, pois, acredita inocentemente o jovem, o deus dos católicos e o profeta Jesus (filósofo, diria o jovem) não queria que a religião fosse isto. Mas é. O jovem, revoltado com a sociedade, é hoje um jovem mais feliz e, já que tem que passar à mesma hora pelo mesmo sítio, vai voltar a acompanhar o invisual. Sempre que possível, com um sorriso, que o cego sente, nos lábios, e extremo prazer em "ajudar o próximo" (não é o que pregam os católicos?).

Pintelho

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segunda-feira, julho 12, 2004

Poesia javarda

Há certas ocasiões em que vários elementos se conjugam, proporcionando um raro momento de inspiração javarda, à la Pipi.

De facto, um desses raros momentos aconteceu ontém. A má-disposição, aliada ao sono, proporicionou o momento javardo. A inspiração, essa, veio do grupo de amigos, junto a um monumento religioso conhecido vulgarmente como as "pirâmides", a tocar djambé e a conversar. O contacto com a natureza, os americanos tentando vender LSD líquido, o disco comprado em segunda mão, tudo alvo de chacota, foram como a cereja no topo do bolo.
Propuseram-me tentar um momento javardo de quadras populares. Aceitei, mesmo sabendo que a qualidade das quadras populares seria muito difícil de igualar, e compus algumas quadras que sou incapaz de não partilhar convosco. Peço-vos que imaginem o acompanhamento rítmico do djambé, num ritmo acelerado e quente, enquanto recito as quadras. As quadras:

Pintelha do meu coração
Minha razão de viver
Anda comigo p'rá cama
Anda comigo foder

Moedas, meu grande amigo
Teu cabelo é belo e comprido
Se tu abrisses o cu
Eras logo todo fodido

Eu vejo árvores verdes
Eu vejo um céu como o mar
Caralho o que me custa mais
É estar para aqui a rimar

Pierre, ò baterista
Toca aí no djambé
Esses teus ritmos doces
Deixam-mo logo de pé

Monteiro que estás calado
És um amigo bem bom
Mas de estares sentado
Ficas com dor no colhão

O americano maluco
Queria droga vender
O que estava com ele
Anda-lhe o cu a comer

O LSD era líquido
É uma droga perigosa
Tal qual a minha gaita
Que é bastante famosa.

...
...
...


De onde estas vieram, sairam muitas mais caros leitores.
De certo, nunca mais olharão para o Pintelho com os mesmos olhos, pois não?
Sou ou não sou um artista??

Pintelho (o poeta)

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domingo, julho 11, 2004

Rabugices

Rabugice é uma palavra bem-disposta. A sua pronúncia até provoca o riso. Contudo, eu hoje escrevo para rabujar. Isto porque, ao longo das últimas horas, alguém me quer tanto mal que me tem conseguido desnortear.

Para começar, gostaria de alertar aqueles que me lêem para os perigos desta exposição. As frases que se seguem contêm violência explícita contra pessoas ou outras entidades. Em caso de sensibilidade à violência, por favor, não continue a leitura deste texto.

Pois bem. antes de rabujar à brava, gostava de vos perguntar: porque é que um bar, com um concerto marcado para as 21:30 horas está, à meia-noite, fechado, com dezenas (centenas?) de almas à porta, incluindo os músicos, e os empregados no interior a divertir-se?
É de paneleiros! Será que os caralhos não compreendem que, durante aquelas duas horas, perderam umas centenas de euros em bebida? E será que eles não compreendem que no exterior está frio? E será que eles não compreendem que Sexta-feira houve Metalcova à chuva, até às 5 horas da manhã e que, portanto, há quem não esteja em condições físicas para aguentar mais uma noite até às tantas? Queria-os ver a apanhar chuva pela coluna vertebral abaixo até às 5 da manhã, e depois ter de acordar às 11... Cabrões, é o que eles são... Ainda que nos prometessem que a merda do bar ia ter boas condições sonoras... Mas não tem! É muito pequeno, o material de que dispõe é insuficiente e o som fica completamente abafado. Enfim. Óbvio que não paguei para entrar no bar por meia hora. Salvou-me a Pintelha, que me levou para casa, onde pude descansar.
Depois há os taxistas, uns grandes animais, que levam 4 euros e 30 cêntimos por uma viagem de cinco quilómetros... Tudo porque já passava da uma da manhã. Bah! Chulos!
Ainda há os que não percebem que tenho dormido muito pouco, que ando cheio de sono, e me acordam hoje às nove e meia da manhã. Quero lá saber que fosse um bebé de seis meses a chorar. Devia ter respeito, que merda... Irritante criatura. Há com cada um...
Por estas e ainda outras, hoje só me apetece partir este blogue todo. Felizmente, como ele não existe num espaço físico, não o posso fazer. Mas gostava de o mandar foder. Rimou e tudo. É porque é verdade!

Só mais uma coisa para vocês que estão a ler, especialmente para os que gostam de comentar: se vocês se põem com comentários engraçadinhos, a mandar vir comigo, notem que eu conheço muita gente, ouviram... E sei onde vocês todos moram, ouviram? Ai, o caralho...

Pintelho

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sábado, julho 10, 2004

Metalcova

Um verdadeiro festival em Vila Cova.
Se os nomes poderiam falar por si, ei-los: Infernal Kingdom, Epping Forest, The Ransack, Talesien, Sacred Sin e Cancer.
Se o post ficasse por aqui, ficaria também a noção, para o público metaleiro, de um excelente festival "underground" ao ar livre. Mas, se o post ficasse por aqui, a verdadeira dimensão do festival Metalcova não seria transmitida. Desta forma, a crítica será inevitável.
Onze da noite, chuva torrencial no campo de futebol de Vila Cova. Os Infernal Kingdom sobem ao palco, onde a chuva também caía a rodos pelos lados, para uma boa prestação. A primeira a que assisti da banda. Contudo, os músicos têm um longo, muito longo caminho a percorrer. Os erros sucediam-se, e a banda não conseguiu fazer esquecer a chuva que nos molhava, aos presentes fora do palco, completamente a descoberto.
Com a chuva a aumentar, seguiu-se o black metal dos Epping Forest, no primeiro bom momento da noite. Note-se: bom. Algum head banging, muitos cabelos a rodopiar, e a chuva, por vezes, era esquecida.
Um dos melhores momentos da noite se seguiu, com a prestação dos barcelenses The Ransack. Talvez pelas t-shirts que o público (onde, orgulhosamente, me incluí) envergava, talvez pelo pacto entre a banda e o S. Pedro, certo é que a chuva parou. Rodeados de amigos, e pela primeira vez em Portugal com o novo baterista Zeus, Shore, Zorro e companhia brindaram-nos com uma muito boa prestação de death metal. De facto, e fazendo juz ao pregão estampado na roupa que vendiam, "Death Lives In Us", a banda entregou-se por completo, num excelente momento de música. Uma banda que evolui dia a dia, e cujos concertos (muitos e bons), que têm ultrapassado as fronteiras nacionais, têm feito crescer a olhos vistos.
Um dos maus momentos da noite veio por parte dos galegos Talesien. O power metal dos espanhóis não convenceu. Nem mesmo a cover de Iron Maiden aqueceu o público. Numa altura em que a luz falhou em palco, e o festival levava uma hora de atraso, os espanhóis, sem adesão por parte do público, que deviam ter encurtado a prestação, seguiram o alinhamento até ao fim, obrigando os presentes (que, apesar da chuva, não eram tão poucos quanto isso) a assistir a uma actuação que, apesar de boa e da excelente qualidade técnica dos músicos, não se enquadrava no espírito do festival.
E coube aos veteranos Sacred Sin a tarefa de repor a (des)ordem no festival. A banda lisboeta foi a grande responsável pelo esquecimento definitivo da chuva que, entretanto, acabara por abrandar um pouco. O death metal irrepreensível dos lisboetas soube a pouco, após uma prestação de apenas trinta minutos. O atraso no horário a isso obrigou. Só penso que os Talesien, por uma questão de sensatez, deviam ter, eles próprios, encurtado a prestação, deixando tempo livre aos Sacred Sin, para que as hostilidades em palco fossem ainda maiores. Grandes, como sempre, numa prestação bastante boa, quando comparada com outras a que assisti, em que o som não esteve tão bem conseguido.
A fechar a noite estiveram em palco os britânicos Cancer. Um thrash metal agressivo, capaz de provocar as maiores movimentações entre o público. Durante uma das melhores prestações underground a que já assisti, os músicos contaram com o apoio de um auditório que conhecia o seu material, e que vibrou ao som da sua experiência. Um concerto que, de tão brilhante, teve mesmo direito a encore.
Durante todo o festvial, nota vinte para o público que, apesar de encharcado até aos ossos, aguentou e reagiu muito bem a todos os bons momentos.

No final, já depois das quatro da manhã, houve que rumar aos carros, arrumar, desmontar o palco, e voltar a casa. Entretanto, tempo ainda para uma foto de família com os Cancer e os The Ransack, que já vinham juntos desde Madrid e Salamanca, tendo partilhado três palcos.
Às cinco da manhã, de volta à minha cama, o pesçoço imóvel, adormeci, com as energias muito bem encaminhadas. E é esse o espírito do metal que, com eventos como este, nunca há-de morrer.
Muito bom!

Pintelho

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sexta-feira, julho 09, 2004

Uma infância, uma anedota

Pois é. Eu não sou o único a revelar a anedota que marcou a minha infância. Vejamos as anedotas (ou anúncios publicitários repletos de piada) que marcaram a infância dos leitores:

Didas: Por acaso somos muita totós quando somos putos!...
Eu gostava da do burro ao contrário. Era uma tenda numa feira com os dizeres "Venha ver o burro ao contrário!". Depois o burro estava com o rabo virado para a palha!
Tão giraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Eye of the Tiger: Eu lembro-me não de uma anedota mas de um anuncio publicitário: se queres garantir o teu futuro faz como eu: vem para as obras!!!!

Maria Cachucha: E falando em anúncios publicitários, muito sofri eu com o "Vamos nessa, Vanessa? Uma moedinha de 100 paus...", que ainda hoje ouço a uma média de 63 vezes por dia...
Ninguém, mas NINGUÉM se esqueceu dele... Com grande pena minha :P

Diana!: só me consegui lembrar desta: porquê que os alfacinhas gostam dos alentejanos? porque uma rapidinha demora horas....
oh, enfim...lol!

ByeXinha: A minha era mais do estilo:
Estão duas pulgas a sair do cinema e vira-se uma para a outra: vamos a pé ou apanhamos um cão??

YardBird: Eu era aquela do rapaz q entra no eléctrico completamente cheio, mais a namorada e a mãe da mecinha. Os namorados vão à frente e passam pelo cobrador. A mecinha grita cá para trás para a mãe: Ó mãe, o Zé já tirou os 3. E responde um tipo: Ah! ganda Zé!

Bidé: A minha anedota de estimação é esta: Dois amigos que não se se veem há anos encontram-se:
- Então, tudo bem?
- Tudo, há quanto tempo!
- É verdade, é verdade!
- Então, já casaste?
- Eu já! E tu, tens filhos?
- Não sei, não gosto de iogurtes..

titi: a que eu m lembro mais estupida e a do fantasma das cuecas rotas.. um dia ele foi assombrar um portugues e disse:
- "sou o fantasma das cuecas rotas", e o portugues disse;
-"ai sim? antao toma lá 20 escudos e vai comprar umas novas".. ate me arrepio em contar isto... lol

Calvin: qual a difernça entre uma loura e uma frigideira?? é que a frigideira tem de estar quente para levar carne.....
mazinha certo?

Finúrias: Bom dia...o Senhor vende camisas de noite ?
Não, minha Senhora...de noite estamos fechados !

MJM: Olha, eu, na onda da tua, tb aprendi com esta outra:
- A gente hj na escola estivemos a cantar.
- Não se diz gente! Diz-se nós!
Neste último Euro, perante aqueles estádios apinhadinhos, q os gregos os tenham, aplicou-se o rectificado...
- Xii! Tanta nós!
(só não é seca, pq as nozes são oleosas...)

sonia: a anedota da minha infancia era mesmo estupida... era uma vez um cão que tinha 3 patas. foi fazer xixi e caiu... deu-me para rir tardes inteiras... beijinhos

João Tiago: Gostei da anedota da Sónia... a minha era esta:
Era uma vez dois homens, que iam a passear em cima duma ponte, um caiu à água, e o outro chamava-se José...
Não tem graça nenhuma! Mas dantes cagáva-me a rir com esta coisita...

Patinho Feio (um orgulho de afilhado): A anedota da minha infância:
"- Sabem porque é que as galinhas chocam?
- Porque não tem travões!"
quac quac quac , só barrigadas de riso!


Pronto. Pronto. Pronto, pronto. Já se riram muito?

Pintelho

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quinta-feira, julho 08, 2004

Anedotas

Todos nós conhecemos uma anedota, várias, muitas, que, a certa altura, contávamos repetidamente, e ríamos. Ríamos descontroladamente, mesmo que o nosso auditório pensasse que a anedota era completamente estúpida e sensaborona, como era frequente acontecer.
Essas foram as anedotas que marcaram a nossa infância, e eu gostava não só de partilhar a minha (creio que não há-de provocar risos, a menos que pensem num puto de 4 anos a contar e a rir-se, estendido no chão) como também de saber qual a anedota que mais marcou a vossa infância. Não se acanhem.

A minha foi esta:
À mesa, durante um repleto repasto, pai e filho conversavam. A meio da conversa, o filho decidiu que já tinha comido o suficiente, "Papá, papá... Já não como mais. Estou cheio!". "Está bem filho, está bem, ou ainda te faz mal comer sem apetite. Mas não é cheio que se diz. Nestas situações utiliza-se a palavra satisfeito...". "Ah! Está bem!"
No dia seguinte, o pai ia levar o filho à escola, como habitualmente, quando passam por um autocarro completamente lotado. Ao ver tal, o filho comenta "Papá, papá... Este autocarro está tão satisfeito..."


Pronto. Foi um mau momento. Risquem-no.
O certo é que nunca mais voltei a trocar as palavras "cheio" e "satisfeito", graças a uma anedota que, ao longo da minha infância, devo ter contado centenas de vezes! Centenas e mais uma, com a que acabei de contar!
Agora vá, contem-me as vossas, que de piadas "secas", eu nunca estou satisfeito (ou será cheio?)!

Pintelho

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quarta-feira, julho 07, 2004

Nostalgia

É. Hoje acordei assim. Nostálgico.
E, numa altura em que as montras dos estabelecimentos comerciais (vulgo lojas) se começam a inundar com cartazes apregoando promoções, e isto porque ainda não entrámos em época oficial de saldos, fui recordar.
Encontrei um texto, de Janeiro, acerca dos saldos.
Como o texto data de uma época em que o Pintelho não era visitado pela esmagadora maioria de vocês, pensei em transcrevê-lo, apesar da sua não actualidade temporal.
Preparem-se, senhoras e senhores, porque o Pintelho de Janeiro era (ainda) mais patético que o actual! Sim, é possivel. Senão, leiam:


Saldos

Conjugando a teoria da Rata Maluka com a teoria aqui apresentada pelo Caramelo, eu próprio construí uma teoria acerca da moda feminina Inverno 2003/2004.

Segundo a Rata Maluka, as mulheres aproveitam os saldos para ir às compras a lojas com nomes russos. Pelas palavras da própria: "comprei umas calças na Berschka.
Ainda vou procurar uma saia na Beresnaya, um top na Prokofyeva, um casaco na Rogacheva e claro, uma roupa interior no Myschka.". Pois é, a Rata correu todas as lojas para encontrar roupa a baixos preços. E como ela, todas as outras Pintelhas o fazem.

A teoria do Caramelo aponta para o facto de, apesar do frio que se faz sentir, as "Pitas" deste país usarem roupas quase invisíveis, confundindo cintos com saias (sim, porque os cintos são cada vez mais largos e as saias mais curtas...), tops com soutiens, entre outros.

Juntando estes dois curiosos factos com o mais importante de todos (O PAÍS ESTÁ EM CRISE... DE TANGA... NÚ...), somos obrigatoriamente levados a especular.

Toda a gente sabe que, quanto menos tecido for gasto na confecção, mais barata sai a peça de roupa. Toda a gente sabe também que na época de Saldos, essa maravilhosa altura em que as mulheres se atropelam e quase que se matam por peças de roupa a preços baixos (quantas vezes já vi mulheres com pedaços do cucuruto à mostra devido a uma briga por um cinto (ou seria saia?), briga da qual essas mulheres saem inevitavelmente sem cabelo?), os preços são ainda mais baixos (maravilhosa redundância! Isto é arte, Pintelhas e Pintelhos!).
Ora a carteira das portuguesas anda leve, demasiado leve até, o que as leva certamente a pensar do seguinte modo:
"Aquelas calças são tão giras, até me favorecem as nalgas, mas enfim... levam muita ganga, são caras... Olha além aquele cinto! É bem mais desconfortável andar com estes palitos à mostra na rua, mas por outro lado... É mais barato, porque leva menos tecido... É isso! Vou levá-lo... Não. Vou escondê-lo atrás das saias compridas para ninguém ver e volto nos Saldos".
É então que nos Saldos todas as mulheres, que tiveram a mesma ideia, vão cuscuvilhar os sítios onde cada uma escondeu o seu cinto. Tanta Pintelha junta a vasculhar, dá numa desordem total, certo? Ou será que nunca entraram numa loja de roupa feminina em tempo de Saldos? Só elas é que se entendem no meio da barafunda...
Chega portanto a altura em que duas mulheres encontram a saia que ambas tinham escondido. E dá-se o apogeu! BUTZA! PIM! SLASH! CRACK! Roupa a rasgar, cabelo a voar, mamocas à mostra, é muito bom espectáculo para se ver.
Escusado será dizer que no final ninguém leva o cinto, uma vez que é a primeira peça a desaparecer. Ou porque elas o rasgam, ou porque outra oportunista que está por perto aproveita mal ele cai ao chão e desaparece imediatamente... Imaculada e com um cinto novo!

Pois é, crise... Na época de saldos, nós os Pintelhos queremos que estejas sempre presente, é que além de assistirmos a este espectáculo bonito da briga entre mulheres, ainda nos podemos rir com as figuras que algumas delas fazem na rua com aquelas canetas magritas ali a tiritar com o frio!


Ah! Maravilhosa inocência... Pintelho, acabado de nascer!
Estou a chorar. Perdão. Ai...

Pintelho

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Carta aberta

Nasceu, há muito pouco tempo, um novo bebé, na defesa dos ideais comuns a todos os fãs de música.
Há dias, entrou na rede mundial o Monasterium Metal Page, uma página dedicada ao metal, defendensora da filosofia "metaleira" mas, acima de tudo, defensora da música, crítica à agressão entre géneros e subgéneros musicais.
Curiosamente (ou não), o criador da Monasterium Metal Page decidiu utilizar o espaço do Pintelho como espaço não só de promoção como também de defesa de ideais.
A página está ainda em construção. É, portanto, um bebé prematuro, mas que já sabe o que quer na vida, e já defende aguerridamente os valores em que acredita!
Por isso, e antes de transcrever a carta do criador da página, o Pintelho aconselha: Visitem!


A carta:


A todos os fãs de música e não só..:

Venho por este meio divulgar o género musical denominado Metal.
Para quem conhece e gosta deste género, penso que posso dispensar comentários. Venho simplesmente fazer a referência a este género devido ás criticas e comentários que se ouvem constantemente, geralmente infundadas. Como exemplo disso temos aquelas “bocas” clássicas do tipo “isso é só para satânicos” ou “é para drogados”. Santa ignorância... Quem não sabe é como quem não vê...! As pessoas que criticam o Metal simplesmente não o conhecem nem compreendem, e daí talvez a sua ira para com este estilo. Mas como se costuma dizer, quem não sabe está calado! Eu ouço Metal e não sou um drogado nem um satânico, até porque sou ateu. Logo, se não acredito em Deus também não acredito no Diabo. Eu simplesmente ouço porque gosto, porque me faz sentir bem comigo mesmo.
O Metal é muito mais que um género musical, é uma filosofia de vida! Por isso, mesmo que não o apreciem, não o critiquem, pois cada pessoa tem os seus gostos e não é muito agradável estar a ouvir aquele tipo de “bocas” só poque gosta e ouve música.
Desde já quero também divulgar um site que desenvolvi sobre o Metal: Monasterium Metal Page. A todos aqueles que não apreciam o metal, desde já visitem este site para ver se aprendem algo novo.
Bem...penso que não é preciso referir mais nada! Simplesmente há que dizer para ouvirem o que gostam e não criticarem o que não gostam.
Os meus cumprimentos e um grande abraço para todos os fãs de Metal por esse mundo fora!

Hugo Moedas (a.k.a. silent_grave)





Não se arrependerão da visita.
A menos que sejam cardíacos, ou tenham os tímpanos fragilizados.

E eis o Pintelho ao seu melhor: Pelos seus leitores. Obrigado Hugo.

Pintelho

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terça-feira, julho 06, 2004

Cortar a relva

Um crime. Um verdadeiro crime. É o que é. É, pois!

Cortar a relva é uma actividade bárbara. Não crêem no que eu escrevo? Mas nunca vos disseram que "Se leram num blogue, deve ser verdade!"? Tudo bem, pronto, eu vou-vos provar a necessidade de irradicar esta terrível e temível actividade.

Antes de mais, há que estabelecer um paralelismo entre dois mundos: o mundo púbico e o mundo da relva. Simples. Se a relva for a pintelheira, a máquina de cortar relva será a depiladora. Partimos por aí.
Agora os argumentos. Se os exprimir e apresentar de forma coerente e organizada, certamente conseguirei o apoio da blogosfera em peso, e juntos, com o nosso ilimitado poder, poremos fim a essa barbaridade (quase) tão bárbara como o anti-futebol helénico ter vencido o belo futebol lusitano.
Então, reflictam: Nunca vos aconteceu, queridas leitoras e caros leitores, serem acordados, a meio de um belo e revigorante sono, por uma máquina que corta relva no jardim? Provavelmente, à maioria de vós, sim. E não foi uma situação profundamente agressiva à vossa integridade enquanto seres providos de preguiça? Pois foi.
Mas há mais, muito mais, muitos ais para eu debitar aqui e me queixar.
Imaginem-se sendo Pintelhos. Neste espaço, isso não será difícil. De certo, como os Homo sapiens estabelecem laços com os seus semelhantes primatas e alguns seres com afinidades intelectuais, como os golfinhos, os Pintelhos também estabelecem esses laços com seres como, por exemplo, a relva. E se, de repente, milhares e milhares dos vossos semelhantes fossem chacinados, decapitados, feridos, assassinados? Se, de repente, houvesse um genocídio terrível, nem sequer comparável ao holocausto nazi? Seria difícil, não seria? E para os Pintelhos, como eu? E para as desgraçadas folhas que constituem os belos relvados?
É tremendamente difícil. Deixa-me profundamente indignado!
E ainda há a situação do ruído. Imaginm-se do tamanho de uma folha de relva. Subitamente, avistam uma máquina gigante, conduzida por um gigante humano. A máquina é ruidosa. Muito ruidosa. Por baixo, bem ao nível das vossas cabeças, apresenta lâminas cortantes, que giram e rodopiam de contentamento, alimentadas pelo vosso sangue (vulgo seiva) e pelo dos vossos irmãos, ascendentes e descententes. É o vosso fim... Um fim terrível, uma espera para que a máquina vos decapite que se prolonga, um assassinato aos olhos do Sol e do Mundo. Horrível.

E, para um Pintelho, tal como a depilação é um genocídio inconcebível, o "relvicídio" também o é. E não argumentem com o velho "mas os vegetais não têm sistema nervoso!". Quem vos disse? Eles? E se o sistema nervoso deles for diferente do vosso, mas existir realmente, como centro receptor de estímulos? Não podemos continuar assim. Milhões de seres vivos são, todos os dias, assassinados, para que os nossos jardins se tornem mais agradáveis. Mas eu sofro com esta chacina. É horrível.

Vamos todos unir-nos em torno desta nobre causa, e boicotar a produção e utilização de cortadores de relva!
Quem está comigo?

Pintelho (pronto, já está. Malvado do homem que me acordou quando só tinha dormido quatro horas... Há-de as pagar!)

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segunda-feira, julho 05, 2004

O Padrinho

Nao, este não é mais um post de homenagem ao falecido actor. Não. Repito. Não. Não é. Não que ele não o mereça, não, mas o assunto é outro.

Este post é mesmo sobre padrinhos e afilhados.

Eu, ateu, não baptizado nem, consequentemente, apadrinhado, fui confrontado com uma proposta de apadrinhamento de um blogue.
Se aceitei? Já lá vamos!

O senhor (?) que me lançou a proposta, lançou-a não por ter afinidades em demasia com o meu blogue, mas porque, como ele próprio reconheceu, o seu blogue tem um ar "apintelhado".
O problema de tudo isto foi o facto de o afilhado blogue não ter pintelhos. Isto porque... é uma ave.
Foi por isso que pensei, repensei, e após muito reflectir, decidi aceitar. Aliás, não é todos os dias que vemos Patos com Pintelhos. Aliás, creio mesmo que esta aliança é única no mundo, inédita.
Foi pelo caricato da situação que decidi apadrinhar um blogue cujos ideais, na sua maioria, partilho. Decidi apadrinhar um blogue bem disposto, irreverente, jovem, e que, apesar de ser de longe, lá da Figueira, fica à distância de um clique, distância que, com este baptizado, fica encurtada na lista.
O meu novo afilhado é o Quac Quac!

Assim, Patinho, eu te baptizo, em nome dos Pintelhos, das Pintelhas, dos Patos, das Patas, dos ovinhos, dos patinhos, bonitos e feios, e dos bicos de pato com queijo e fiambre.

Agora, nada te pode separar de mim, a não ser o fim. Patos com Pintelhos, a mais recente e inédita aliança da blogosfera.

Eis, caros leitores, a foto do meu querido afilhado:




Bem bonito, não é? Hoje sou um Pintelho mais volumoso, com tanto orgulho!
Vale a pena a visita, apesar de, à hora da edição deste post, estar ligeiramente desactualizado. Isso passa. É a comoção!

Pintelho (o Padrinho babado)

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Afinal...

Não me peçam (correcção da Diana!. Eu sei que é assim, os nervos toldam-me a lucidez, mulher. Desculpem!) palavras!

Como nós o gostariamos de ver:




Como ele hoje aparece aos olhos do mundo:




Vencemos na categoria de organizadores, felizmente, e temos um excelente grupo de jogadores que muito lutou. Infelizmente, o nervosismo e a falta de agilidade táctica do senhor Scolari, entre muitos outros factores, como a qualidade do adversário, não nos permitiram erguer o "caneco".

Viva Portugal!

Pintelho

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domingo, julho 04, 2004

Força

É já hoje, daqui a umas horas, que se joga a final do Euro 2004, no Estádio da Luz.
Naquele que será o jogo mais importante a que já assisti, Portugal tenta ganhar o "caneco" pela primeira vez.
Hoje, milhões e milhões de pessoas se unem em torno da bandeira nacional, esperando que o desporto-rei coloque o nosso nome no mapa, como os vencedores do melhor Europeu de sempre.
Além disso, os portugueses gostam de festas, e não podem sair frustrados desta incursão.
Por outro lado, a história está do nosso lado. Não no futebol, onde, ao longo dos últimos anos, Portugal se tem visto grego nos confrontos com o outro finalista. A História está no nosso lado.
Os pequenos gregos criaram uma civilização, a primeira civilização ocidental. Do nada ergueu-se um Império.
E isso é importante. O Império Grego atingiu o seu auge com esta final.
Depois do auge, a ruína! Uma ruína sempre enorme, gloriosa, mas que não deixa de o ser. Ruína.




Assim, a recordação do enorme feito grego ficará. Uma final do Campeonato europeu. Mas logo, no final do jogo, a bandeira da glória será verde e vermelha.
A festa será portuguesa.
Os campeões europeus serão (só podem ser) os que defendem estas cores:




Logo, seremos campeões europeus.
Dez milhões em Portugal, e muitos mais pelo mundo fora, durante a noite de hoje, serão mais felizes com os novos campeões europeus!

Pintelho (Com uma força que ninguém pode parar!)

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sábado, julho 03, 2004

Le Tour de France

Arrancou hoje mais uma edição da volta à França em bicicleta.
Interroguei-me acerca da verdade da notícia, uma vez que, ao ligar a televisão, me deparo com um prólogo belga, começando em Liège e terminando, pasmem-se, em Liège.
Ora, uma volta a França que começa fora da volta... Enganaram-se no percurso. É certo.

Quanto ao prólogo, foi ganho pelo suiço Cancellara, com uma média de 54 Km/h, ou seja, deixem os carros em casa e pedalem.
Em segundo lugar ficou Lance Armstrong, cinco vezes campeão da volta, que tenta este ano fazer história, tornando-se no primeiro a vencer a prova por seis vezes.
A fechar o pódio, a sete segundos do vencedor da etapa, terminou o espanhol Gutierrez.

Tudo isto para vos dizer, caras Pintelhas e caros Pintelhos, que, durante as próximas três semanas, serei mais um dos milhares de adeptos do ciclismo que ficarão vidrados, colados ao ecrã da televisão horas e horas a fio, assistindo à progressão das máquinas humanas, dos verdadeiros motores, até à final, em Paris.

Viva o ciclismo.

Pintelho (já em estágio para amanhã)

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Nervos

Com a vossa permissão, aqui vai um soco na mesa!
Não consigo aceder aos blogues que mais gosto de ler. Não consigo. E começo a ressacar. Alguém me ajuda?

Desabafei. Muito obrigado!

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O jardim e a casa

Não se perdeu nenhuma coisa em mim
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.



Faleceu ontém, aos 84 anos, uma das maiores poetisas da história de Portugal.
Por mais que escrevesse, não seria suficiente para descrever a vida replecta e preenchida da escritora.
Desta forma, opto por esta simples homenagem.

Pintelho

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sexta-feira, julho 02, 2004

Saudade

Saudade é uma palavra portuguesa, com certeza.

Pela saudade, sabemos quando realmente gostamos de alguém.
É a saudade que nos avisa da necessidade de contacto com alguém que nos é especial. E a saudade prega-nos destas partidas.
Ontém de manhã, a mando da saudade que me apertava internamente, fui em busca de alguém especial cuja presença marca a minha vida mas cuja ausência se tornou difícil.
Vi-a, então, ao fundo da rua. Sorri. Há cerca de seis meses que não nos encontrávamos. Ela não me conheceu, por trás da máscara que trago nos olhos. Aproximámo-nos. Ela ainda não me reconhece. Tiro os óculos de sol?
Não.
Sigo, ergo o pescoço, levanto a cabeça, fingindo, muito mal fingido, certamente, ser indiferente à sua presença, com o aperto a desvanecer-se transformando-se na alegria de um reencontro anunciado mas não esperado. Finjo não a ver (se fosse possível...). Desvendou o segredo por trás dos óculos escuros. Segue-se um par de beijos carinhosos, alguns saltos de alegria, um momento delicioso. Quero mais...
A manhã, saborosíssima, passa a voar. Passa sempre, o tempo, quando nos sentimos bem. Conversamos, conversamos, conversamos, vemos fotografias, fazemos brincadeiras cumplices, rimos, sorrimos, o mundo à nossa volta desaparece. Somos nós e as saudades para matar. Um Pintelho e uma Amiga púbica. Uma Amiga, que por ser mais que uma simples Amiga, devia escrever-se com todas as letras maiúsculas. Se mo permitem: AMIGA.
As ruas tornam-se mais bonitas e os passos mais leves.
Volto a casa, mais preenchido. Pronto para perder mais uns meses, se necessário for, até que a saudade aperte e se torne insuportável. Mas ontém fui mais feliz. O mundo olhou para mim com olhos estranhos.
Tudo, tudo, em nome de uma amizade imensa.

Pintelho

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Ciclos

Contaram-me, em tempos, que a história pode processar-se em ciclos.
Domingo, o ciclo do Europeu tem de se inverter. O resultado do jogo final será, sem dúvida, diferente do resultado do jogo inaugural do campeonato, e Portugal será campeão europeu. Tem que ser!
Força Portugal!

Pintelho

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Cocktail

É. Parece que, actualmente, as personalidades são feitas num shaker.
Até já existem coctails de ingredientes para formar a personalidade de cada um. Pelo menos, foi o que encontrei pela Diana, que por sua vez encontrou pela Gotinha...

Querem saber qual o cocktail que caracteriza o Pintelho?
Ei-lo:



How to make a Pintelho
Ingredients:

5 parts intelligence

1 part courage

5 parts energy
Method:
Combine in a tall glass half filled with crushed ice. Top it off with a sprinkle of emotion and enjoy!


Inteligente e enérgico... Agradou-me... Agora isto de só levar uma parte de coragem? Eu, que me arrisco diariamente nestas lides, que todos os dias sou arracado, quebrado, engolido, entre outras malditas acções, não sou corajoso?
E vocês, que cocktail são?

Pintelho

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quinta-feira, julho 01, 2004

A final

Uma beleza.
Foi ontém ao fim da tarde.
O Euródromo, em Braga, encheu-se de milhares de pessoas para assistirem, no ecrã gigante, à passagem de Portugal, pela primeira vez na história, à final do Campeonato Europeu de futebol.
Ao início do jogo, o hino nacional foi entoado pelas milhares de gargantas, de forma não muito afinada, conferindo as que já são típicas características dos portugueses: patriotas (só no futebol) e desafinados. Compreendi, desde ali, que estava em Portugal, e que nada nos poderia deter. A final era um objectivo perfeitamente possível.
O ambiente era de festa, festa que se consumou com o "GOOOOOLLOOOO" de Cristiano Ronaldo, a cruzamento de Deco. Toda a gente de pé, a festejar. Empurrões, abraços entre desconhecidos, beijos entre casais, e muito cachecol no ar! Bem bonito.
Segunda parte.
Maniche... Ainda está no ecrã a imagem de uma repetição qualquer e... "GOOOOLLOOOO"! A festa fez-se porque se ouviu o relatador a festejar. Canta-se, abana-se cachecol, desfralda-se bandeira, e festeja-se, enquanto que, em simultâneo, se espreita o ecrã à espera da repetição daquele que é o golo mais bonito, se não do europeu, pelo menos da selecção nacional. Fenomenal.
Ainda todos estão de pé (até porque já não há espaço sentado), quando a Holanda marca. Previsível. Afinal, português que é português, tem que sofrer até ao fim.
Apito final.
Festa!
Festa!
Muita festa!
Um marco histórico, e já só falta vencer a final.
Festa!
A bandeira, nas ruas, estava assim:




Festa!
As ruas entopem, literalmente, mas ninguém parece estar minimamente preocupado.
É a festa!
Gregos, alemães, e outros, juntam-se à festa, gritam por Portugal e ajudam a tornar o ambiente inesquecivel.
Ainda a festa!
Na rua, espremem-se laranjas ("Até os esprememos"), bebe-se sumo:




Mas, não estivessemos em Braga, a mais criativa citação: "Os holandeses vão ver a final por um canudo":




Viva Portugal!
Até um crítico à organização do Campeonato em Portugal tem que reconhecer que agora, o objectivo está à distância de noventa minutos de futebol-espectáculo!
Força!

Pintelho

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